Blog do Chico Maia

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Onde está e onde não está a ética? O que você faria?

Aproveitando que a bola ainda não está rolando pelos gramados do país afora, vamos divagando e filosofando sobre coisas importantes para o nosso dia a dia.

Falar em ética é complicado, principalmente no Brasil, onde a “Lei de Gérson” vigora em todos os cantos do país, em todas as atividades profissionais.

Jornalista se depara com situações delicadas e vejam que exemplos interessantes; um vivido por mim, e outro, envolvendo grandes nomes do jornalismo mundial, focados na fotografia.

O assunto vale também para leitores trogloditas, sem educação, infelizes, que para discordar de alguém, agridem, baixam o nível e não há outro caminho que não seja a lixeira ou o spam para suas mensagens; para nunca mais serem lidos.

Gosto demais do diálogo com leitores, principalmente nas divergências, pois enriquece o debate, gera conhecimento mútuo e no fim, tudo se acerta, quando há bom senso e inteligência.

E, modéstia às favas, o nível da maioria absoluta dos meus leitores, é da prateleira de cima.

No dia 26 de novembro do ano passado, publiquei os maiores salários dos treinadores do mundo e do Brasil.

Dia 27 o Guilherme Lopes, que ainda não tive o prazer de conhecer pessoalmente, escreveu-me:

 * “Ô Chico, estava com o comentário abaixo pronto para ser enviado para o seu blog. Como falei mais cedo com outros dois jornalistas, segue o que eu iria publicar no blog, mas preferi enviar somente para você.

Ô Chico, não faz isso. Sempre te achei um cara sensato.
Você pode não concordar com os valores, não achar mérito ou outra coisa.
Mas daí dar eco, ficar republicando valores de salários de funcionários de instituições privadas, não é legal.
Isso compete a quem recebe e quem paga.
Acho uma falta de privacidade e ética.
Será esse o papel do jornalismo?
O que você acha?”
Guilherme Lopes

 

Respondi a ele:

Pois é, Guilherme!
Pensei nisso também antes de escrever.

Mas depois de ouvir em todas as rádios possíveis e ler em todos os sites e portais dos maiores veículos de comunicação do país, republiquei.
Mas o seu questionamento é totalmente válido porque abre o debate.
Os técnicos trabalham para instituições privadas, mas existe coisa mais pública que um clube de futebol no Brasil?
O que você acha?
Vamos trocando idéias, pois isso pode render uma coluna inteira nessa época de fim de ano quando a bola para.
Ótima discussão; ótima pauta.

 

O Guilherme replicou:

* “Ô Chico, fiquei feliz com a sua reflexão e resposta. E claro que vamos debater.

Só que nos próximos 12 dias terei acesso limitado, e também não vou querer ficar conectado, pois estou indo visitar Lisboa e Madrid.”

 

 

No dia 11 de dezembro o Guilherme voltou a me escrever:

* “Ô Chico!

Cheguei de viagem agora.

E aproveitei bastante as duas capitais!

Os destaques de Lisboa foram os tradicionais pastéis de Belém, a região do Parque das Nações e o bacalhau! Aproveitei para assistir umas apresentações de fado gratuitas na FNAC. E lá, um português muito simpático, o seu Augusto, me indicou o restaurante que ele come o bacalhau.

O pão, vinho, bacalhau, a sobremesa e o café. Tudo bem farto, por 8 euros! Anota o nome do restaurante aí: Super Mário. É só lembrar do personagem do vídeo game.

Aproveitei também e fui assistir um jogo de futebol no estádio da Luz. Você já foi lá?

O jogo foi da equipe B do Benfica, contra a equipe B do Marítimo, e entre os brasileiros estava o atacante Alan Kardec, ex Vasco, Internacional e Santos.

Em Madri, além dos museus com M maiúsculo, o Museu do Prado e o Reina Sofia (aproveitei para visitar no horário gratuito, é só conferir no site) eu me esbaldei com as tapas. Visitei vários bares e restaurantes e sempre pedia no balcão uma caña (cerveja pequena) e que sempre vinha acompanhada de algum tira-gosto (as tapas). Excelente.

Cada cervejinha de 200 ml bem gelada vinha acompanhada de um pratinho. Algumas vezes eram saborosas azeitonas, batatinhas fritas, sardinnhas fritas, jamón e outras delícias.

E um dia, assistindo um pouco de TV portuguesa, vejo uma mesa redonda e o tema era: o salários dos técnicos de futebol.

Hehehe… até por lá!”

 

 

E no dia 16 de dezembro o Guilherme enviou um último e-mail sobre o assunto:

* “Ô Chico,

olha o que eu achei por acaso, e que tem relação total com a nossa conversa (e fora que é o atual técnico da seleção). 

https://www.youtube.com/watch?v=-45S5cZDI9E

Por mais que o tom seja agressivo, eu imagino que ele pensou na família dele.

Abraço, 

Guilherme Lopes”

—————————–

Detalhe importante: nem sei para que time o Guilherme torce!

Agora, vejam que interessante essa coluna da “ouvidora” da Folha de S. Paulo, no dia 9 de dezembro, coincidentemente, mesmo período em que eu e o Guilherme discutíamos sobre a validade ou não de se divulgar os salários dos treinadores:

* “Ombudsman”

SUZANA SINGER  

O que você faria?

Foto de um homem prestes a ser atropelado pelo metrô levanta discussão ética sobre frieza da imprensa

METROEmpurrado para os trilhos, Ki-Suck Han, momento antes de morrer 

 

A imagem de um homem prestes a morrer atropelado por um trem de metrô está rendendo uma grande discussão sobre ética jornalística no mundo. O fotógrafo não deveria ter ajudado o homem em vez de ficar clicando? Faz sentido publicar uma imagem tão trágica?

Tudo aconteceu em 22 segundos. Na noite de segunda-feira passada, na estação de Times Square, em Nova York, um homem parecia discutir com um mendigo na plataforma. De repente, houve uma espécie de suspiro coletivo. Ki-Suck Han, 58, tinha sido empurrado pelo mendigo para os trilhos.

O fotógrafo freelancer R. Umar Abbasi estava lá, esperando a condução para cumprir uma pauta. Viu Han caído e começou a clicar. O trem se aproximava. A vítima tentou sair, mas não deu tempo.

A foto foi a capa do tabloide “New York Post” no dia seguinte, com a manchete, de extremo mau gosto, “CONDENADO”, seguida de “Este homem está prestes a morrer”.

Choveram críticas à atuação do fotógrafo e do jornal. Abbasi foi a um programa de TV para se explicar. Disse que não estava preocupado em fotografar o acidente, apenas usava o flash para chamar a atenção do condutor do trem. Desfiou outras justificativas: não teria dado tempo de ajudar Han, teve medo de ser empurrado também, não teria forças para puxá-lo.

Havia outras pessoas na estação, mas ninguém se mexeu.

A polêmica lembra a que envolveu a famosa fotografia da criança famélica espreitada por um abutre, tirada no Sudão em 1993. A imagem premiada, símbolo da luta contra a fome, tornou-se motivo de orgulho e tormenta para seu autor.

ABUTRE

Kevin Carter era um dos quatro membros do Clube do Bangue-Bangue, apelido que a trupe de destemidos fotógrafos recebeu por seu trabalho na África do Sul, no período violentíssimo entre a libertação de Nelson Mandela (1990) e sua eleição para presidente (1994). O grupo registrou toda sorte de tragédias e ganhou fama internacional.

Questionado sobre por que não ajudara a criança moribunda, Carter deu diferentes versões: disse que não era preciso porque havia um centro de distribuição de alimentos perto dali, que enxotou o abutre, que ela se levantou sozinha… Um ano depois de ter produzido a imagem, Carter, que tinha vários problemas, inclusive com drogas, matou-se.

Como regra geral, repórteres e fotógrafos não devem intervir nos acontecimentos. O papel deles é registrar os fatos, o que não é pouco, principalmente em situações extremas como guerras e epidemias.

Mas existe, é claro, a linha da solidariedade humana, o momento quando se age por instinto para tentar salvar quem está ali.

Colega de Carter no Bangue-Bangue, João Silva estava no Afeganistão em 1994, quando ouviu uma explosão. Viu emergir da poeira um pai carregando o filho ferido. Em vez de clicar, correu para ajudar. A criança morreu no hospital.

Fotografar teria levado segundos, não mudaria o destino do garotinho e poderia ter rendido uma cena que comovesse o mundo. “Eram imagens de guerra muito boas, mas decidi não bater. Nunca tinha feito isso. Mas a morte da criança acabou tornando meio sem sentido o gesto humanitário”, escreveu o fotógrafo no livro “O Clube do Bangue-Bangue” (Companhia das Letras, infelizmente fora de catálogo).

Casos extremos como o de Nova York ou do Sudão alimentam a imagem de frieza da imprensa, de jornalistas como “eunucos éticos”, nas palavras de David Carr, colunista de mídia do “New York Times”.

Diante da imagem arrepiante do homem sem esperanças nos trilhos, a reação usual é apontar culpados: não apenas o sujeito que provocou o acidente, mas aquele que registrou tudo e ainda quem teve o sangue-frio de publicar. A foto incomoda porque transporta o leitor até a cena e o faz se perguntar “eu teria me arriscado a ajudar o homem?”

A melhor opinião veio de um “herói do metrô de Nova York”. Em 2009, o ator Chad Lindsey pulou da plataforma para retirar um homem que tinha caído na linha do trem. Em vez de condenar a atitude do fotógrafo, Chad lembrou o medo que aqueles trilhos provocam e disse: “Você nunca sabe como suas pernas vão reagir até serem testadas”.


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Comentários:
44
  • Julio Celeste-Lagoano disse:

    Infelizmente temos espalhados em todo o mundo pessoas com câmeras que se dizem repórteres mas que são verdadeiros abutres. É a imprensa abutre.

  • DEO CLECIANO disse:

    *** cara é uma coisa quando meu amigo estava ja afogado se debatendo nas ondas do vidigal pensei e cheguei a me aproximar do abismo para resgatar o corpo mas vi que ja estava morto e eu não sabia nadar fui em busca de ajuda na cabine do corpo de bombeiros e tinha só 24 anos época de impulsividade .hoje tou vivo e acho que fiz o certo é difícil seres racionais tem este comportamento ai me embaralhou.cara nossa mexeu**** azul 2013

  • Elton Sousa disse:

    Amigo Chico, sou comentarista esportivo da Rádio Clube de Patos de Minas e gostaria de saber por onde andam os seguintes cronistas esportivos, dos quais tenho saudade em ouvi-los: Waldir Rodrigues, Lucélio Gomes, José Calazans, Luiz Otávio Pena, Tancredo Naves, Aloisio Martins, Roberto Marques, Luiz Carlos Alves, Paulo Celso, Walter Luiz, Dirceu Pereira, Ramon Salgado, Paulo Rodrigues, Afonso Alberto, Tony José e Willy Gonzer. Obrigado amigo e feliz 2013. Abraços, Elton Sousa.

    – Presidente Olegário – MG

  • juliano coelho disse:

    Ótimo texto.

  • alex disse:

    E vc chico , ajudaria ? Tenho certeza que sim. Quanto aos acidentes com trilhos deveria existir uma forma de protecao para que ninguem caisse la. Abracos

  • Raws disse:

    Um dia alguém escreveu, “ética é aquilo que não precisa ser escondido de nossos filhos”, e aí vem a pergunta, será que o filho desse fotógrafo, um dia não questionará a atitude do pai?
    Quem sou eu para julgar, principalmente por nunca ter vivido algo parecido e ser heroi não é para qualquer um, porém fico pensando, e se fosse um amigo do mesmo, se fosse um parente do mesmo, será que a atitude seria a mesma? Deixo a frase de uma música religiosa, que a passos de tartaruga venho tentado seguir e demonstra minha opnião:
    “PROVA DE AMOR MAIOR NÃO HÁ, QUE DOAR A VIDA PELO IRMÃO”

  • luiz disse:

    Caro Chico Maia,
    Agora, tem o Portal da Transparência no serviço publico federal (escrito com letras minusculas de propósito, tal o descaso que o funcionário público está vivendo). Lá você verá os salários de todos os servidores, com exatidão. Verá também a discrepancia entre os diversos Ministérios. A mesma função com salarios 4..5 vezes de diferença.
    Acesse-o por favor e depois comentaremos aqui no Blog.
    Existem salários exorbitantes, como também ínfimos em sua grande maioria.
    E as empresas terceirizadas??? O maior cabide de empregos!
    Um funcionario de carreira, com 35 anos de casa ganha 4.600,00.. um outro, terceirizado, trabalhando na mesma sala, com as mesmas atividades e 1 ano e meio de casa. ganha 6800,00.E o pior, subalterno do funcionário de carreira. É de doer!
    Falar o quê?!
    Desculpa, mas precisava dizer isso.
    Abração

    Luiz

  • Carlos Santana disse:

    Chico o seu Blog virou uma deliciosa obrigação para mim.

  • Carlos Santana disse:

    Concordo com o ponto de vista do Guilherme em relação aos salários.

    Fotografar teria levado segundos, não mudaria o destino do garotinho e poderia ter rendido uma cena que comovesse o mundo. “Eram imagens de guerra muito boas, mas decidi não bater. Nunca tinha feito isso. Mas a morte da criança acabou tornando meio sem sentido o gesto humanitário”, escreveu o fotógrafo no livro “O Clube do Bangue-Bangue” (Companhia das Letras, infelizmente fora de catálogo).
    João Silva estava no Afeganistão em 1994, quando ouviu uma explosão. Viu emergir da poeira um pai carregando o filho ferido. Em vez de clicar, correu para ajudar. A criança morreu no hospital.

    Meu comentário: a atitude dele entrou para a história.

  • Gilmar disse:

    Na minha opinião e visão sobre mais este fato terrível e monstruoso, o que aconteceu “e acontece muito mundo afora”, é a triste constatação do quanto estamos ficando cada dia mais egoístas e mesquinhos.
    Basta dizer que se lá estivesse alguém para nós com alguma “importância”, qualquer uma, não pensaríamos duas vezes. Largaríamos tudo e tentaríamos salvar a pessoa.
    A pessoa que teve a chance de fazer um bem, o fotógrafo, com certeza será perseguido pelo resto da vida por assombrações.
    Alguém duvida?

  • tom vital disse:

    Vivemos hoje,o que se convencionou chamar:Sociedade Do Espetáculo.Mas acho que o papel do Jornalista é registrar o momento e divulgar o fato.E se for possível ajudar…Mas caso ele não tenha como ajudar,não deve ser condenado por isso.Pois a reação das pessoas diante do inusitado,varia de pessoa para pessoa.E nem todo ser humano tem vocação para ser o Super-homem !

  • J.B.CRUZ disse:

    Nossa consciência é o maior JUIZ….

  • Evandro disse:

    Ótimo texto Chico! Ele é crítico e aponta para que todos reflitam sobre os valores humanos. Por um lado é chocante colocar o leitor na hora h, e transformar isso em manchete jornalística. As imagens impressionam. Entretanto, é lamentável perceber que algo poderia ser feito para salvar a vida daquele homem e saber que o mesmo faleceu é um sentimento de impotência, de incompreensão. Por mais que o fotógrafo argumente, ficou ruim pra ele ter feito o que fez.

    É relevante abordar o tema pois já vi pessoas filmando e fotografando pessoas mortas em rodovias ou em suicídios nos grandes centros. Não é legal ver gente comum brincar de ser policial ou jornalista por um dia.

    Um abraço Chico,

  • Paulo Koller disse:

    Chico e amigos, não sou jornalista, nem especialista da matéria, mas acredito que o maior problema que o jornalismo atual enfrenta é a “pauta orçamentária”, quando os interesses econômicos, ecumênicos e “ecológicos” dos grupos de mídia falam mais alto que a pretensa independência jornalística.

    Para ficarmos somente na nossa “praia”, que é o esporte e eventualmente política, explico meu ponto de vista e consequente desapontamento:

    a) fui entusiasta da Folha quando fazia faculdade. Fui, inclusive, assinante do jornal. Para nós, leigos, tratava-se de uma publicação realmente diferenciada, plural e, teoricamente, apolítica. Meu entusiasmo desmoronou quando houve a transição Collor/Itamar/FHC. Collor era inimigo declarado do jornal desde antes da sua eleição, e “apanhou” muito. “República das Alagoas” era a alcunha do governo. Depois, Itamar, “Republica do Pão de Queijo” e tome deboche, crítica, ironia… FHC assumiu e, do começo do primeiro ao final do segundo mandato, a chamada era “Governo FHC”. Que pluralidade, que nada…

    b) Cosme Rimole: o achava combativo, não tão bairrista quanto outros colegas da mídia nacional (acho o Kfouri, por exemplo, ético, mas com dois pesos e duas medidas e uma certa preguiça conosco, mineiros), mas principalmente, um sujeito “independente”. Mandei um post ao seu blog criticando a Record pela postura nas negociações com os clubes. Não publicou. Mandei outro, TAMBEM sem palavrões, afrontas ou ofensas, somente criticando a Record. Até ontem, ele não havia publicado. Se tivesse criticado a Globo, tenho certeza que seria publicado..

    Parabéns pela tolerância e diálogo aberto conosco.

  • Alexandre Luiz disse:

    Ótimo texto. Parabéns!

  • João Sergio Mota Bacurau disse:

    Caro amigo, Sou da mesma cidade do jogador ceará do Cruzeiro e sou professor de ed. física, tabalho com alunos de 11 á 16 anos e tem alguns com grande potencial

    – Crato-Ceará

  • Isabella disse:

    Oi Chico, na minha opinião, nada, absolutamente nada, justifica colocar o êxito profissional acima da vida de um próximo. Essa cena do metrô é muito chocante e realmente acho o debate e a enxurrada de críticas muito válida. Ele poderia não ter conseguido salvar o rapaz, mas jamais poderia ter deixado de tentar ajudar.

    Obs: você viu que o Gremio anunciou o amistoso Brasil x França para o Olímpico? Que bela força política essa do nosso Estado heim?

  • ely borges disse:

    Chico, o galo nao aceitando jorgar no Mineirão nas condiçoes atuais ja vão afastando os compradores de camarotes, e até o jogo da cbf x frança ja mudou para porto alegre. Quem vai dá conta de dá espetáculo e o lucro fica somente com Minas arena. Só o cruzeiro que ainda nao viu isso. Nao sei se por temosia ou por está achando que vai encher o estadio contra guarani, nacional, caldense e por ai vai. O Gilvan está tentando fazer a maior pressao para o galo ir jogar lá, com certeza a mando da minas arena.

  • marceloN disse:

    Legal o texto, principalmente a parte das fotos.

    Tem um filme que retrata essa relação imprensa-fatos.
    Se não me engano chama “O Quarto Poder” ou em ingles “Mad City”, onde uma equipe de reportagem acaba interferindo nos acontecimentos em que estavam cobrindo.

    Me lembro que o consagrado jornalista da história (Dustin Hoffman) fala para a estagiária algo do tipo (quando ela deixa de filmar a parte mais importante do acontecimento): “Antes de qualquer coisa, voce precisa se decidir se será a jornalista ou se será parte da história.”.

  • Antônio CATÃO Jr. disse:

    Ética! Bom tema para debate! Bem disse a Isabelle, o que a delimita?
    Vocês, amigos do blog, deixariam um paciente, Testemunha de Jeová, falecer ou transfundiriam sangue nele?
    Assumiriam um plantão sem as mínimas condições de trabalho (falta de material, pessoal, acomodações), ou não fariam o plantão, mesmo sabendo que seriam o único médico num raio de 100Km?

  • Carlos da Mata disse:

    Chico,

    Veja essa, mais uma “bola nas contas” que Minas Gerais toma…

    “Inicialmente no Mineirão, amistoso entre Brasil e França será na Arena do Grêmio”.

    http://www.mg.superesportes.com.br/app/noticias/futebol/atletico-mg/1,9,1,307/2013/01/11/noticia_copa_do_mundo,239163/inicialmente-no-mineirao-amistoso-entre-brasil-e-franca-sera-na-arena-do-gremio.shtml

  • Rodrigo AR disse:

    Desculpem-me por ficar apenas em assuntos acessórios:
    1. Tenho comentado nos últimos anos: lazer caro é no Brasil. Shows, restaurantes, cinema, etc… bem mais caro que UE e EUA.
    2. No vídeo a resposta do Felipão foi atacar também a vida privada do repórter: descer do tamanco holandês. KKKKKKKKK. Duas porretadas, bem no seu estilo.

  • Ricardo Pinto disse:

    Esta imagem do homem nos trilhos, é realmente chocante. A da criança eu já conhecia, e não deixa de ser, também aterrorizante.

  • André Corrêa disse:

    Finalizando:

    Penso assim, mas não condeno sua atitude em divulgar salários dos treinadores. Esse é o preço que pagam por espetacularizarem o futebol, transformando-o em algo indispensável na vida da maioria dos brasileiros.

    Se os próprios empresários usam a imprensa para plantar valores mentirosos a fim de forçar negociações, não serão os jornalistas que carregarão as cruzes de anti-éticos ao listar dados que a todo momento são alardeados por aí.

  • André Corrêa disse:

    O grande problema, Chico, é que os ideais éticos quase sempre são sobrepostos por questões econômicas. Por mais que a foto do homem nos trilhos seja chocante, tenha certeza que o jornal deve ter vendido como nunca. Assim, seus donos devem estar ávidos por novas imagens do tipo.

    A regra vale para qualquer coisa do tipo – eu me lembro muito bem do extinto Notícias Populares, de São Paulo, que em março de 1996 publicou as fotos dos pedaços dos Mamonas Assassinas espalhados pela Serra da Cantareira. Venderam muito e ninguém quis saber se aquilo poderia chocar os leitores, principalmente o público da banda.

    O caso dos salários também é muito sensível. Acho que toda e qualquer informação de caráter pessoal não deve sofrer nenhum tipo de ingerência. Meu chefe paga meu salário, mas se ele divulgar quanto eu ganho sem minha autorização eu posso até processá-lo por isso. Há uma inifinidade de problemas que podem decorrer da propagação indevida de dados não-públicos.

    Eu desenvolvo sistemas de informação e tenho acesso a toda a base de dados de uma empresa com quase 3 mil colaboradores; sei bem o que é isso.

  • Osnir Alves Coelho Junior disse:

    Ola Chico!!!! (me permito tratar vc assim pois ja são vários os anos acompanhando seu trabalho)

    Gostaria de fazer uma critica, pois acho vc um grande jornalista, sempre achei sua opinião muito bem embasada e coerente, desde os tempos de Minas Esportes; porém Chico seu Site/Blog é muito ruim toda vez que vou até ele buscando alguma materia sua ou opiniao sobre algum tema sempre encontro um recorte que vc fez de outra pessoa. Seu site parece uma colha de retalho de reportagens e opiniões alheias, o máximo que vc faz e colocar uma introdução sua.
    Sabendo da sua competência deixe que a opinião dos outros busquemos em outros lugares, aqui gostariamos de suas reportagens e opiniões. Ta fazendo falta a ideia de um bom jornalista mineiro como você.
    abraços

    – BH

  • Thales rosa disse:

    *chico

  • Thales rosa disse:

    Chuço dizem q ética é aquilo q fazemos quando ninguem esta vendo. Na realidade penso que ética é basicamente “amar” o próximo, ou nao faça aos outros aquilo q vc nao quer para vc…

    Esse papo do felipao de sequestro, nao acontece pq a ou b divulgou. O mundo inteiro sabe q jogador de alto nível ganha bem e isso inclui bandidos.. Eles nao gostam q divulguem os altos salários pq no fundo sentem vergonha de ganhar tanto para jogar bola em um pais onde muitas pessoas ainda passam fome….

  • Adolfo Soares disse:

    desculpe por ter saido do tema desse post. mas é que nao aguento ver coisas como essa criança da foto. realmente lamentavel ver que uma foto de 1993 , 20 anos depois, ainda é atual. infelismente a fome ainda mata os seres humanos. a desigualdade social é uma lastima.
    revoltante!!!!!!!!!!!!!!!

  • Anderson Palestra disse:

    No caso do sujeito no metrô me gerou alguns pensamentos.
    Eu acho que iria tentar ajudar e dane-se a foto, mas daí eu pensei: E se o sujeito, em um momento desesperador, te puxasse para os trilhos na hora? Como em casos de afogamento, inclusive, com o Corpo de Bombeiros aqui de MG orientando (em uma reportagem que vi) que não era para tentar salvar.
    Daí eu pensei que também poderia ficar petrificado ou as que minhas teriam ficado bambas.

    Em suma, não dá para julgar o fotógrafo, sabe-se lá o que passou na cabeça dele. O instinto dele é automático para tirar a fotografia, está acostumado, por isso não dá para condenar.

  • Alisson Sol disse:

    Infelizmente, tais situações também mostram o quanto mesmo imagens podem enganar. Pela foto publicada no blog, dá a impressão de que o fotógrafo estava ao lado do homem sendo atingido pelo trem. Não estava. O “corte” publicado aqui já não mostra toda a foto (link). Como citado na reportagem, o fotógrafo foi a um programa da TV americana mostrando a câmera com a qual estava na estação na hora do evento. A maioria dos esportistas deve já ter visto aquelas câmeras com lentes enormes de repórteres fotográficos que ficam atrás do gol. A lente dele não era tão grande, mas ainda assim era muito boa. Ele estava a uma boa distância do acidente, e não tinha mesmo como ajudar, a não ser piscando o flash. Outra coisa: o fotógrafo é um senhor que me pareceu ter mais de uns 60 anos, e totalmente fora de forma.

    Pessoalmente, sou a favor da imprensa publicar tudo o que fica sabendo. Cabe ao leitor julgar o que vai ler e o que fazer com a informação. Todo mundo sabe o nível de cada jornal/rádio/tv/blog. Sabe quais veículos vão ter fofocas de pseudo-celebridades, e quais veículos vão ter jornalistas sérios tentando publicar informações conferidas duas ou três vezes.

    Em relação ao tópico do Guilherme: há um aspecto cultural enorme neste negócio de discutir remuneração. No Brasil, é difícil conversar sobre salário. Na Europa, as pessoas falam sobre isto normalmente. Até porque muitos salários são tabelados, os sindicatos são fortes, e a “rede social” precisa saber o que fazer. É praticamente impossível demitir alguém na Europa porque o “custo” de manter aquela família vai para o governo, que precisa saber então qual o custo vai ter de absorver (tanto em termos de perda de imposto quanto em gasto com seguro-desemprego, etc.). Há até países, se não me engano a Itália, onde as declarações de imposto de renda são públicas. Nos EUA, tudo depende. Entre amigos, se fala abertamente de salário. Mas é um país onde seu salário corresponde às vezes a menos de 50% de sua remuneração. Há muito bônus por produtividade, etc. Os salários são até meio que tabelados, mas discutir o bônus de cada um seria realmente muito controverso.

  • Mauro (Cons. Lafaiete) disse:

    Chico,

    Em tempos onde os portais “transparência” divulgam livremente os rendimentos dos servidores públicos, não vejo nada demais em se dar publicidade aos salários dos treinadores de futebol por quem deles tiver conhecimento.

    Alguém pode alegar que os servidores públicos são pagos com o dinheiro do povo. Correto. Mas os interessados em saber os salários dos técnicos e jogadores não é justamente o “povo” que paga o ingresso, compra camisa e paga TV para manter o espetáculo?

    Abraço,

  • Clayton - Só Boleiro do Nova Vista/BH disse:

    Fora do assunto…

    Brasil x França, sai do Mineirão e vai pra Arena do Grêmio…

    http://www.lancenet.com.br/selecao/Gremio-confirma-Brasil-Franca-Arena_0_845315497.html

    Será que foi assim de “mão beijada” ?? Vai saber…

    É isso que dá essa mentalidade provinciana das nossas autoridades e dirigentes aqui das gerais…

  • Adolfo Soares disse:

    depois nao adianta botar a boca no mundo e ficar reclamando da qualiddaçoes do time. ainda falta o grande ananias. kkkkkkk.

    futebol nao tem misterio , nao se acha craques nas liquidaçoes de times da segunda divisao! ate pinta algum talento nesses times , mas isso é raridade .

    achar que essa quantidade de jogadores de segunda linha vai virar um time competitivo do dia pra noite é acreditar em milagre!!!!!!

    essa formula , se tudo der muito certo , daria um time mediano´, de espirito olimpico. onde o importante é participar!!!

    depois nao adianta revoltar !!!!!

  • Claudio Teixeira disse:

    Muito bem devemos sempre nos lembrar da ética, e muito bom e faz bem para qualquer pessoa…

  • Clayton - Só Boleiro do Nova Vista/BH disse:

    Com ética, não existe meio termo.

    Ou tem. Ou não tem.

  • Adir Martins disse:

    Sempre soube que a ética como um pricípio de valores e conduta. Sempre qe eu tenho dúvida em o q fazer, me faço três perguntas básicas: Posso, quero, devo? Se alguma delas me diz “não” é sinal que não devo fazer. Acredito que se todos pensassem um pouco sobre isso, nosso país estaria muito melhor em todos os sentidos e setores, não apenas no futebol.

  • Klang disse:

    “Alimentada pelo futebol comercial a Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS) foi à grande piada do século. Oh! ” José Luiz Gontijo em seu twitter, ou uma mensagem direta ao Alisson Sol e Chuva.

  • Thomaz disse:

    Com o retorno da democracia, o futebol deveria ser cada vez mais tratado como uma atividade privada. E acho que de alguma forma isso vinha acontecendo, pois buscou-se, no controle da inflação, estabelecer-se uma responsabilidade fiscal por parte do Estado, mas infelizmente, com essa Copa, retrocedemos e o dinheiro público entrou pesado no futebol. Infelizmente. O futebol gasta exorbitâncias, vive devendo impostos e como nunca antes neste país está enroscado em dinheiro público. Daí, não vejo como tão grave a divulgação de salários relativos ao futebol. E ainda que o futebol fosse rigorosamente privado, deve-se levar em conta os milhões de consumidores que se relacionam com os clubes e, que, no final das contas, pagam os salários. Quem não está satisfeito, procure outra atividade mais sigilosa na qual se paguem salários de cem, duzentos… oitocentos mil e por aí vai. Quanto a notícia e a vida? Sempre a vida. Mas, às vezes, pode ser uma questão de segundos para uma decisão e ainda, de tanto ver horrores, pessoas normais vão ficando bestializadas, como ocorre na guerra, nunca nos esquecendo que muitas vezes a informação de um grande sofrimento poderá evitar que muitos outros venham a sofrer. Não deve ser fácil conviver com o tormento da consciência quando se toma a decisão errada.

  • Adolfo Soares disse:

    nesse momento esta sendo apresentada no mineirao a barca azul 2013!
    é o gilvan eterno colocando em pratica sua maneira de fazer time . KKKKKKKKKKKKKKKKKK

  • Rodrigo disse:

    Chico, hoje, com a tal inclusão digital, não apenas jornalistas e fotógrafos deveriam se preocupar com a ética ….. As pessoas “comuns” tambem deveriam se preocupar com isso. Pois, qualquer um tem a obrigação de saber o que é certo ou errado. Vejo videos postados em redes sociais, que sinceramente, me faz pensar que o mundo está perdido, sem valores, frio e desumano…..

  • Paulo Ipatinga disse:

    Ótimo texto e grande encruzilhada. Só é bom lembrar que a consciência costuma cobrar um alto preço…
    04/12/11 Eterno…

  • Isabelle disse:

    Ótimo texto reflexivo!
    até que ponto vai a ética, onde esta a linha que delimita a ética?

  • MARCIO MATA disse:

    Chico

    O empréstimo do WP renderá ao CEC R$ 1 milhão.
    Daí, fiz a Charge do Dia

    confira http://www.achargedomeutime.com.br

    MARCIO MATA.