Esta semana o músico Nando Reis criou polêmica ao dar umas tijoladas no Tostão, em seu twitter, mas em menos de 24 horas reconheceu que foi infeliz.
Disse na primeira twittada, quarta-feira:
“Alguém poderia dizer ao Tostao que o interesse dos leitores paulistas da Folha sobre o Cruzeiro, é muito pequeno, pra não dizer ZERO.”
Fiquei na em dúvida se foi ele mesmo, já que tem tanto picareta usando nomes de famosos por aí. Mas consta lá que ele tem 199.606 seguidores. Será que um “fake” enganaria tanta gente sem que ninguém avisasse?
Mas, logo em seguida veio outra:
“Tostão foi um jogador genial. Mas acho os seus textos sobre futebol muito chatos. Qdo escrevia no Estadao era muito criticado por falardo SP”
Ora, Nando Reis é da prateleira de cima dos compositores brasileiros. Até difícil imaginar uma deselegância da parte dele neste sentido.
Algum seguidor dele reagiu e ele foi à réplica:
“Sim, ele entende de bola. Mas escreve de uma forma chata. Futebol deve ser visto entendido e descrito como ele é ou deveria ser: eletrizante”
Continuei na dúvida se era mesmo o Nando Reis quem escrevera aquilo. Se tivesse partido de um cabeça cozida qualquer, eu nem estaria entrando nesse assunto, mas trata-se de um poeta, um dos pensadores do Brasil.
Aí a reação de centenas ou milhares deve ter sido pesada, dessas que assusta a qualquer um, e ele sentiu a barra, dando uma maneirada:
“Peço desculpa aos mineiros: me expressei mal. Não bairrista e sou fã do futebol de Mg. Mas acho q o Tostao cita o cruzeiro d forma excessiva”
Não que o Tostão ou quem quer que seja não possa ser criticado, porque ninguém é infalível; ninguém faz ou escreve só coisas boas. Foi a forma desrespeitosa usada nessas críticas, desmerecendo o estilo de escrita de alguém que se consagrou com a bola nos pés e com a caneta nas mãos, como um dos melhores da sua geração.
A reação continuou, e o Nando foi para as cordas, numa quinta twittada:
“Moçada, não pirem! Não falei do Cruzeiro apenas falei o que acho dos artigos do Tostao. Quem discordar, otimo. Mas n distorçam o que falei.”
Há pessoas igualmente brilhantes que não gostam do artista Nando Reis, mas como não reconhecer nele um dos acima da média entre os músicos do país?
O melhor exemplo que me lembro para situações como essa é do também músico Leo Jaime, em relação ao grande cruzeirense e amigo do Nando Reis, e meu amigo, Samuel Rosa, do Skank.
Ouvi uma entrevista dele na Rádio Jovem Pan, uns anos atrás, e o repórter perguntou:
__ Quem é o melhor roqueiro do país na atualidade?
E ele respondeu, na bucha:
__Apesar de ele não gostar de mim, e eu não gostar dele, é o Samuel Rosa. Não importa se eu o ache um babaca como pessoa, e ele tenha o mesmo conceito a meu respeito. O que importa é que ele é bom demais sim, do caralho, e tenho que reconhecer isso.
E Nando Reis foi mais longe nas tijoladas através do twitter, ao dizer que o Tostão fala demais do Cruzeiro.
Ora, ora, ainda que fosse verdade, nenhum carioca ou paulista poderia reclamar desse tipo de coisa, pois as redes de rádio e TV do país, mais os principais jornais de alcance nacional, são de lá e tratam os demais estados como um subproduto.
Interessante é que o Tostão também é muito cobrado em Minas por “falar pouco” do futebol mineiro em suas colunas, e constantemente dá explicações sobre isso.
Passei a acreditar que trata-se mesmo do Nando Reis porque numa sexta e definitiva twittada, menos de 24 horas depois, o bom senso falou mais alto e ontem ele jogou a toalha, com o devido pedido de desculpas:
“nando_reis Nando Reis
Minha declaração infeliz sobre 1 assunto delicado – futebol – suscitou reação furiosa dos que se sentiram ofendidos. Peço sinceras desculpas”
Vida que segue!
Nem grandes figuras como o Nando Reis estão livres de produzir besteiras.
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