* Continua a “Barcelonomania” que invadiu o Brasil depois da goleada de Messi e Cia. sobre o Santos, no Japão. Parece que foi a primeira vez que os brasileiros viram o time catalão jogar.
O Fluminense comemora que tenha conseguido um estágio para o seu vice-presidente, Sandro Lima, que ficará lá uns dias acompanhando a administração do presidente Sandro Rossel. E alardeia o fato de que só conseguiu isso porque o Deco, seu atual jogador, e futuro dirigente, jogou quatro anos pelo Barça e ficou amigo do presidente.
Certamente a cartolagem do clube carioca não sabe que o senhor Rossel é uma figura super acessível, sem frescuras e vaidade exacerbada, que caracterizam a maioria dos dirigentes brasileiros. E que durante a Copa América, na Argentina em 2010, era igual a arroz de festa, fácil nos treinos e jogos da seleção brasileira.
Em Belo Horizonte há um grande amigo dele, o uruguaio Francisco Tomaz, dono do restaurante Parrilla do Mercado, presença constante no camarote do Camp Nou, sempre a convite do comandante do Barça.
O Cruzeiro fala em mandar um diretor para também fazer um estágio nas categorias de base do Barcelona. Todo novo conhecimento é positivo, mas ninguém aqui pode esquecer que o próprio Cruzeiro tem um trabalho de base exemplar, iniciado nos anos 1960, modernizado nos anos 1980 pelo Chafit Felipe, criador da Taça BH de juniores. O problema é o destino que se dá aos jogadores formados na base: não têm as devidas chances no time principal ou são vendidos precoce e misteriosamente ao exterior, como o Maxwell, campeão mundial sobre o Santos, pelo próprio Barcelona. Era do Cruzeiro, vendido ao Ajax da Holanda, ainda juvenil.
Dívidas
Para manter times de ponta no mundo, como o Barcelona é preciso ter também muito dinheiro e semana passada as agências internacionais informaram alguns números da vida financeira do Barça que fazem lembrar os clubes brasileiros: déficit de 9 milhões de euros em 2011; dívidas acumuladas de 369 milhões de euros; acabou com o time de beisebol, que tinha 80 anos; reduziu os gastos de outros 12 esportes. Foi obrigado a, finalmente, quebrar uma tradição desde a fundação do clube e vender patrocínio em sua camisa de jogos. Depois de 112 anos de história, o clube, desde o ano passado, ostenta a propaganda da Fundação Qatar em sua camisa, recebendo 171 milhões de euros.
Para ajudar nas despesas, vai cobrar 5 euros para os não sócios que quiserem assistir ao treino de amanhã, dia 5, no Miniestadi, ao lado do Camp Nou.
Notícias de lá
Graças à internet temos leitores em todas as partes do mundo. Recebi e-mail do mineiro Mendel Katri, que mora em Israel e pedi a ele que enviasse informações sobre a visão que os israelenses têm de nós e do Brasil. Ele escreveu: “O Brasil é adorado aqui em Israel, futebol, músicas, praias, Foz do Iguaçu, samba… Várias vezes já me ‘dei bem’ por falar ‘sou brasileiro’. Aqui as pessoas também gostam de futebol…” Jogadores ‘mineiros’ que estiveram por aqui são Fabio Junior, Gabriel (zagueiro do América), Marcos Paulo (volante ex-América e Cruzeiro), Rômulo, ex-Cruzeiro, e se não me engano o Renato volante do Galo revelado em 2004 e vendido a Traffic em 2005. Inclusive a maior venda do futebol israelense foi um atacante brasileiro para o Red Bul da Áustria se não me engano por 4 milhões de €.
O problema é que a Liga daqui não é boa; não tem o investimento de bilionários como na Rússia, mundo Árabe, China ou Japão, que mesmo não sendo países de tradição no futebol tem uma Liga razoável, e com jogadores conhecidos; o que faz que todos tenham um time europeu: Barcelona, Real e Milan são os mais escolhidos.
Todos falam ‘em 2014 vou pro Brasil’, mas aqui a grande maioria só conhece RJ e SP, e do mesmo jeito que em BH me perguntam: não é perigoso Israel?; aqui falam ‘não é perigoso o Brasil?’; eles sabem das favelas e do tráfico de drogas; ‘Cidade de Deus’ e Tropa de Elite. E do mesmo jeito que falo em BH, que aqui é tranquilo, que em TODAS as cidades se anda de noite sem problemas; que eu pego carona em ruas ou estradas, que as pessoas dão carona sem problemas. Falo aqui que as cidades não são as favelas, que não são todas as favelas que o tráfico comanda…
* Estas e outras notas estarão em minha coluna de amanhã, no Super Notícia, nas bancas!
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