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Músico atleticano é o melhor amigo do Sorín

O melhor amigo, no Brasil, do ex-lateral do Cruzeiro, o argentino Sorín, é atleticano, dos mais apaixonados. Trata-se do compositor e cantor Celso Adolfo, presente em quase 100% dos jogos do Galo no Mineirão. Leia mais sobre a carreira dessa grande figura, que está lançando disco novo, publicada no jornal Turismo de Minas, em reportagem do Breno de Araújo. A foto é da Dayse Aguiar.“Talento, música e história

em homenagem a Minas Gerais/Estrada Real

Antes de nascer, a música já estava presente no sangue da família de Celso Adolfo. E foi, graças a ela que seus pais se conheceram, em uma cidade do interior de Minas. O pai, José dos Reis Marques, mais conhecido como Zequito, era músico. A mãe, Maria Gonçalves, ou Daica, era filha do maestro da banda de música de São Domingos do Prata, a mesma em que Zequito tocava.

Aos 17 anos, em 1969, Celso Adolfo deixou São Domingos do Prata, que fica a 136 quilômetros de Belo Horizonte, no Centro-Leste do Estado, e veio para a capital estudar. Já trazia a intenção de mexer com música. Lançou seu primeiro “Long Play” (LP), em 1973, produzido por Milton Nascimento, chamado “Coração Brasileiro”. “Milton Nascimento assistiu meu show em Belo Horizonte, gostou, e me ajudou a gravar o primeiro disco. Essa foi a minha entrada no mundo da música profissional”, lembra. Dez anos mais tarde, a cantora Elba Ramalho e o próprio Milton Nascimento também gravaram “Coração Brasileiro”.

Entre tantos trabalhos no decorrer da carreira, Celso Adolfo destaca dois de seus discos preferidos: seu penúltimo álbum, chamado “O Tempo”, um CD com uma veia artesanal e romântica, lançado em 2003; e seu disco mais recente: “Estrada Real de Vila Rica”. Este, uma homenagem à estrada por onde escoava o ouro de Minas e ligava Ouro Preto a Paraty, construída entre 1698 e 1705. Segundo o cantor, foi o álbum que lhe deu mais trabalho, justamente por ser um disco temático. Para o compositor, ao abordar a história mineira colonial é preciso tomar cuidado, pois “não se pode ficar no mineirismo bobo”.

A Estrada Real de Vila Rica

A ideia de compor uma trilha sonora para a Estrada Real partiu do momento em que a esposa de Celso chamou sua atenção. “Um dia, estava vendo televisão com minha esposa e ela disse que havia de tudo nessa Estrada Real; tinha chapéu, bota, calça, roupas e até carro da Estrada Real, só música que não”, relembra. Ele explica que resolveu pensar nessa história. Foi então que se viu diante de uma enormidade de situações, pois são inúmeros os fatos históricos que envolvem este percurso. “Fiquei tentado a resumir essa história em um disco”, conta.

Segundo Celso, muitos podem representar o Estado pelo fato de serem mineiros, por iniciarem uma carreira em Minas, fazerem música de vários gêneros; rock, pop, samba ou um produto histórico, como seu novo CD. Mas, devido ao trabalho que teve e por contar um pouco da nossa história, o compositor mineiro, orgulha-se. “Do ponto de vista estético, foi o trabalho que mais gostei de fazer. Tive muita vontade, condições e tempo para trabalhar”. E ressalta a importância do ponto de vista da identidade: entender, a partir do passado, o que o mineiro é hoje”. A ajuda para colocar em andamento a ideia veio da Lei Rouanet, nº 8.313, de incentivo à cultura e patrocínio de empresas públicas e privadas.

 Turismo

Celso Adolfo sempre que viaja para fazer shows no interior de Minas, aproveita também para conhecer o lado turístico das cidades que visita. “Toda vez que viajo, não viajo só a trabalho — vou para divertir e trabalhar”, afirma.

Ele diz gostar muito do turismo interiorano mineiro, o que chama de turismo típico. “Tem um lugar que sempre me apaixona e que é bem pertinho: Ouro Preto. Eu não consigo esgotar a minha vontade de ir até lá”, confessa. Já “o turismo histórico, que está bem perto da gente, eu sempre faço. Costumo visitar Sabará, Mariana, Ouro Preto, São João del-Rei e Tiradentes”. No entanto, o artista não esconde a sua preferência por São Domingos do Prata, sua terra Natal — “por razões emocionais é o primeiro lugar onde gosto de ir, é uma região muito bonita, com montanhas e cachoeiras”, frisa.

Comida

Em visita a Tiradentes, Celso Adolfo lembra que comeu um prato com um nome muito diferente, “Mané de Jaleco”. “O prato era tutu, arroz, couve, lombo de porco, legumes e salada. É uma combinação simples, mas uma delícia.” Gostou tanto, que até lembrou-se dela ao compor seu CD sobre a Estrada Real. E ao descrever o prato, o cantor revela-se um típico mineiro: “isso com uma pinguinha e um torresmo…”.”


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