Além de eventuais erros de jogadores, treinadores e arbitragem. Também tem o “Sobrenatural de Almeida”, sempre lembrado pelo Nelson Rodrigues, quando algum jogador faz uma jogada de gênio ou marca um gol improvável e decide o jogo.
Um fator extra que pode atrapalhar a qualidade do espetáculo é o gramado e aí dependeremos dos humores de São Pedro lá em cima. Caso ele mande água razoável, o gramado corre o risco de ficar igual aquele de Cruzeiro e Goiás. Se for chuva demais, há o risco de nem haver condições de jogo nessa vergonha de gramado que é o Mineirão, uma obra caríssima, com defeitos graves, e este imperdoável.
Um gramado pesado não interessa a nenhum dos adversários desta noite já que ambos têm ótimos jogadores e nenhum brucutu, que precise recorrer ao anti-jogo para se ganhar a vida como jogador de futebol.
No dia dois de novembro, o cruzeirense Emilio Melo Figueiredo estava no Mineirão assistindo Cruzeiro 2 x 1 Botafogo, e enviou ao blog esta foto, em tarde sem chuva, protestando contra a qualidade do gramado muito castigado.
Ou seja, com chuva, pior ainda, como ocorreu no Cruzeiro x Goiás.
A justificativas da Minas Arena quanto a possíveis exigências da Fifa não me convencem. O que ela exige é campo de jogo de alta qualidade, como ficaram, por exemplo, os do Independência e Arena do Jacaré. O do Mineirão, estádio da Copa, tem o seu gramado criticado desde a inauguração.
Armando C. A Monteiro, nosso leitor, é geólogo aposentado, apaixonado por futebol bem jogado, e frequentador assíduo do antigo do Mineirão, segundo ele “numa época em que a sua drenagem era perfeita e elogiada por todos”. Ele nos enviou informações interessantes sobre subsolos e os possíveis problemas do gramado do nosso maior estádio que foi rebaixado em seis metros em sua reconstrução para a Copa: “existe a possibilidade desse rebaixamento estar propiciando a exposição do nível freático em dias de chuvas e caso seja essa a causa dos alagamentos, serão necessárias obras visando o rebaixamento do nível freático; possíveis, mas um pouco onerosas”. E arremata: “são apenas conjecturas de um geólogo aposentado que ainda fica indignado com obras públicas, caras, executadas sem o mínimo de planejamento e respeito ao dinheiro público”.
Pois é! Menos mal. Imagine se quem planejou e executou essas obras tivesse cuidado também de viadutos!
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