Blog do Chico Maia

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É preciso resistir à intolerância e o atentado em Paris foi mais uma agressão ao bom senso

Meu sentimento é como se este atentado em Paris tivesse acontecido aqui em Belo Horizonte.

E dói muito!

Não só por ter sido contra colegas de profissão, mas pela tristeza de constatar que o mundo globalizado está cada dia pior, mais intolerante, mais perigoso. Violência de toda espécie, motivada por questões fúteis, numa covardia inaceitável.

Viram essa imagem do policial francês caído e sendo morto por um dos terroristas?

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2015/01/1571636-atirador-dispara-contra-policial-durante-ataque-em-paris-veja-video.shtml

CENA

. . . “Diretor de jornal francês dizia que ‘não abaixaria sua caneta’”

Numa entrevista dada ao jornal francês “Le Monde” há dois anos, Stéphane Charbonnier, conhecido como Charb, desenhista e diretor do “Charlie Hebdo”, afirmou que não pretendia baixar sua arma —sua caneta—, em meio a polêmicas envolvendo sátiras a líderes muçulmanos e ao profeta Maomé.

“Não se tem a intenção de degolar alguém com uma caneta”, repetia.

Charb é um dos 12 mortos no atentado desta quarta-feira (7) ao jornal “Charlie Hebdo”, em Paris.

Na linha de frente das ameaças que o jornal sofria, ele contava com proteção policial desde o incêndio criminoso que atingiu a sede do periódico em novembro de 2011, após a publicação de caricaturas de Maomé…”

É difícil acreditar que em pleno século XXI uma charge possa provocar situações como essa! Aonde vamos parar!?

JESUISCHARLIE

Quando tomei conhecimento da notícia me lembrei na hora da intolerância contra o companheiro dos jornais O Tempo e Super Notícia, Duke, vítima de um estranho processo movido pelo árbitro de futebol Ricardo Marques Ribeiro.

E por incrível que pareça, condenado, numa situação revoltante, conforme a memória eletrônica do O Tempo, do Uol e do Consultor Jurídico nos mostram aqui:

* “RADICAL”

Árbitro, assessor do TJMG, ganha causa contra chargista

O que causa muita estranheza é Ribeiro ser lotado na mesma Câmara Cível onde a ação foi julgada

http://www.otempo.com.br/superfc/%C3%A1rbitro-assessor-do-tjmg-ganha-causa-contra-chargista-1.780525

* Cartunista Duke é condenado por charge sobre má arbitragem

Charge-Duke

http://blogdoorlando.blogosfera.uol.com.br/2014/01/31/cartunista-duke-e-condenado-por-charge-sobre-ma-arbitragem/

DUKE

* Rodrigo Moura Soares (Advogado Associado a Escritório – Civil)

28 de janeiro de 2014, 11h54

… Mas o pior dessa decisão não são nem os argumentos em si. É o fato do referido árbitro ser assistente do Desembargador Presidente da 11ª Câmara, Vanderlei Salgado . . .

http://www.conjur.com.br/2014-jan-27/arbitro-futebol-criticado-charge-indenizado-decide-tj-mg

ric


Jogadores, dirigentes e imprensa. Acertos e erros; ninguém escapa!

Nestes tempos de pré-temporada futebolística o assunto preferido de quem gosta de futebol é sobre as contratações e dispensas do clube do coração e dos principais rivais, entre jogadores, comissões técnicas e até dirigentes. Os mais apaixonados têm certeza que os contratados do seu time vão arrebentar e que os que foram embora não farão falta. Já, do lado de lá, será o inverso. Jornalistas são, naturalmente, cobrados a opinar e neste emaranhado prevalecem chutes e nenhuma certeza, já que o futebol é uma ciência absolutamente inexata. De tanto quebrar a cara, em décadas de profissão, de uns anos para cá, não me arrisco; apenas aguardo a bola rolar para ver se o fulano de tal foi uma boa aquisição ou apenas mais um contratado ou enganador. Se o treinador beltrano vai dar certo ou não e se o cartola tal faz ou fazia diferença.

Nenhum profissional, por melhor que seja, de dentro ou fora das quatro linhas, está imune a erros; e a recíproca é verdadeira: aquele tido como acabado, enganador ou fracassado costuma dar a volta por cima e calar a boca de todos os que apostaram contra. Lembro-me dos casos mais recentes em Minas. Os de final feliz: Alex 10, em seu retorno ao Cruzeiro, quando foi bancado por Vanderlei Luxemburgo em 2002. Ronaldinho Gaúcho, escorraçado do Flamengo e acolhido pelo Atlético em 2012. Marcelo Oliveira, vítima de todo tipo de ataque quando teve o nome anunciado pelo presidente Gilvan de Pinho Tavares; o próprio Dr. Gilvan, tachado por grande parte dos cruzeirenses como “testa de ferro de Zezé Perrella”, quando foi eleito presidente.

Cuca foi um sucesso no Atlético, recém “saído” do Cruzeiro, imediatamente contratado em momento de desespero, pelo presidente mais polêmico da história do Galo, Alexandre Kalil. O mesmo, chamado de louco e “radical”, pacificou a conturbada política interna do clube e o conduziu à conquista mais importante.

E por mais incrível que pareça, elegeu o sucessor, sem disputa; fato raríssimo no Atlético, onde a política interna era conhecida como “Faixa de Gaza”, até a primeira eleição de Kalil como mandatário.

AK

Kalil e Nepomuceno; presidente e vice durante seis anos; expectativa de bom futuro!

O América apostou e se deu bem com o Moacir Junior, que infelizmente foi dragado pela incompetência administrativa que o deixou escalar um jogador irregular. Mas o Coelho foi bem demais ao acertar na volta do Givanildo, tão contestado por grande parte da torcida, no momento certo.

Por outro lado, alguns fracassos retumbantes: Emerson Leão e Vanderlei Luxemburgo, aprovados por quase 100% da imprensa e torcida nos dois primeiros anos do Kalil; Diego Souza, na época do Palmeiras, eleito pela imprensa nacional o melhor jogador do país, contratado pelo Atlético já na era Kalil, indicado pelo Luxemburgo. André “Bebezão” ou beberrão, sei lá; indicado pelo Cuca!

DIEGODiego Souza, o “cigano”

Paulo Autuori foi o maior erro da “Era Kalil”, contratado sob a desaprovação de quase 100% da torcida e imprensa. Porém, indicado por um profissional da prateleira de cima, respeitado por 100% do futebol brasileiro:

Carlinhos Neves, o preparador físico que fez o time do Atlético “voar”, e graças a essa excelente condição física garantiu vitórias e empates inacreditáveis.

PACN

Autuori e Carlinhos Neves, amigos dos tempos em que foram campeões pelo São Paulo.

Zezé Perrella, em “O retorno”, como presidente, mais empresário e político; terceirizou o futebol para o amigo Dimas Fonseca. Diego Souza, também, que entretanto deu retorno financeiro, contratado pelo diretor, Alexandre Mattos, o mesmo que foi recebido com desconfiança, mas que na sequência mostrou-se excelente, e que fez uma enorme falta ao América. Com ele, certamente o Coelho não teria entrado na roubada dos pontos perdidos fora de campo que entrou.

AM

Alexandre Mattos fez falta demais ao América e acertou o Cruzeiro, contra quase todas as previsões.

ZZGG

Zezé (esq) e Gilvan, à direita, com o ex-vice José Maria Fialho no meio. Comportamentos distintos.

Na mídia? Todos erramos muito, feio, mas temos a oportunidade de nos redimir. Sou seguidor da teoria do saudoso governador Leonel de Moura Brizola: “Mudar de opinião faz parte dos direitos humanos”. Quando entendo que errei, peço desculpas e tento consertar. Meu grave erro, mais recente, foi no Troféu Guará, e quem me convenceu, com argumentos incontestáveis, foi o João Chiabi Duarte, uma das pessoas mais sensatas e cruzeirenses que conheço, num papo em Vitória-ES num dos últimos dias de dezembro 2014: ao longo da temporada, Henrique e Ricardo Goulart mereceram mais o voto que Dátolo e Luan, que foram bem nos últimos meses do ano.

Quanto ao melhor treinador, continuei com a opinião quanto ao Levir Culpi: “trocou pneus com o carro em movimento”, raridade para qualquer treinador, enquanto Marcelo Oliveira deu continuidade ao excelente trabalho de 2013, quando votei nele para melhor do ano.

E vida que segue! Assim é o futebol; assim é a vida!

TRO

Na política e no futebol erros e acertos se sucedem: Dinis Pinheiro foi mal ao aceitar ser candidato a vice de Pimenta da Veiga; Ronaldinho acertou ao vir para Minas Gerais e o deputado estadual Alencar da Silveira Junior é um batalhador que erra e acerta pelo América.