Se todos os clubes tivessem um assessor de imprensa como o Wagner Augusto, do Villa Nova, o público seria bem melhor servido de informações de qualidade.
Já manda tudo mastigado, facilitando o trabalho de qualquer jornalista.
Vejam o nível do noticiário enviado por ele para este Villa x Atlético, passado e presente, inclusive a foto:
* “Às 16h desta sexta-feira chuvosa, o técnico Mauro Fernandes comanda um treinamento coletivo no Estádio Municipal Castor Cifuentes com vistas à definição do time do Villa Nova que enfrentará o Atlético, no domingo, às 16h, em Nova Lima. O volante Anderson Uchoa cumpriu suspensão automática contra o Cruzeiro e está à disposição do treinador leonino.
Os novos reforços, o volante Henik e o goleiro Enderson, já participam normalmente das atividades. No sábado, às 9h, haverá um treinamento recreativo no Alçapão do Bonfim. Após o almoço, a delegação alvirrubra segue para concentração no Caesar Business, localizado no Belvedere, em Belo Horizonte.
Leão x Galo
Há quase 100 anos, Villa Nova e Atlético protagonizam o jogo mais antigo de Minas Gerais. O primeiro duelo entre os tradicionais rivais aconteceu no dia 14 de julho de 1912.
A realização desse amistoso ocorreu num festival em homenagem ao aniversário de Bueno Brandão, que era o presidente de Minas Gerais. O 14 de Julho era também comemorativo à liberdade e à independência dos povos americanos e por isso uma banda de música se apresentou durante o jogo.
O antigo campo do Atlético, local do primeiro cotejo entre Leão e Galo, era localizado na Av. Paraopeba, atual Rua Augusto de Lima, onde hoje está construído o Minascentro.
O capitão do Villa nesse amistoso foi John Clemence e o do Atlético, Meirelles. Na preliminar: Atlético-B 4×0 Villa Nova-B.
Os dois times posaram juntos para a foto histórica.
FICHA TÉCNICA
14/7/1912 – domingo – Amistoso
Atlético 5×1 Villa Nova
Gols – Meirelles, Meirelles, Meirelles, Meirelles, Morgan (A) – Trevice (V)
Local – Estádio do Atlético na Av. Paraopeba (Belo Horizonte-MG)
Atlético – Nullo, Morethzon e Alfredo; Sebastião Laranjeiras, Henrique den Dopper e Proença Sigaud; Jair Reis, João Brito, Meirelles, Morgan e Aristides
Técnico – Francisco Neto
Villa Nova – John Clemence, Willy Willians e Albert Clemence; George Fellews, Eduardo Morgan e Baptista; Dimas, Aristeu, Trevice, João Moreira e Machado
Técnico – Ground Committee
Ao longo dessa velha rivalidade é fato que o Atlético estabeleceu uma boa vantagem no cômputo geral dos 233 jogos realizados até hoje. O Villa Nova, porém, que contabiliza 43 vitórias nessa peleja, levou a melhor em várias decisões em que esteve frente a frente com o alvinegro de Belo Horizonte.
O Villa Nova, com essas 43 vitórias sobre o Atlético, a primeira obtida em 13/10/1918 (goleada de 7×2, no Alçapão do Bonfim) e a última no dia 21/1/2007 (3×2, no Mineirão, pelo Campeonato Mineiro), é o terceiro clube que mais venceu o Galo na história. Somente Cruzeiro e América têm mais triunfos em cima do alvinegro.
Vale a pena reviver três ocasiões históricas em que o bravo Leão do Bonfim superou o Galo e se tornou um dos seus adversários mais temíveis e aziagos. Os dados e os textos são do ALMANAQUE DO LEÃO DO BONFIM:
Decisão do Campeonato Mineiro de 1934
Villa Nova e Atlético chegaram à última rodada do Campeonato Mineiro, que era disputado em turno e returno, com pontos corridos, em condições de decidir o título no clássico que seria disputado entre eles no Estádio Castor Cifuentes. O Galo tinha um ponto à frente do Villa Nova e bastava o empate para se sagrar campeão pela primeira vez na era do profissionalismo. O Leão do Bonfim precisava vencer para levantar o bicampeonato mineiro (ou tricampeonato, se levarmos em consideração que o Villa já tinha vencido o torneio promovido pela AMEG, uma entidade dissidente, em 1932).
O lendário Estadinho do Bonfim estava lotado, contando na tribuna de honra com as ilustres presenças do governador de Minas Gerais, Benedito Valadares, e do ministro da Agricultura, Odilon Braga. O primeiro tempo terminou empatado por 0x0, resultado que garantia o troféu ao Atlético. O Villa Nova inicia o segundo tempo com uma alteração que seria decisiva para os destinos da partida: a entrada do jovem atacante Perácio no lugar de Pascoal.
Aos 24 minutos do segundo tempo, o ponta-direita villa-novense Tonho passa pela marcação de Mário Gomes e cruza no segundo pau. O ponta-esquerda Canhoto devolve a bola para o meio da grande área. Perácio aparece por trás da zaga atleticana e desfere uma forte cabeçada na bola que vai parar no fundo das redes do goleiro Armando Policeni. Gol do Villa Nova e aí começa uma tremenda confusão, com os jogadores do Galo alegando que a bola saíra no cruzamento de Tonho, voltando ao campo devido à ação de um torcedor do Leão que a empurrou com uma bengala, retornando-a ao gramado.
Os jogadores do Villa Nova negam veementemente a “bengalada” e a polícia não consegue controlar a situação. Já os atletas do Atlético estimulam a confusão para que a noite comece a escurecer o Castor Cifuentes (a iluminação do estádio só foi instalada em abril de 1982!). Por falta de garantias, o árbitro Guilherme Gomes, que havia sido importado do Rio de Janeiro a peso de ouro para apitar a decisão, resolve encerrar o jogo e sai de Nova lima sob forte esquema de segurança.
Começa, então, a batalha nos tribunais para se decidir o imbróglio criado com a suspensão da partida. O Villa Nova pleiteia a manutenção da vitória por 1×0, alegando que o Atlético forçou a confusão para encerrar o clássico e buscar a vitória no “tapetão”. O Galo insiste na anulação do jogo e a marcação de outro para Sabará, município vizinho a Nova Lima e sede do Esporte Clube Siderúrgica, grande rival do Leão do Bonfim naqueles tempos. Nem uma coisa, nem outra: numa decisão equilibrada, a Associação Mineira de Futebol, AMF, a entidade que organizava o Campeonato Mineiro à época, decidiu que os 21 minutos restantes seriam jogados realmente em campo neutro, porém, com os portões fechados. O complemento da decisão foi marcado realmente para o Estádio de Nossa Senhora da Praia do Ó, campo do Siderúrgica, mas os portões fechados impediram a estratégia do Atlético de contar com a simpatia dos torcedores locais, além dos seus próprios, para pressionar o Villa Nova.
Cinqüenta dias após o polêmico lance da bengala, que entrou para os anais do rico folclore do futebol mineiro e nunca foi completamente esclarecido, embora os indícios sejam de que se tratou de uma tentativa de armação por parte do Atlético, os 21 minutos do clássico foram jogados em Sabará. O Villa Nova segurou o assédio atleticano e não permitiu o empate. Com a manutenção do 1×0 obtido com o gol de Perácio, que depois iria para o Botafogo e disputaria a Copa do Mundo de 1938 como titular absoluto, o Leão sagrou-se campeão mineiro de 1934.
30/09/1934 – domingo – 15h
Villa Nova 1×0 Atlético
Gol – Perácio (24’ do 2º)
Público – 5.000
Local – Estádio Castor Cifuentes (Nova Lima-MG)
Árbitro – Guilherme Gomes (RJ)
Villa Nova – Geraldão, Chico Preto e Sérgio; Zezé Procópio, Neco e Geninho; Tonho, Alfredo Bernardino, Campos, Pascoal (Perácio) (intervalo) e Canhoto
Técnico – Zé de Deus
Atlético – Armando Policeni, Tião e Evandro; Justo, Lola e Mário Gomes; Lelo, Paulista, Guará, Nicola e Elair
Técnico – Floriano Peixoto
OBS. Jogo encerrado aos 24 minutos do segundo tempo.
18/11/1934 – domingo – 15h
Villa Nova 0x0 Atlético
Público – Partida disputada com portões fechados
Local – Estádio de Nossa Senhora da Praia do Ó (Sabará-MG)
Árbitro – Osvaldo Kroft de Carvalho (MG)
Villa Nova – Geraldão, Chico Preto e Sérgio; Zezé Procópio, Neco e Geninho; Tonho, Alfredo Bernardino, Campos, Perácio e Canhoto
Técnico – Zé de Deus
Atlético – Armando Policeni, Tião e Evandro; Jaci, Lola e Mário Gomes; Lelo, Paulista, Guará, Nicola e Elair
Técnico – Floriano Peixoto
OBS. Foram disputados os 21 minutos restantes do jogo anteriormente suspenso.
Decisão do Campeonato Mineiro de 1951
Os dois tradicionais rivais se encontram novamente para decidir o título do Campeonato Mineiro de 1951. O Atlético carregava o trauma de jamais haver conquistado um tricampeonato, proeza que Villa Nova, Palestra Itália/Cruzeiro e América (considerando o decacampeonato obtido ainda na era do amadorismo) já ostentavam. O alvinegro perdera a oportunidade de levar o tri em vários ocasiões: 1928, 1933, 1940, 1943 e 1948. Nesse ano, foi derrotado pelo América por 3×1 numa partida conturbada em que o árbitro inglês Cyril John Barrick, o famoso mister Barrick, teria validado um gol irregular do Coelho. Tal como na final de 1934, o Atlético alegou ilegalidade no lance, afirmando que a bola tinha batido no muro do Estádio Otacílio Negrão de Lima, voltado e entrado no gol pelo lado externo das redes.
Portanto, a decisão de 1951, que na verdade foi disputada em janeiro de 1952 e marcou as primeiras transmissões esportivas da Rádio Itatiaia de Belo Horizonte, representava mais uma chance para o Atlético quebrar o tabu referente ao tricampeonato estadual. Mas, do outro lado estava o esquadrão do Villa Nova, comandado por Martim Francisco e recheado de craques que imortalizaram essa conquista do time alvirrubro. Foram necessários três jogos para se conhecer o grande campeão. O torneio de 1951 recebeu o nome de supercampeonato devido ao equilíbrio e a força dos dois poderosos rivais.
1° Jogo – 13/01/1952 – domingo – 16h
Atlético 1×1 Villa Nova
Gols – Alvinho (18` do 2°) (Atlético) – Tão (38’ do 2°) (Villa)
Público – 17.000
Renda – Cr$ 146.000,00
Local – Estádio Otacílio Negrão de Lima – Alameda (Belo Horizonte-MG)
Árbitro – Francisco Trindade (MG)
Assistente 1 – Geraldo Fernandes (MG)
Assistente 2 – Willer Costa (MG)
Atlético – Sinval, Juca e Osvaldo; Geraldino, Zé do Monte e Afonso; Lucas Miranda, Antoninho, Mauro Patrus, Alvinho e Vavá
Técnico – Iustrich
Villa Nova – Arizona, Madeira e Anísio; Vicente, Lito e Tão; Osório, Vanduca, Tobias, Foguete e Fradeco
Técnico – Prão
OBS – Aos 35 minutos do segundo tempo, o árbitro marcou pênalti para o Atlético. Madeira segurou Alvinho dentro da área. O ponta-direita Lucas Miranda chutou para fora.
2° Jogo – 24/01/1952 – quinta-feira – 19h
Atlético 2×2 Villa Nova
Gols – Mauro Patrus (8’do 1°), Lucas Miranda (39’ do 1°) (Atlético) – Osório (31’ do 1°), Escurinho (33’ do 1°) (Villa)
Público – 19.500
Renda – Cr$ 164.000,00
Local – Estádio Independência (Belo Horizonte-MG)
Árbitro – Francisco Trindade (MG)
Assistente 1 – Geraldo Fernandes (MG)
Assistente 2 – Willer Costa (MG)
Atlético – Sinval, Juca e Osvaldo; Geraldino, Zé do Monte e Haroldo; Lucas Miranda, Mauro Patrus, Vavá, Alvinho e Zeca
Técnico – Iustrich
Villa Nova – Arizona, Madeira e Anísio; Vicente, Lito e Tão; Osório, Vanduca, Chumbinho, Foguete e Escurinho
Técnico – Prão
OBS – O governador Juscelino Kubitschek deu o pontapé inicial da partida. O segundo jogo deveria ter sido disputado no dia 20/01, às 16h, mas foi adiado pelo árbitro da partida, Francisco Trindade. O gramado não tinha condições devido a uma forte chuva que caiu ao final da decisão do Campeonato de Aspirantes entre Paissandu e Siderúrgica, preliminar de Villa Nova x Atlético. O campo apresentava várias poças d`água, principalmente em frente aos gols.
3° Jogo – 27/01/1952 – domingo – 16h
Atlético 0x1 Villa Nova
Gols – Vaduca (5’ do 2°)
Público – 25.000
Renda – Cr$ 211.300,00
Local – Estádio Independência ((Belo Horizonte-MG)
Árbitro – Geraldo Toledo (MG)
Assistente 1 – Alcebíades Dias Magalhães — Cidinho Bola-Nossa Assistente 2 – Willer Costa (MG)
Atlético – Sinval, Juca e Osvaldo; Geraldino, Zé do Monte e Haroldo; Lucas Miranda, Antoninho, Mauro Patrus, Alvinho e Vavá
Técnico – Iustrich
Villa Nova – Arizona, Madeira e Anísio; Vicente, Lito e Tão; Osório, Vanduca, Chumbinho, Foguete e Escurinho
Técnico – Prão
OBS – O Villa Nova exigiu uma arbitragem carioca e os nomes de Mário Vianna, Gama Malcher e Tijolo estavam na lista para apitar a partida. O Atlético por sua vez queria um juiz mineiro. A Federação não conseguiu um árbitro carioca e o juiz da partida só foi ser conhecido depois de um sorteio realizado no Independência depois de 40 minutos após o horário marcado para o início da partida. Geraldo Toledo, Alcebíades Dias Magalhães, o folclórico Cidinho Bola-Nossa, um notório atleticano, e Willer Costa eram os nomes incluídos no sorteio. O zagueiro Juca, do Galo, é irmão dos villa-novenses Osório e Vaduca.
Quartas-de-Final do Campeonato Mineiro de 1997
Décadas depois de épicas decisões, Villa Nova e Atlético se viram diante de um enfrentamento eliminatório no Campeonato Mineiro de 1997. O Galo havia sido o primeiro colocado na Fase Classificatória do certame e o Leão do Bonfim conseguiu a sua qualificação a duríssimas penas num modesto 8º lugar. Era o confronto entre o melhor colocado e o pior, entre os oito finalistas do Mineiro. Mas, o Villa Nova não tomou conhecimento dessa desvantagem e venceu bem no Castor Cifuentes por 3×1. Depois, foi só administrar a vantagem no Mineirão e carimbar o passaporte às semifinais. O aguerrido Leão tombaria apenas na decisão diante do Cruzeiro.
Jogo de Ida – 18/05/1997 – domingo – 16h
Villa Nova 3×1 Atlético
Gols – Guiba (5’ do 2º), Marquinhos (30’ do 2º), Adão (35’ do 2º) (Villa) – Leandro Tavares (19’ do 1º) (Atlético)
Público – 4.488
Renda – R$47.475,00
Árbitro – Antônio Willian Gomes (MG)
Assistente 1 – Helberth Costa Andrade (MG)
Assistente 2 – Marco Antônio Martins (MG)
Cartão Amarelo – Geovane, Jean (Villa) – Leandro Tavares (Atlético)
Cartão Vermelho – Mário (Villa) – Doriva (Atlético)
Villa Nova – Cláudio Santos; Wilson Mineiro, Geovane, Eleomar (Cláudio Roberto) e Wander; Jean, Joca (Marquinhos), Guiba e Kal Baiano; Badico (Mário) e Adão
Técnico – Brandãozinho
Atlético – Taffarel; Edgar, Luís Eduardo, Márcio Santos e Marcos Adriano; Doriva, Gutemberg, Marquinhos (Juninho Rodrigues) e Leandro Tavares; Euller e Evair (Valdeir)
Técnico – Eduardo Amorim
Jogo de Volta – 25/05/1997 – 16h
Atlético 1×0 Villa Nova
Gol – Nilo (35’ do 2º)
Público – 25.337
Renda – R$123.841,00
Local – Estádio Governador Magalhães Pinto – Mineirão (Belo Horizonte-MG)
Árbitro – Marco Antônio Cunha (MG)
Assistente 1 – José Eugênio (MG)
Assistente 2 – Roberto da Silva Nasta (MG)
Cartão Amarelo – Marcos Adriano, Alex Oliveira (Atlético) – Wilson Mineiro, Cláudio Roberto, Wander, Jean, Joca, Kal Baiano, Adão (Villa)
Atlético – Taffarel; Marcos Adriano (Cairo), Luís Eduardo (Cláudio Caçapa), Márcio Santos e Dedê; Juninho Rodrigues, Gutemberg, Alex Oliveira (Nilo) e Leandro Tavares; Euller e Valdeir
Técnico – Eduardo Amorim
Villa Nova – Cláudio Santos; Wilson Mineiro, Cláudio Roberto, Eleomar e Wander (Alemão); Jean, Joca, Guiba, Marquinhos (Paulo César) e Kal Baiano; Adão (Carlinhos)
Técnico – Brandãozinho
E assim, contamos três episódios gloriosos do Villa Nova no cotejo com o seu arquirrival de Belo Horizonte. O ALMANAQUE DO LEÃO DO BONFIM apresenta a estatística geral do clássico:
Jogos: 233
Vitórias do Villa Nova: 43
Empates: 51
Vitórias do Atlético: 136
Resultados Desconhecidos: 3
Gols marcados pelo Villa: 253
Gols marcados pelo Atlético: 471
* Fonte: JORNAOISTA WAGNER AUGUSTO
ASSESSOR DE IMPRENSA E HISTORIADOR DO VILLA NOVA A. C.
WAGNER AUGUSTO está de parabéns por divulgar dados importantes da história do futebol mineiro…Que riqueza de detalhes sôbre estes jogos do passado entre CLUBE ATLÉTICO MINEIRO X VILLA NOVA ATLÉTICO CLUBE..Sou PALESTRA-CRUZEIRO de nascimento e coração; li,vi e revi com muita emoção esta narrativa do AUGUSTO, mesmo sendo jogos de nossos mais ferrenhos adversários..AUGUSTO, ao voltar ao passado, você resgata lembranças de um futebol realmente apaixonante,mágico e que encantava principalmente nossas tardes de domingo…
Mineiro é desconfiado com as arbitragens caseiras desde longínquos tempos.
O Wagner Augusto realmente é um excelente jornalista, e um dedicado pesquisador e assessor de imprensa do Villa. Para completar a informação, segue a renda da partida de 1934 – 7:885$000 (Sete mil oitocentos e oitenta e cinco contos de réis). Uma resalva apenas. Não foram 21 minutos a serem disputados e sim 16 minutos . Até 1941 as partidas em Minas Gerais e em alguns outros estados do Brasil como o Rio tinham dois tempos de 40 minutos cada e não 45.
A foto em questão além da importância histórica de retratar o primeiro jogo entre as equipes, também mostra uma curiosidade. O 2º jogador em pé da esquerda para a direita, é Aristides de Paula Dias e o goleiro é Nullo Savini. Se vocês notarem em suas camisas, verão a primeira tentativa de se criar um escudo, que identificasse o Atlético. Percebam bem. É um A de tamanho bem exagerado.
O engraçado na decisão de 1934 é que esta partida não seria a decisiva do campeonato, já que o Villa ainda teria que disputar um jogo com o Palestra Itália no dia 07 de Outubro no campo do Barro Preto. O resultado foi 3 x 0 para o Villa. Como a decisão do imbróglio demorou 50 dias, fez com que o campeonato de 1934 fosse decido por 16 minutos de jogo e não por uma partida inteira. Caso o Atlético conseguisse empatar a partida nestes 16 minutos, ele é que seria o campeão.
Excelentes informações! Parabéns ao Wagner Augusto pelo profissionalismo e dedicação. Gostaria de sugerir uma coisa, Chico Maia: sinto muita falta de ver fotos do antigo Alçapão do Bonfim, em Nova Lima. Estive lá uma única vez, pelos anos 1980 e assisti a uma partida da Copa Itatiaia. Você poderia “garimpar” algumas fotos com o Wagner Augusto e postar aqui no seu blog? Escreva um post sobre os estádios antigos da Capital e redondezas.
Grande abraço.
Alexandre Campos-BH
O quanto seria bom se o Villa também fosse um clube grande, que pudessemos ver uma decisão de Mineiro com estádio cheio entre Coelho e Leão, que pudessemos sair dessa mesmice de Atlético e Cruzeiro todo ano. E digo mais, se o Villa tivesse mais força a rivalidade com o Galo seria tão ou maior do que a que existe com o Cruzeiro. Bobagens e sonhos da minha parte. Uma pena.