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O crescimento do Galo e a reação do Cruzeiro

O ambiente é tão importante quanto a qualidade do elenco e comissão técnica em um time de futebol. E nem sempre um grupo vencedor é um grupo de amigos inseparáveis, onde todos se gostam e um faz tudo pelo outro. Muitas vezes há quem se deteste em um time, porém, todos pensam no coletivo e que a vitória será benéfica para cada um e as suas respectivas famílias. O Atlético está dando mostras de que Levir Culpi conseguiu montar um time no qual os interesses convergem e todos jogam juntos, dentro e fora de campo. Quem vê a vibração de um Victor, comemorando os gols como se ele tivesse sido o autor, ou um dos reservas dele, abraçando-o como se também fosse um dos principais jogadores do time, entende o porquê dessa excelente campanha do returno do Brasileiro, a melhor entre todos os concorrentes. Um Galo sem nenhuma estrela de primeira grandeza internacional, mas cheio de operários que só faltam comer grama para conquistar as vitórias de que o clube precisa. Óbvio que, com duas ou três peças acima da média, como os veteranos Victor e Tardelli, e os emergentes Luan, Jemerson e até um Guilherme que às vezes dá o ar da graça e se destaca com belo e eficiente futebol.

É claro que as derrotas consecutivas e a ameaça real dos concorrentes ao título assustam a qualquer cruzeirense, mas é preciso muita calma e frieza neste momento. Todo tipo de destempero costuma ser aparecer em momentos como este, mas nada que fuja do tradicional script dos grandes vencedores do futebol.  Qualquer tumulto no mundo azul é tudo que os concorrentes querem, para ter chance em suas pretensões.

Ao marcar este gol salvador contra o Vitória, Dedé se redimiu das falhas recentes e recuperou grande parte do seu prestígio com a torcida. Um gol de bela feitura, num momento em que o desespero começava a bater na porta do Cruzeiro, tanto no jogo em si quanto no momento que o time atravessa na tabela de classificação. Uma vitória que reanima os azuis e mostra à concorrência que tudo está sob controle.

CRUO que está faltando é a finalização do Cruzeiro voltar a ficar eficiente já que os demais setores do time continuam os mesmos, dentro da média. A defesa falha pouco, o meio sempre produziu o que se espera dele, mas a artilharia pesada parou de funcionar. Neste triunfo em Salvador, os atacantes continuaram em débito.

O que está fazendo a diferença a favor do Cruzeiro é a campanha impecável no turno, anormal no Brasileiro. As reclamações contra as arbitragens são exageradas, na maioria dos casos, sem razão de ser. E verdade seja dita, acobertadas por quem tem interesse direto e indireto, pela paixão azul ou interesses que movem o “futebol-comercial”, como diz o jornalista José Luiz Gontijo.