Blog do Chico Maia

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Se o melhor sempre vencesse, era só entregar o troféu!

O que é o futebol! 

Por melhor que seja; não existe time imbatível, e o Barcelona é o exemplo mais recente.

Para grandes conquistas, todo time tem que ter um jogador especial, e quando ele falha, dá tudo errado. É o caso do Messi nos três últimos jogos do Barça, e as três derrotas.

O “Sobrenatural de Almeida” (Ave Nelson Rodrigues!) costuma entrar em campo e quando isso ocorre, dá o que deu, no Real Madri x Bayern, com o time espanhol errando quatro cobranças de pênaltis. Fez lembrar o Atlético na final do Brasileiro de 1977 contra o São Paulo no Mineirão. Ou, Cruzeiro 1 x 2 Estudiantes, em 2009 na final da Libertadores.

Júlio César e Deola, goleiros do Corinthians e Palmeiras, falharam feio, e os seus times foram eliminados das finais do Campeonato Paulista.

A Portuguesa chegou a ser chamada de “Barcelusa”, por causa da campanha irretocável na Série B ano passado, e o técnico Jorginho considerado um novo “gênio” do futebol brasileiro. Foi rebaixada agora no Paulista e Jorginho demitido.

Como disse o repórter Álvaro Damião: “Se o melhor sempre tivesse que vencer, não precisaria haver jogos; era só entregar o troféu!”

Lendo esta semana um jornal paulista que não li no dia 18 de julho do ano passado, no dia seguinte à eliminação do Brasil da Copa América, pelo Paraguai, vi a manchete: “Teixeira dá garantia para Mano”. Mas quem garantiria Teixeira?


Cotovelada do Roger em Danilinho continua rendendo

Do jornalista Juliano Paiva, no portal Dom Total:

* Roger poderia ter sido preso por cotovelada

Se fosse denunciado e condenado na Justiça Comum, meia cruzeirense poderia ficar até um ano na cadeia

ROGER

Internauta, se você perder a cabeça e der uma cotovelada por trás em alguém, numa festa, restaurante ou faculdade, por exemplo, pode ter certeza, as chances de você ser processado e responder por algum crime, e talvez até mesmo ser preso, são boas.

Mas se você for um jogador de futebol certamente essa sua agressão passará impune. É o que acontece em nosso país. O último exemplo disso ocorreu no clássico entre Atlético e Cruzeiro, dia 8 de abril, pelo Campeonato Mineiro.

Na ocasião, o meia celeste Roger, intencionalmente, deu uma cotovelada nas costas do atacante alvinegro Danilinho. E o que aconteceu com Roger? Nada!

Código Penal Brasileiro

Se você agredir alguém ou causar alguma lesão corporal, mesmo que mínima, como fez Roger, mas fora das quatro linhas, porque pelo visto no gramado tudo é permitido, você pode ser denunciado por crime de lesão corporal, art. 129 do Código Penal, e pegar de três meses a um ano de prisão.

Na cadeia

Conversei com Carlos Henrique Amaral, professor e advogado da Escola Superior Dom Helder Câmara, especialista em Direito Penal, sobre este assunto.

Segundo ele, Roger poderia ter ido parar na delegacia logo após o clássico. Para tanto, Danilinho, no caso a vítima, e somente ele, poderia, através de um Termo Circunstanciado de Ocorrência, ter comunicado o fato, oferecendo uma representação contra o jogador do Cruzeiro que responderia por um crime.

O caso poderia ser encaminhado ao Juizado Especial Criminal, e lá, caso não houvesse um acordo entre o agressor, Roger, e a vítima, Danilinho, o atleta cruzeirense poderia ser punido com até um ano de prisão, pena que poderia ser substituída por uma prestação de serviço à comunidade.

Crime

O que Roger fez é considerado um crime de menor potencial ofensivo, segundo Carlos Henrique Amaral. Apesar de “protegido” pela Justiça Desportiva, o ato do meia celeste é considerado crime por se tratar de um fato típico. “Ou seja, a ação de Roger nada teve a ver com o esporte e é um crime de lesão previsto no Código Penal”, explica Carlos Henrique.

Justiça Desportiva inofensiva

Diante disso, está mais do que claro o quão inócua é a Justiça Desportiva em nosso país. Um ato que é considerado crime pelo Código Penal Brasileiro passa impune simplesmente pelo fato de o agressor ser um jogador de futebol.

O efeito suspensivo é a aberração que permite isso. Ainda existe uma chance de Roger ser punido pela Justiça Desportiva. É preciso que o jogador seja condenado no Pleno do TJD-MG.

Porém, o novo julgamento ainda não tem data definida e pode ser que nem aconteça antes do término do Campeonato Mineiro. Se punido, então, Roger só cumpriria a pena no próximo Estadual, se ainda estiver no Cruzeiro. 

O caso agora está nas mãos de Sérgio Murilo Diniz Braga, presidente do TJD-MG, que deve marcar a data do novo julgamento.

Problemas particulares

Por qualquer ângulo que se olhe esse caso de agressão do Roger há algo errado. A estratégia do departamento jurídico do Cruzeiro foi não comparecer ao julgamento.

O clube, então, pediu a anulação do julgamento porque seu advogado, Sérgio Rodrigues, que acompanharia o armador no TJD-MG, alegou problemas particulares para não ir à sessão.

O jogador, que também não foi ao tribunal, foi julgado sem defesa. Mas porque o Cruzeiro não mandou outro advogado? Sérgio Rodrigues seria o único competente para tanto no clube? Essa estratégia é manjada e contribui para a impunidade.

Licença para agredir

Não sei se Roger pensou nisso antes de agredir Danilinho ou mesmo o departamento jurídico do Cruzeiro e os integrantes do TJD-MG, mas o que está sendo dito e reafirmado enfaticamente, inclusive para as milhões de crianças que acompanham seus ídolos, é que um jogador tem licença para agredir. O que Roger fez e o que é permitido pela Justiça Desportiva, no caso especifico o TJD-MG, são péssimos exemplos para todos em termos de ética e convivência humana.  

Quem deve lamentar…

Quem deve estar lamentando o episódio é o América. Roger foi decisivo nos dois gols celestes contra o Coelho neste domingo, no primeiro jogo da semifinal. Além de marcar um gol, foi dele o chute que resultou num rebote para Bobô balançar as redes. É um ótimo exemplo de como a impunidade pode interferir no resultado de um jogo e/ou campeonato.

A Tempo

Existe no nosso país um caso de jogador punido criminalmente por uma agressão dentro do gramado. O Caso é citado no livro “Curso de Direito Penal – Parte Especial – Volume 2“, do jurista Fernando Capez, páginas 147-148:

“Em 1989, um jogador do Grêmio Porto-Alegrense, em uma partida válida pela Copa do Brasil, desferiu um pontapé no rosto do centroavante do Palmeiras, o qual já estava caído, com a partida momentaneamente interrompida. Tal fato nada teve a ver com o esporte, sendo o caso tipificado como lesões corporais (o jogador acabou condenado criminalmente)”.

Os jogadores citados acima são Darci, do Grêmio, e Mirandinha, do Palmeiras.

Vídeo

Confiram abaixo o lance polêmico envolvendo Roger e Danilinho. Reparem que Roger não se contenta em dar apenas uma cotovelada. Ele usa todo o peso do seu corpo para desferir o golpe. É algo claramente premeditado e consciente.

Portanto, o novo julgamento deveria ser marcado o quanto antes e a pena, na verdade, deveria ser aumentada, pois quatro jogos apenas ficou barato para este crime.

Este novo julgamento, se acontecer, deveria questionar Roger também sobre a incitação à violência no final da partida. Roger provoca a torcida do Atlético ao mostrar um “6” com as mãos, referência clara à goleada aplicada pelo Cruzeiro no ano passado.


Juliano Paiva é jornalista formado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Atualmente editor do Dom Total, Paiva trabalhou nos jornais O Tempo, Hoje em Dia e no extinto Diário da Tarde, tradicional periódico de Belo horizonte fechado pelos Associados Minas em julho de 2007. No DT, começou como repórter da editoria Cidades, mas, na época do fechamento do jornal, fazia cobertura esportiva. Também foi responsável pela cobertura de jogos do Campeonato Brasileiro para a Folha de São Paulo no segundo semestre de 2007.


Diferenças entre “atitude”, “falácias” e burrice!

Fala-se muito em “atitude” no esporte, onde se cobra postura vencedora de atletas, treinadores e dirigentes.

Um dos exemplos mais citados é o do Didi, na Copa do Mundo de 1958, quando o Brasil tomou o gol na final contra a Suécia, aos quatro minutos de jogo. Buscou a bola no fundo das redes, caminhou em passos firmes, porém, calmamente até o centro do gramado, enquanto pedia calma e orientava os companheiros. Cinco minutos depois, o Brasil iniciou a virada e a goleada da conquista do primeiro Mundial.

DIDIDidi é o segundo agachado, da esquerda para a direita, ao lado de Garrincha, no Brasil de 1958

Ouvi de Wilson Piazza uma história emblemática do famoso 3 x 3 de 1967 entre Atlético e Cruzeiro, no Mineirão. Tostão saiu machucado aos 8 minutos; Procópio foi expulso aos 25; o Galo vencia por 3 x 0, e se vencesse seria campeão, diante de 90.838 pagantes, maioria absoluta alvinegra.

No intervalo, descendo as escadarias para o vestiário, os jogadores do Cruzeiro ouviram o estádio quase todo cantando: “É ou não é, piada de salão, time de viados, querer ser campeão!”.

Durante a fala do técnico Orlando Fantoni, Piazza pediu a palavra e mexeu com os brios dos companheiros em tom de cobrança: “Vocês estão escutando o que eles estão cantando? Eu não sou viado e tenho certeza que aqui ninguém é; então temos que mostrar isso pra eles no segundo tempo”.

Em 15 minutos o Cruzeiro fez três gols, dois de Natal e um do próprio Piazza, e aos 44, Zé Carlos, bateu uma falta no travessão atleticano.

TRAVEFalta de Zé Carlos explode na trave do goleiro Hélio, aos 44 do segundo tempo.

E no jogo seguinte, o Cruzeiro ganhou o tri-campeonato.

Vejam essa declaração do Serginho, líbero do vôlei do Cruzeiro, Campeão da Superliga, sábado, depois da final:

“Já quebrei um troféu de melhor jogador da partida em 23 pedaços e dei para todos os meus companheiros. Esse prêmio [de melhor defesa] é importante, mas não é nada que se compare ao título porque no Cruzeiro o que importa é o trabalho de equipe”.

SERGINHOSerginho do Cruzeiro/Sada

Mas muitos confundem “atitude” com falácias, arrogância ou soberba, e quebram a cara.

O próprio Cruzeiro já viveu isso, na véspera e no dia da decisão da Libertadores contra o Estudiantes, em 2009, quando considerava “favas contadas”. Jogadores discutiam o valor do prêmio pelo título e Zezé Perrella dava entrevistas na Toca da Raposa, dizendo que naquele ano voltaria a brigar pelo único título que não tinha, que era o de Campeão do Mundo”.

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Deu no que deu!

Também está na história o vacilo do Cerezo, em 1977, na final do Campeonato Mineiro, quando ao chegar ao hall do Mineirão, pegou a Taça que estava exposta e disse que enquanto ele, Paulo Isidoro, Marcelo e Reinaldo jogassem juntos, o Galo não perderia para o Cruzeiro “de jeito nenhum”.

Pois deu Cruzeiro, com Revétria virando herói celeste.

CAM77Cerezo, penúltimo à direita, ao lado de Vantuir; Paulo Isidoro, Reinaldo e Marcelo Oliveira, três últimos, agachados

Desde que foi posto para fora do Cruzeiro, pelo técnico Adilson Batista, o atacante Alessandro passou a confundir as bolas e ao invés de ter birra só do Adilson, chamou a instituição para essa birra.

Ora, ora! Um equívoco de todo tamanho (para não dizer burrice). O Cruzeiro e qualquer clube é maior que qualquer jogador. Os profissionais passam e o clube fica, renovando sua torcida, perpetuando-se na história.

Até o Santos sobreviveu a Pelé.

Alessandro não tem o direito de envolver os clubes que defende nessa sua questão pessoal. Se quiser desabafar contra o Adilson, que fique à vontade, mas o Cruzeiro não tem nada com isso e muito menos a sua torcida.

ALESSANDROFoto do Superesportes

Nestes jogos da semifinal do Mineiro, Alessandro prejudicou todo o América, ao provocar o Cruzeiro com este gesto.

De repente, uma situação que poderia estar menos difícil, voltou a exigir esforço muito maior, por causa de um mero capricho pessoal de um jogador, de daqui a alguns meses ou até semanas, não estará mais no clube.

Além de ouriçar os jogadores do Cruzeiro, que pareciam já resignados com os 3 x 0, deu munição a Roger, Wagner Mancini e Cia., que estão fazendo todo este escarcéu para motivar o próprio grupo e a torcida.


Falácia demais e futebol de menos

Do site Guerreiro dos Gramados, mais um ótimo texto da Viviane Rodrigues:

* GDG – Por: Viviane Rodrigues

Está na hora de jogar mais e falar menos. O que o Cruzeiro mostrou até agora foi que quando pega um adversário um pouco mais organizado tem dificuldades. Foi assim contra Atlético, América e Chapecoense. 

Parar de dar entrevistas na zona mista não resolve o problema das polêmicas , já que na primeira oportunidade que têm os atletas cruzeirenses abrem a boca para falar bobagens. Aí o foco do futebol, que anda fraquíssimo e muito feio, é desviado.

As desculpas são sempre as mesmas. Na Copa do Brasil, em Chapecó, o gramado e a iluminação teriam atrapalharam o time. Mas no jogo da volta, em Sete Lagoas, onde está acostumado a jogar, o que ficou exposto foram as falhas do time. Muito chutão da defesa para o ataque. Pouca criatividade no meio-campo (porque com Marcelo Oliveira e Guerreiro não pode se esperar muita coisa além de faltas e muitos passes errados), principalmente quando Montillo é bem marcado. Laterais que não sabem marcar, muito menos apoiar. E atacantes que perdem gols incríveis. E a defesa???

Bom, a defesa erra muito, mas acho que não há milagre para um time desestruturado, e aí é a defesa quem paga o pato, junto com o goleiro, que no caso de Fábio ainda salva mais que falha, por isso é poupado das criticas da torcida. Quando vejo o Cruzeiro jogando enxergo atletas que tentam resolver através do individualismo. Muitos passes errados, muita falta, péssimas finalizações. Não é possível observar uma jogada ensaiada. São muitas as falhas no sistema defensivo e nos últimos cinco jogos tomou o gol primeiro e teve que buscar uma reação.

Alguém vai dizer que o time está jogando com raça. E digo que raça somente resolve se estiver aliada à Q-U-A-L-I-D-A-D-E!! Se raça ganhasse jogo o Uruguai seria campeão de tudo. A raça faz diferença quando os adversários se equivalem técnica e taticamente, aí quem tem mais gana conquista a vitória.

Ao fim do jogo contra o América ouvi comentários de que foi uma derrota com sabor de vitória. Como assim? Será que estou ficando louca? Foi derrota com o sabor amargo da derrota, perder não tem outro gosto. Vale lembrar que se o América não perder no próximo jogo o Cruzeiro estará eliminado.

O falatório

No clássico contra o Atlético a desculpa foi Danilinho e suas supostas provocações. Contra o América a desculpa foi a comemoração de Alessandro. Mas não vejo ninguém perguntando sobre as finalizações erradas. Ou as falhas da zaga que proporcionam os gols dos adversários.

O pior é que sempre vejo Roger no meio disso tudo. Logo ele que não vem jogando bem. Mas ele merece parabéns, porque sua estratégia tira o holofote dos erros e da limitação do time. Quem fala o que quer ouve o que não quer. Afinal foi o meia que iniciou as provocações quando disse que o América sempre faz uns “timezinhos chatos”. É possível que os americanos tenham entendido a declaração como provocativa e pejorativa. A resposta foi dada em campo, com bola na rede.

Até meus 12 anos, mais ou menos, acompanhava o time amador que foi fundado pelo meu pai e cansei de ouvir coisas piores do que as reclamações que ouço de jogadores de futebol. Vá para um campo de várzea e preste atenção nas provocações. Jogadores que são tratados com muita mordomia, comendo do bom e melhor que é possível, viajando de avião para os quatro cantos do país, hospedados nos melhores hotéis, deveriam ter vergonha de abrir a boca para reclamar de qualquer coisa, pois fazem parte de um grupo pequeno de privilegiados. O problema é que quando eles falam as asneiras acham normal. Quem segue Wallyson no twitter sabe o quanto ele zoa com os adversários mineiros.

Está ficando muito chato acompanhar o futebol e o que o cerca. Fala-se de quase tudo, menos de futebol. Quem vai ter coragem de falar que o Cruzeiro não tem lateral há pelo menos dois anos? Que o setor de meio de campo foi desfeito em 2011 e que Montillo não tem com quem jogar? Que Wellington Paulista, Anselmo Ramon, Bobô e Fábio Lopes são jogadores no máximo para um Guarani de Campinas ou um Ipatinga? Que a categoria de base do Cruzeiro não consegue revelar bons jogadores (não falo de craque, preste atenção) mesmo com a estrutura que tem? Que empresários colocam e tiram atletas quando querem no clube?

Gostaria de falar apenas de futebol, mas com a falta dele em campo…..

Espero que as apostas em Alex Silva e Souza deem resultado porque bola eles já não jogam há um bom tempo. E que venha rápido pelo menos um lateral. Enquanto isso, “andar com fé eu vou, que a fé não costuma falhar”. Fé no que ainda tem de bom (pouco) no futebol. Porque apesar de tudo eu sou Cruzeiro sempre!

* http://www.guerreirodosgramados.com.br/index.php/colunas-cruzeiro/tiro-livre/4525-falacia-demais-e-futebol-de-menos