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Um mês dos 7 a 1, mas show alemão também extrapolou as quatro linhas e virou exemplo de relações públicas

Ótimo artigo do Marco Piquini publicado no site da revista Minas Marca sobre a aula de marketing e relações públicas que os alemães deram ao mundo, também fora de campo.

Piquini é um dos mais respeitados especialistas em comunicação empresarial do país e tive a honra de conhecê-lo durante o período em que ele foi Diretor de Comunicação da Iveco.

Foi dele a ideia de colocar a marca da montadora italiana na camisa do Corinthians (por coincidência o time do coração dele) no ano em que o time foi campeão da Libertadores e do mundo.

Hoje ele é dono da Três Meia Zero, agência que presta serviços de comunicação empresarial a várias instituições e empresas de vários estados brasileiros.

* “Alemanha ganhou também a copa do RP”

Terminado o torneio, fala-se agora sobre os “legados da Copa”. Para quem trabalha com comunicação empresarial, a maior lição certamente veio da seleção da Alemanha, que além de ganhar em campo mais um merecido título mundial, fora dele deu um show de RP. Uma “aula magna”, na verdade, que poderá ajudar a alçar o RP e a comunicação a um novo patamar de importância e relevância no mundo empresarial – para o bem de todos os comunicadores.

Já com a taça nas mãos, os alemães foram saudados na TV, jornais e internet como “reis da simpatia”, “meus vilões favoritos” entre muitos epítetos elogiosos. Essa imagem favorável não surgiu por acaso. Ao contrário, tem todos os indícios de que foi “construída” com um grande planejamento de RP, um planejamento tão bom quanto aquele que reformulou o futebol alemão nos últimos anos, um trabalho exemplar que acabou se materializando no tetracampeonato.

Desde que se acomodaram na Bahia, em um centro de treinamento especialmente construído para eles em “apenas cinco meses” (há questionamentos sobre essa afirmação, mas ela serviu para reforçar a ideia de que eles chegaram ao Brasil munidos de uma estratégia pensada nos mínimos detalhes), os “frios” alemães demonstraram uma alegria incontestável por estar entre nós – e sem deixar de ser o que são, pois quem acha o alemão “frio” deveria visitar a Alemanha, onde a juventude é uma das mais vibrantes e alegres da Europa.

A maneira como interagiram com a população local de Santa Cruz de Cabrália; como não se cansaram de elogiar a hospitalidade brasileira; como usaram as redes sociais com “selfies” e outros posts bem humorados; como “copiaram” a camisa do popular Flamengo em seu uniforme número 2 (que é a mais vendida camisa alemã este ano); como divulgaram os vídeos de agradecimento com timing perfeito; como “deixaram” escapar a informação de que “maneiraram” no segundo tempo contra o Brasil para não “humilhar” a seleção brasileira; como comunicaram “discretamente” as muitas doações feitas à população de pescadores do local da concentração… Uma gigantesca lista de eventos que mostra que isso tudo não aconteceu por acaso. Esse trabalho teve até um “selo institucional”, que foi a declaração (estrategicamente feita no dia anterior à final) feita pelo maior nome do futebol alemão, Franz Beckenbauer, de que a maior vitória da seleção alemã era “ter conquistado o povo brasileiro”.

Quanto mais se olha, quanto mais de estuda o caso, mais se vê a “mão de Deus” da turma da comunicação e do RP trabalhando junto com a seleção alemã. E para exemplificar, mais um caso simples, e fácil de entender: no primeiro jogo da Alemanha na Copa, contra Portugal, o técnico alemão Joachim Löw foi um dos destaques ao aparecer, diante do mundo, enfiando compulsivamente o dedo no nariz, hábito que “desapareceu” nos jogos seguintes, obviamente devido a um “mídia training”.

Foi mesmo um plano de RP muito bem executado. Daniel Rimoli, líder da área digital da empresa de RP Edelman Significa, “cantou a bola” em artigo no portal Adnews no dia 11 de julho. “A Alemanha deu um banho de estratégia que colocou as Relações Públicas na posição correta de gerador original de ações em todos os níveis da comunicação, resultando em aproximação, engajamento e mudança de percepção de imagem”.

Uma comparação, para fechar: o assessor de imprensa da CBF apareceu nas manchetes dos jornais por ter protagonizado cenas de pugilato com jogadores do Chile. Triste.

http://www.minasmarca.com/plus/modulos/noticias/ler.php?cdnoticia=20069#.U-TFRPldX8Q

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