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Exageros da mídia inglesa e as tragédias não ocorridas

O tempo passa depressa e a Olimpíada de Londres já termina depois de amanhã. Sem se cumprir as previsões dramáticas da imprensa inglesa, que anunciava ao mundo todo tipo de problema de “seguramente” ocorreria aqui. Trânsito, segurança, vagas em hotéis, greves de incontáveis categorias e por aí vai. Nada faltou em matéria de destaque negativo para espantar os londrinos da cidade e evitar que muita gente viesse. Até a previsão do tempo foi equivocada. Agências de notícias e jornais ingleses espalharam que só teríamos um dia de sol, o da abertura, e que a temperatura seria baixa durante a maior parte dos Jogos. Pois, foi exatamente o contrário. A maioria dos dias têm sido de muito sol, calor e nenhum problema para incomodar a quem é daqui, mora aqui ou veio para curtir Londres’2012.

Muito se falou também que a cidade ficaria descaracterizada por causa do aparato de segurança, que incluiria até misseis nos terraços de prédios públicos e residenciais.

Mães Dinah

Não vi nenhum até agora e nem tive notícia de alguém que tenha visto ou sido incomodado por alguma coisa relativa ao trabalho da segurança. Das instalações esportivas para as competições, condições de trabalho para a imprensa, acessibilidade para o público, principalmente para os portadores de necessidades especiais, nada deixou a desejar. A única reclamação foi em relação a um problema que parece ser eterno e mundial: a aquisição de ingressos. Muitos estádios e ginásios vazios e milhares de pessoas querendo e não conseguido comprar. Muitas explicações são dadas, mas nenhuma convincente até agora.

Vivência na pele 

A melhor explicação que tive até agora foi de alguém que viveu o problema: comprou pela internet o ingresso para alguns eventos com muita antecedência. Mas em função de seu país ter sido eliminado antes, ou nem se classificado naquela modalidade para vir a Londres, tentou vender aqui, mas quase foi preso. Para tentar coibir a ação de cambistas a Inglaterra criou leis apertando a repressão à venda de ingressos fora das entidades e agências autorizadas para tal. E a polícia aqui age forte para cumprir com as suas obrigações.

Onde a lei vale

Muita gente, de boa fé, tentou revender o seu ingresso, que não lhe interessava mais, pelo mesmo preço que adquiriu e quase foi presa.

Um exemplo que me foi dado pelo Bruno Ferreira, de Belo Horizonte, que estuda e mora aqui a alguns meses: comprou pela internet, por R$ 800,00 o ingresso numa boa posição para a final do futebol masculino, onde ele previa que o Brasil estaria. Caso o Brasil não se classificasse ele não iria assistir Coreia do Sul x México.

Nem pensar

E nem tentaria vender o seu ingresso, pelo mesmo valor que pagou, porque correria o risco de ser preso, como muitos, que ele viu sendo detidos, quando enfrentou duas horas de fila para retirar o seu ticket num posto oficial de entrega a quem comprou pela internet, meses antes.

E assim, milhares de pessoas, do mundo, que estão aqui, agiram em relação aos seus casos específicos.

É comum vermos policiais lavrando ocorrências com pessoas que agem na ilegalidade nas ruas de Londres. Tenho visto ambulantes, pedintes e tanta gente que tenta desrespeitar as leis por aqui.

Sem refresco 

São tantos esportes e tantas modalidades, que o volume faz de diferença quando a TV mostra as cadeiras vazias em ginásios e estádios de competições envolvendo masculino e feminino da natação, vôlei, basquete, judô, futebol, basquete, badminton e etecetera, etecetera e tal.

No mais, tudo transcorre bem, inclusive algumas modalidades que os brasileiros esperavam medalhas na reta final, como o vôlei masculino, feminino e até o futebol, que possivelmente vai chegar lá, pela primeira vez na história, amanhã, contra o México.


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Comentários:
2
  • Pedro Estrela disse:

    Esse Brunão é uma peça!

  • Alisson Sol disse:

    A imprensa inglesa é a mais exagerada do mundo. Os tablóides parecem coisa do filme “Homens de preto”, e chegaram ao exagero da espionagem para gerar notícia.

    Por outro lado, como você bem disse, a lei funciona. Se publicarem algo comprovadamente falso sobre você, o processo começa e termina ainda durante sua vida, e você ganha um dinheirão.

    O principal: cobram dos políticos como águias. Examinam cada reembolso pedido pelos MPs (equivalentes ao nossos deputados) e já fizeram uma MP devolver o valor do filme pornô que o marido incluiu no pay-per-view da conta de TV a cabo pela qual ela pediu reembolso (link). Nem ela havia notado. Advinha se ela foi reeleita…

    Prefiro os exageros da imprensa inglesa!