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Paixão que move o futebol: o alemão que veio do norte da Alemanha para torcer pelo Galo

Renee exibe sua camisa alvinegra e a bandeira idealizada por ele, unindo o Galo e a Alemanha

Reportagem muito legal do Frederico Ribeiro no Hoje em Dia:

* “Torcedor alemão empurra o Galo na busca pelo título e internacionaliza o “eu acredito!””

Habitantes da pequena cidade alemã de Selzweld, que fica entre Hamburgo e Berlim, já se acostumaram com um ponto luminoso na janela da família Schimidt, às 3h, nas madrugadas de quinta-feira, e nas noites de sábado e domingo. O jornalista Renee Sense Schimidt, de 51 anos, liga a TV e entra em dois aplicativos de celular para alimentar uma paixão: ver ao vivo os jogos do Atlético.

Mas a casa ficará em black-out no domingo. Há três dias, após 24h de viagem, entre trem e avião, Renee “Sensinho” chegou a Belo Horizonte só para estar no Independência no duelo mais esperado deste Brasileirão, o Atlético x Corinthians.

Renee garante ser pé-quente e reforça o clima esperançoso da Massa: “Se ganharmos domingo, vamos entrar na briga pelo título novamente. Estou confiante”.

Torcedor do Fußball-Club Magdeburg, time da terceira divisão, Renee se encantou com o futebol brasileiro aos 10 anos, na Copa de 1974, na Alemanha, depois de ganhar uma flâmula com o desenho dos campeões de 1970. Viu o Brasil de Zagallo e Rivellino vencer a própria seleção, a extinta Alemanha Oriental.

Só foi se encantar pelo Atlético em 2012, quando soube da chegada de Ronaldinho Gaúcho ao clube. Coincidentemente, o confronto contra o líder daquele Brasileirão foi o responsável por pintar a alma de Renee em preto e branco.

“Uma estudante de intercâmbio, Maria Cecília, que é atleticana, me conheceu na Alemanha. Ela perguntou se eu conhecia o Atlético, que era o time do Ronaldinho. Passei a acompanhar o Galo e, naquela vitória por 3 a 2 diante do Fluminense, quando vi a torcida chorando de felicidade, me encantei pelo clube”, afirma.

Não é a primeira vez que o alemão cruza o Oceano Atlântico e rompe os 10,5 mil km que separam Selzweld de Belo Horizonte.

Em 2014, veio para a Copa do Mundo com três ingressos para jogos em Brasília e Rio de Janeiro. Mas abriu um espaço no roteiro para conhecer Belo Horizonte e ir à Loja do Galo. Desta vez, terá a chance de sentir o Independência balançar, após conhecê-lo em um Galo x Ponte Preta com apenas 13 mil pagantes.

“É o jogo ideal para eu sentir o que é a torcida do Atlético”, completa.

*“ICH Glaube!” significa “Eu Acredito!” em alemão 

Entrevista/Renee Sense Schimidt

Antes de virar torcedor do Atlético, você já acompanhava o futebol brasileiro. Como começou a sua paixão pelo Brasil?
Antes da Copa de 1974, que aconteceu no meu país, ganhei uma flâmula com o desenho dos jogadores brasileiros tricampeões mundiais. Por isso eu me tornei um apaixonado pelo futebol brasileiro. Em 1974, o Brasil venceu a Alemanha Oriental por 1 a 0. O Jairzinho empurrou a barreira e o Rivellino fez o gol de falta. Eu já estava torcendo para o Brasil.

Você acompanha os jogos do Atlético, as notícias?
Sim, a TV alemã transmite algumas partidas do Brasil. Só que são de madrugada. Outros jogos eu acompanho através de um aplicativo de celular (Ergebnisse live). Também leio notícias do Galo em outro aplicativo (Onefootball). Mas quando eu assisto pelo celular, o aplicativo de notícias me avisa antes se houve o gol ou não (risos).

Agora poderá ver o Galo in loco…
Claro! Eu queria ter vindo na última vez que o Galo jogou duas vezes seguida em casa (em julho, contra Figueirense e São Paulo). Só que planejei em cima da hora e o preço da passagem estava alto. Agora, depois de dois meses analisando, consegui economizar e vir com tranquilidade. Fui ao jogo contra a Ponte Preta e já gostei muito. Mas será ainda mais empolgante no domingo.

Já garantiu seu ingresso? O que achou do preço?
Ainda não, já que estão vendendo só para sócios (os ingressos se esgotaram ontem). Não achei os preços ruins. Na Alemanha, os ingressos são mais caros.

Você torce para o Brasil mesmo contra a Alemanha?
Sempre o Brasil! Em 2002, por exemplo, na final da Copa contra a Alemanha, eu sai nas ruas da minha cidade comemorando, com uma bandeira do Brasil. Sorte que meus vizinhos sabem da minha paixão e não se irritaram. Tanto que os meus amigos me chamam de “Sensinho”, em homenagem ao Ronaldinho.
Como você vivenciou o 7 a 1 da Copa do Mundo de 2014?
Estava no voo voltando do Brasil para a Alemanha no dia do jogo. Quando o avião chegou em Hamburgo, o placar já estava 6 a 0. Cheguei em casa, fiquei sabendo que terminou 7 a 1. Não soube explicar como a Alemanha acertou tudo num dia em que o Brasil não acertou nada. Thiago Silva e Neymar fizeram muita falta.

Você foi ao Mundial 2013 prevendo um Atlético x Bayern?
Sim, sai da Alemanha acompanhado por torcedores do Bayern. Cheguei ao Marrocos e o Atlético já tinha sido eliminado. Fui ver a disputa de 3º lugar e fiz amigos atleticanos. Estava na expectativa de ver o Atlético na final e até brinquei com um colega torcedor do Bayern que o Galo venceria e acabaria com o ano perfeito deles.

Você acompanhou a conquista da Libertadores? De longe, como encarou o milagre de Victor contra o Tijuana?
A torcida do Atlético foi com aquela máscara do “Pânico”. Senti um mau pressentimento, pois deve-se respeitar o adversário. Quando o Victor defendeu, os jogadores correram para abraçá-lo, mas eu comecei a falar com a TV que eles deveriam prestar atenção no jogo. Mas deu tudo certo e foi uma alegria imensa.

O que sua família (esposa e duas filhas) pensa da aventura de cruzar o Atlântico só para ver o Atlético?
Elas aceitam a minha paixão pelo Atlético. Minha mulher (Dolores) tem medo de avião e não viaja comigo. Mas ela e minhas duas filhas (Marie-Lena e Marlene) me apoiam e acham legal o meu entusiasmo. Assim como eu, elas gostam de esporte.

http://www.hojeemdia.com.br/esportes/torcedor-alem-o-empurra-o-galo-na-busca-pelo-titulo-e-internacionaliza-o-eu-acredito-1.355998

 


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Comentários:
10
  • Marcão de Varginha disse:

    Sei, é alemão! Coincidentemente é do país do Bayern e Borussia os terrores celestes, além de seu maior algoz, o genuinamente mineiro Galo!
    – 26/11/2014: eterno (e ainda causa enjôos, náuseas, TPM, treme-treme, aversão ao sexo oposto…)!

  • Tarcísio Coimbra disse:

    É o Galo atravessando fronteiras, enquanto do outro lado, existe um grande clube somente na cidade.

    • Frederico Dantas disse:

      Agora o Atlético é um time internacional, que atravessa fronteiras, e o Cruzeiro apenas um clube local.
      Esta conquista solitária da Libertadores de 2013 mexeu com o imaginário dos atleticanos mesmo.
      O time do Ronaldinho Gaúcho. O jogador é maior que o clube. Fazer o quê…

  • Ana Santos disse:

    Renee Ich bin auch aus Deutschland gekommen, uns habe ein Ticket für dich. Bitte melde sich an ok!
    Renee eu também vim da Alemanha para os jogos e tenho um ingresso pra você. Por favor entre em contato comigo ok.

  • Ana SAntos disse:

    Renee Ich bin auch aus Deutschland gekommen und ich habe ein Ticket für dich. Bitte melde sich an ok.
    Renee eu tambem moro na Alemanha, vim ver o jogo e tenho um ingresso pra você. Por favor entre em contato ok!

  • Jorge Moreira disse:

    O meu time não é mais do meu coração
    realmente ele é do MUNDO

  • leandro fabricio disse:

    Esse é o time do povo de verdade, legitimamente brasileiro mas que encanta até torcedores de outros países…

  • Pedro Vítor disse:

    Como diz o Bezerra da Silva:

    “Aí esta correto”

    “Justíssimo”

    É o genuinamente Mineiro, o time das raças, enraizado, natural, não precisa de mídia, nasce, cresce e reproduz!

    Não precisamos falar mais nada!

    Deixa o sr Vicentin sonhar e correr atrás pra reconhecer a patente!