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Tim Vickery, fã de Minas, e as ótimas entrevistas que fez com Eder, Luizinho e Paulo Isidoro para a BBC

Como sempre é muito bom participar do Redação Sportv e desta vez tive a satisfação de bater papo com o jornalista inglês Tim Vickery, que mora há 23 anos no Rio, e é correspondente da BBC de Londres. E prazer maior ainda foi ouvi-lo falar tão bem de Minas Gerais, um estado “especial” do Brasil na visão dele, “de características únicas, possivelmente causadas pela posição geográfica, no meio do país, com as montanhas, de difícil acesso no período colonial. Peculiaridades esportivas, sociais, gastronômicas e até políticas, como ficou evidenciado na recente eleição presidencial”, disse.

TIMVIC

Ele esteve cinco vezes em Minas e além de Belo Horizonte conheceu Ouro Preto. Gostou de tudo, principalmente do tratamento dado pelos mineiros a um visitante. Em princípio achou Belo Horizonte estranha em relação às demais capitais brasileiras, com arquitetura e urbanismo diferentes. Até que ficou sabendo que se trata da primeira cidade planejada do Brasil depois do período colonial.

Nas vindas mais recentes à nossa capital veio para a final da Libertadores da América entre Atlético e Olimpia, ano passado, e este ano, meses antes da Copa para entrevistar Luizinho, Éder e Paulo Isidoro sobre a seleção brasileira de 1982.

Sobre a final da Libertadores Tim Vickery ficou encantado com a torcida do Atlético, “a mais impressionante que já vi no Brasil”, afirmou. Paulo Isidoro o encantou pela receptividade, a ele e equipe da BBC em sua residência. “Contou tantos casos, nos recebeu tão bem que parecia que não queria fôssemos mais embora”. E o Tim doido para retornar ao hotel, já que estava passando mal e chegou a interromper a entrevista para vomitar mais de uma vez. Contou que na entrevista o Paulo Isidoro revelou que é chateado até hoje por ter sido colocado na reserva da seleção justamente na Copa, tendo sido titular em todo o período preparatório. Telê Santana o trocou pelo Dirceu e até hoje o Isidoro não entende e lamenta.

Tim Vickery também ficou muito satisfeito com a gentileza do Luizinho, que o recebeu na casa dele em Nova Lima, e o que mais impressionou no ex-zagueiro é o tanto que ele gosta das montanhas mineiras, da cidade natal, ao ponto de nem gostar de viajar, nem mesmo sair de casa.

A mágoa de Luizinho, manifestada também neste especial da BBC é com o ex-zagueiro Edinho, seu reserva na Copa de 1982. A esposa do ex-jogador do Fluminense, hoje comentarista, estava na Espanha durante os preparativos e diariamente dava entrevistas fazendo lobby, dizendo que o Telê tinha que escalar o marido, já que o Luizinho “era fraco”. Foi o único problema interno vivido por aquela seleção cujos jogadores eram muito unidos e até hoje, à exceção de Luizinho e Edinho, todos falam com muito carinho e respeito uns dos outros.

Na entrevistas que fez, Tim foi informado que, na época, o grupo ficou revoltado com a postura da esposa do Edinho, e o centroavante Serginho Chulapa chegou a chamá-lo às falas, “pedindo” que ele mandasse a mulher parar com aquele lobby e de dar entrevistas.

Tim revelou também que o Eder ficou ressabiado no primeiro contato com ele, arredio no início da entrevista mas depois foi se soltando e o papo foi agradável. Cerezo estava no Japão e não foi possível ouvi-lo para esta reportagem.

Ainda sobre Belo Horizonte o jornalista inglês reclamou da falta de um metrô em uma cidade tão grande. Na visão dele foi a cidade que melhor se preparou para a Copa, em todos os aspectos, e que a queda do viaduto da Pedro I não provocou tanto estrago na imagem da cidade junto à imprensa estrangeira, porque dos males o menor: ocorreu poucos dias antes da semifinal da Copa, entre Brasil e Alemanha, e os gringos só queriam falar disso; quase não falaram do grave acidente. Com os 7 a 1 no placar, aí é que a queda do viaduto deixou mesmo de ser assunto para eles.

O papo com o Tim Vickery foi no carro, no trajeto de ida e volta à sede da Globosat, na Barra da Tijuca, e nos estúdios, antes e depois do programa. Uma figura agradável, simples e que obviamente recebeu nosso convite para voltar a Minas e conhecer mais cidades e mais montanhas além das belorizontinas.

Obrigado ao comentarista do blog André Correia que enviou link com trecho do Redação Sportv de hoje, do qual tive o prazer de participar:

O link: http://sportv.globo.com/site/programas/redacao-sportv/noticia/2014/11/para-jornalista-chico-maia-levir-culpi-devolveu-determinacao-ao-atletico-mg.html#jogo-atletico-mg-x-cruzeiro—12/11/2014-22%3A00


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Comentários:
6
  • audisio disse:

    Ocupado no horário, vi o replay dos “melhores momentos” no aplicativo do Sportv. Muito boa sua participação Chico Maia.
    É a primeira vez que sinto um verdadeiro entusiasmo nacional sobre o nosso jogo! Não é atôa. Não se trata de uma sorte fortuita ou de um azarão que por um acaso teve destaque numa ou duas partidas. Os clubes de Belo Horizonte estão dominando o cenário do futebol nos últimos dois anos e disputando palmo a palmo todas as competições. Estão ambos de parabéns por representarem tão bem o Estado. São os melhores do país na atualidade. Que ganhe o melhor desde que seja o Atlético!

  • Dudu GALOMAIO BH disse:

    Atleticanos, capetas.
    Cruzeireiros, santinhas.
    Como tem alienado neste mundo. Meu Deus!

  • joilson disse:

    quem nao quis torcida dividida foram as marias. medo de serem engolidas pela MASSA.

  • edson dias disse:

    Thales Rosa, você sequer sabe porque o Kalil chamou o juiz desse adjetivo. Ou sequer percebeu o que o Kalil pretendia quando resolveu chamar o sr. André Gonçalves de Oliveira Salce por tal adjetivo. Você acha que foi à toa, só por que o Kalil é doido?? Vai nessa… Então, cara… fale menos também. Não vi até o momento o Kalil incitar violência alguma. De uns tempos pra cá, aliás, quem tem zoneado os clássicos nem é a torcida do Atlético, viu??

    Até parece que somente o Atlético criou problemas nessa situação da venda dos ingressos. E outra: abriram mão da sua cota MÁXIMA de dez por cento por que quiseram. O regulamento da CdB prevê a liberação de ATÉ dez por cento da cota total de ingressos do estádio, desde que a PM entenda que é seguro liberar pra esses dez por cento.

    Eu sempre fui favorável aos dois jogos no Mineirão, com 50% pra cada lado, mas respeito (apesar de não concordar) a decisão da diretoria do Atlético, que cabe tão somente a ela julgar. E não ao rival ou sua torcida.

  • Olá, Chico! Bacana demais essa nova participação no Redação. Chico, tentamos também externar o sentimento desse clássico: http://www.euvistoacamisadogalo.com.br/2014/11/nao-tem-nome-mas-tem-cara.html

  • thales rosa disse:

    Mandou muito bem Chico maia!! Ao contrario de kalil que vem incitando a violencia, chamando ate Juiz de Direito de Bost… em pleno Twitter.. Kalil pague o que deve e fale menos.

    o atletico manobrou tanto que o jogo sera de torcida unica…