Blog do Chico Maia

Acompanhe o Chico

Vitória do trabalho, da competência e do futuro do futebol

Assim como a maioria de toda final, Alemanha e Argentina fizeram um jogo tenso, estudado, absolutamente estratégico e raras oportunidades de gols, perdidas inclusive por craques como o Messi, em função do estado de nervos. Mas estes nervos à flor da pele envolvem a todo mundo, o que faz com que nenhum espectador deixe escapar um lance sequer, principalmente depois dos 25 do segundo tempo quando quem tomar um gol pode perder o jogo e o título.

Ninguém esperava jogo fácil, mas a maioria considerava a Alemanha franca favorita. Possivelmente até os argentinos, que tomaram todas as precauções defensivas possíveis. Até Messi ajudou na marcação, além de se virar para fugir do cerco implacável alemão. Buscou jogo, deslocou-se pela esquerda, direita, infiltrou-se pelo meio e tentou fazer diferença.

Interessante é que neste momento quando todo o Brasil fala em mudanças no futebol brasileiro, alemães e principalmente argentinos jogam à brasileira, até os anos 1980, quando prevalecia o estilo Telê Santana: sem faltas, sem anti-jogo, bola de pé em pé buscando o companheiro melhor colocado visando o gol adversário.

ALEMANHA

Nada a discutir em relação ao mérito do título. Argentina e Alemanha chegaram à final sem contestações, depois de ótimas campanhas nas fases anteriores e superaram suas concorrentes de forma brilhante. O equilíbrio se confirmou neste jogo, brindando o Mundial com tempo extra, confirmando o equilíbrio da disputa do princípio ao fim. O gol de Gotze foi de rara competência: dominou e concluiu.

Para o público seria ótimo que a decisão fosse até aos pênaltis, mas um sofrimento que os alemães não mereceriam. Por tudo que fizeram desde o planejamento de local de concentração, treinos, qualidade dos jogadores, formações táticas, competência nos jogos, enfim. Ganhou o trabalho bem planejado e o futebol bem jogado.

O show de encerramento foi quase tão ruim quanto ao de abertura. Pobreza absoluta desde o tema abordado quanto à coreografia. Salvou-se pelas presença de Carlos Santana, Shakira e Ivete Sangalo. Parecia que era o ensaio da grande festa. Impressionante o prestígio desse Carlinhos Brow nas altas esferas do poder do país. Tentou emplacar aquela ridícula caxirola, tomou bomba, mas conseguiu este prêmio de consolação de estar no palco central do Maracanã.

De tudo que vi nesta Copa só não dá para falar que houve progressos nas arbitragens. Mesmo nível ou pior que nas edições anteriores, independentemente de lances duvidosos ou não. Mesmo em lances claros os senhores apitadores e auxiliares deixaram a desejar, certamente em função da velocidade cada vez maior dos jogos. Menos mal que o brasileiro Sandro Meira Rici não tenha sido premiado com a final.