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Julio Baptista diz que Cruzeiro pagou a ele o que podia pagar e que jogar pôquer nunca o atrapalhou

Júlio Baptista foi apresentado em julho de 2013, no Mineirão, em carro-forte (Foto: Juliana Flister/Vipcomm) 

Muito boa a entrevista do Mauricio Paulucci no Globoesporte.com com o Julio Baptista sobre a passagem dele pelo Cruzeiro, da relação custo/benefício para o clube, cobranças que recebia pelo fato de ter um alto salário e por gostar de jogar pôquer.

* “J. Baptista diz que não pôde mostrar trabalho e defende valor investido nele”

Jogador afirma que ganha o que o “mercado dizia que o clube tinha que pagar” e fala da possibilidade de atuar nos Estados Unidos e de seu gosto pelo pôquer

Contusões, bons momentos em Belo Horizonte, falta de oportunidades e até a reclamação de alguns torcedores sobre dedicação ao pôquer. Júlio Baptista faz um balanço de sua trajetória pelo Cruzeiro a menos de três meses do fim do seu vínculo. Contratado no meio de 2013 a peso de ouro, o jogador conquistou dois títulos do Campeonato Brasileiro e um do Mineiro, mas sofreu com recorrentes lesões que o tiraram de mais de 30% dos jogos que o time disputou desde a sua chegada.

Júlio Baptista, que se recupera de uma cirurgia no joelho, ainda não sabe ao certo o que fará depois de 31 de julho. Ele tem um custo mensal de aproximadamente R$ 1 milhão – seu salário gira em torno de R$ 400 mil, mais um valor de luvas, que é repassado ao jogador todo mês. Ou seja, o Cruzeiro terá investido R$ 24 milhões nos dois anos de contrato.

– Tem muita gente que fala que o Júlio ganha muito. Mas eu ganho o que o Cruzeiro aceitou me pagar. Tem gente que fala que o Júlio rouba do Cruzeiro. Ninguém rouba ninguém. Se você fez um contrato, é porque foi de comum acordo. Eu não pus arma na cabeça de ninguém para fazer um contrato, até mesmo porque eu jogava lá fora, e o Cruzeiro pagou o que o mercado dizia que ele tinha que pagar.

O meia foi apresentado com toda a pompa que merecia uma contratação de peso, após atuar por Real Madrid, Roma, Arsenal e seleção brasileira. Saiu de um carro-forte no gramado do Mineirão, antes de um clássico contra o Atlético-MG (no dia 28 de julho de 2013), pelo Campeonato Brasileiro.

Confira o bate-papo do GloboEsporte.com e o meia do Cruzeiro:

GloboEsporte.com: Você se sente frustrado com o número de lesões que teve ao longo da trajetória no Cruzeiro?

Júlio Baptista: São coisas que acontecem no futebol, ainda mais aqui no Brasil, com o calendário que nós temos, com muitos jogos. Tive algumas lesões de posterior (músculo da coxa) no ano passado. Logo no princípio, quando eu cheguei, tive algumas coisas, mas acontece. Isso acaba te tirando de alguns jogos, são coisas que acontecem, são coisas do futebol.

Alguns torcedores criticam seu gosto pelo pôquer e alegam que pode atrapalhar o rendimento em campo. Você concorda?

Eu não entendo o fato de os torcedores quererem opinar em uma coisa que é minha, que eu faço na minha folga, na minha casa. A gente faz isso até na concentração. A maioria dos jogadores joga, e isso serve até para aproximar os atletas. Tinha jogadores que se falavam muito pouco e, pela questão do pôquer, de jogar videogame, nesse ambiente aumenta a afinidade. Eu acho que muito do sucesso que o Cruzeiro teve nesses anos campeões passa pela afinidade dos jogadores. Você sempre vê vários jogadores em um quarto, jogando videogame, e seis ou sete no outro, jogando pôquer.

Acha possível retornar aos gramados antes do fim do contrato com o Cruzeiro?
Não sei. Isso vai depender muito de como eu estiver. O importante agora é focar na recuperação, recuperar superbem, voltar sem sentir dores, nem nada. Eu vinha jogando com dor e isso atrapalha o rendimento do jogador. Então, o mais importante é me cuidar bem, para que eu volte em plenas condições.

Como analisa sua passagem de quase dois anos pelo Cruzeiro?

Como tudo, no futebol existem coisas positivas e negativas. Eu costumo puxar pelas positivas. Eu acabei chegando em um projeto novo aqui no Cruzeiro. Em um ano e meio conquistei três títulos. Isso é muito importante. Um jogador conquistar títulos é a comprovação do trabalho que ele está fazendo.

Sentiu-se prejudicado em algum momento, que não teve a sequência de jogos que merecia?

Em nenhum momento eu tive, em um ano e meio, a oportunidade de ser titular e demonstrar meu trabalho. Joguei vários jogos, bastante. Se o Cruzeiro jogou 120 jogos, eu estive à disposição em quase 80. É um número grande, embora não tenha sido titular na maioria deles. Mas isso não é uma questão do jogador, é uma questão do treinador.
(O Cruzeiro disputou 123 jogos desde a estreia de Júlio Baptista. Ele teve seis lesões e ficou fora de 45 jogos. Dos 78 em esteve à disposição, atuou em 60. Marcou 17 gols)

Atuar improvisado como centroavante em alguns momentos te incomodou?

Eu fiz aqui uma coisa que não vinha fazendo na maioria dos clubes em que vinha jogando: mudar minha posição. Aqui, por questões técnicas e do treinador, acabei fazendo uma ajuda, podemos colocar assim, porque estava atuando fora da minha posição. (veja no vídeo abaixo um gol de Júlio Baptista na goleada de 5 a 0 sobre o Santa Rita-AL, pela Copa do Brasil de 2014).

Você tem grande amizade com o Kaká, que está jogando nos Estados Unidos. O que pensa a respeito do seu futuro no futebol?Os EUA são uma opção?

Também, também existe essa possibilidade de jogar lá (nos Estados Unidos). Tem muitas coisas que a gente vai analisar, colocar na mesa e ver o que é melhor para mim. Com certeza vamos tomar uma decisão que seja boa para mim e para a minha família. Eu sei o que eu quero, vamos ver se as coisas fluem para que dê certo com as coisas que eu estou querendo.

O seu custo-benefício no Cruzeiro já foi questionado. Essas críticas te incomodam?

Tem muita gente que fala que o Júlio ganha muito. Mas eu ganho o que o Cruzeiro aceitou me pagar. Tem gente que fala que o Júlio rouba do Cruzeiro. Ninguém rouba ninguém. Se você fez um contrato, é porque foi de comum acordo. Eu não pus arma na cabeça de ninguém para fazer um contrato, até mesmo porque eu jogava lá fora, e o Cruzeiro pagou o que o mercado dizia que tinha que pagar. Aí as pessoas acabam falando que eu ganho muito e acabam fugindo do foco.

Você se arrepende de ter ido a uma casa de pôquer?

Nesses quase dois anos em que estou aqui, em Belo Horizonte, acabei indo uma vez num local publico (uma casa de pôquer na cidade), e uma pessoa tirou uma foto e colocou na rede. Para mim, é uma coisa tranquila, porque eu não estava fazendo nada de errado. Estava num momento livre meu. É como se eu estivesse jogando golfe. Para mim, é uma coisa normal.
(Existe um debate jurídico no Brasil a respeito do pôquer: se se trataria de um jogo de azar – o que tornaria ilegal a sua promoção – ou de habilidade. Há casas de pôquer funcionando no país)

http://globoesporte.globo.com/futebol/times/cruzeiro/noticia/2015/05/j-baptista-diz-que-nao-pode-mostrar-trabalho-e-defende-valor-investido-nele.html?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter


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Comentários:
13
  • Roberto Frazão. disse:

    Isso é uma constante lá, festa na hora de receber e na hora da demissão.

  • joão reis disse:

    Fico triste e muito preocupado quando lei este tipo de coisa só aqui no blog do imparcial jornalista Chico Maia.Pois a mídia mineira no geral se calou com relação a isso.Quando é este tipo coisa com o galo ,aquele Emanuel raposa justamente com o resto da mídia fala todo dia,ha toda hora, ha cada minuto.Quando é com o time azul purpurina,varrem a sujeira para debaixo do tapete…Isso é vergonho.não mais ouço a itatizeiro,muito menos vejo alterosa esporte.Se o tal Emanuel for um Atleticano de coração e alma. Todo cruzeirense também é…Assim como o Dada,aquele radialista só usa o Galo como pano de fundo para se dar bem…Eu não mais suporto ver a cara do tal dada…Aquele cara deveria tomar vergonha na cara e não mais usar o Galo para encher os bolsos.Bom comentarista não é,Um puxa saco dos integrantes da bancada cruzeirenses é isso que ele é.Puxar saco é no ele é bom,afinal de contas conseguiu por imposição de político da época ir parar numa seleção de craques,como a de 70,sem mesmo saber dominar uma bola.

  • Paulo disse:

    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

  • Pedro Vítor disse:

    O problema aí o salário incompatível com o futebol apresentado pelo jogador.

    Eu acho ele bom jogador, só não queria no meu time atualmente.

    A impressão que passa é que o Júlio Batista perdeu a motivação, nunca considerei ele do nível de um craque, foi coadjuvante nos clubes europeus, então não vai ser um craque no Brasil porque aqui o futebol esta abaixo do nível europeu, pra vingar teria que muita disposição, como teve o Kaka, Robinho, Tardelli, Seedorf.

  • luiz ibirite disse:

    ja vai tarde

  • LEANDRO FABRICIO disse:

    Tem torcedor do enseada que não tem noção mesmo, comparar R-10 com julio baptista kkkkkkkk

    Então quer dizer que o cara chega em carro forte (que mico) só pra jogar pôquer no time do enseada kkkkkk

    E aí velhino gilvan, que dia vcs irão pagar o thiago ribeiro?????

  • Raws disse:

    A verdade é uma só, trouxeram o JB simplesmente para tentar rebater a contratação de Ronaldinho na época. O tiro saiu pela culatra. Chegou em um carro forte e precisa do mesmo para levar o dinheiro que aqui ganhou. Não culpo o Gilvan, pelo amadorismo que impera na maioria dos dirigentes brasileiros, muitos fariam o mesmo. Agora, sejamos justos, se JB custou 1 milhão por mês, pelo retorno tecnico e financeiro, Ronaldinho teria de ganhar no mínimo 7 milhões.

  • J.B.CRUZ disse:

    Júlio Baptista, disse uma coisa certa;
    O mercado da bola ditou o que o ele tinha para receber; e o CRUZEIRO aceitou pagar..Ponto..

    No mundo dos espetáculos os salários são irreais,surrealistas, mas, também é o mundo que liga a dura realidade com o mundo dos sonhos..
    Os ÍDOLOS, As CELEBRIDADES, fazem aquilo que gostaríamos de fazer, mas, não temos competência,sorte, vocação ou dom: então pagamos para ver…

  • Zé Carlos disse:

    É, o pôquer é uma coisa muito edificante; já vi muita gente perder a casa própria em mesa de pôquer…

  • Alisson Sol disse:

    O meu problema com estes contratos é: alguém acredita que fica tudo com o jogador? Cargo de diretor de futebol em clube brasileiro é estranhamente mais lucrativo do que ser diretor da Petrobrás… Os clubes vão ficando cada vez mais endividados, e os diretores entram pobres, e saem ricos…

    E o OLÉ publicou um matéria interessante brincando com o que parece que será a próxima partida do River Plate, contra o Cruzeiro: Veo Horizonte. Pensar que até uma semana atrás havia aqui idolatria das “torcidas argentinas” e saudosismo dos tempos em que no Brasil se tratava a torcida como gado. Parece que esqueceram os vários acidentes, com o horrível acontecido na final do brasileiro em 1992, ou recentemente na final da João Havelange.

    Pior foi ler aqui comentário dizendo que os jogadores do River Plate estavam com “frescura”, e que se o time estivesse vencendo iam voltar ao jogo sem problemas. Quer dizer que jogador não querer voltar a campo com gás de pimenta nos olhos é frescura? Sugiro duas aplicações de gás de pimenta diárias até a pessoa rever a opinião…

  • Julio Avila (mariana) disse:

    obrigado JB vc ajudou sim no bi campeonato!claro que todo mundo esperava mais!
    pelo menos pagamos vc em dia, coitado do r10 que revelou o atletico para a america pq para o mundo o raja nao deixou neh rsrss e ainda tomou o cano do atletico!

  • Thales rosa disse:

    O salario dele é relativamente baixo o problema sao as luvas.. 600 mil por mes..ou cerca de 14,4 milhoes por 24 meses.. É duro… Realmente ele nao teve sequencia mas nunca mostrou bola nem folego para ser titular… Sobre o poquer, ja destruiu a carreira de ronaldo fenomeno q so deu vexame nl fim da carreira e destruiu a carreira do Luxemburgo tb..