Montagem: Globoesporte.com
Tudo parecia correr bem para os Jogos Olímpicos do Rio. Única grande preocupação era a segurança, por causa da criminalidade vivida pela cidade e risco de atentados terroristas. De repente, surge o virus Zika, que se tornou pavor de todo brasileiro, que se espalha mundo afora. No primeiro dia de fevereiro dois respeitados cientistas norte-americanos (Arthur Caplan e Lee Igel) detonaram: “realizar as Olimpíadas com essas condições é um ato de ‘irresponsabilidade’”.
Danou!
E as explicações: “… mulheres jovens, que podem engravidar e correr o risco de ter um bebê com deficiência … um homem com uma vida sexual ativa, que pode correr o risco de transmitir a doença para sua parceira… talvez apenas os atletas, técnicos e outros membros das delegações dos países devem viajar ao Rio…”, escreveram em artigo para a revista Forbes. “A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência global por microcefalia, doença causada pelo vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, e o Comitê Olímpico Internacional, não se posicionou ainda e provavelmente não irá impedir a realização dos Jogos…”, disseram os cientistas.
Ontem o Comitê Olímpico dos Estados Unidos emitiu nota dizendo que atletas do país podem considerar não ir aos Jogos. Motivo “o medo do vírus da zika no Brasil”.
Problema sério, mas que tem um lado positivo: com essa discussão mundial, quem sabe os nossos governantes passam a tratar com a devida seriedade a saúde pública nacional!? Independentemente de partidos políticos, prefeituras, governos estaduais e federal, raros na nossa história trataram disso com a responsabilidade que o tema exige.
Nem para as Olimpíadas a Baía da Guanabara e a Lagoa Rodrigo de Freitas foram despoluídas. Isso lá no Rio; aqui em nossa capital temos a Lagoa da Pampulha como maior exemplo e dezenas, centenas e milhares de outras lagoas, córregos, rios e riachos Minas Gerais afora, na mesma situação.
A maioria da população brasileira não conta com saneamento básico. Em 200 países estudados, ocupamos a 112ª posição. Aí ficamos agora discutindo porque o “mosquito” e essas doenças voltaram ao país. Segundo dados do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) do Ministério da Saúde, 57,6% dos domicílios brasileiros são na base do esgoto por fossa ou esgoto a céu aberto.
A maioria da população brasileira não conta com saneamento básico. Em 200 países estudados, ocupamos a 112ª posição. Aí ficamos agora discutindo porque o “mosquito” e essas doenças voltaram ao país.
A falta de educação de qualidade, historicamente praticada no país, faz com que sejamos um povo desinformado e desinteressado naquilo que é fundamental para as nossas vidas. Os políticos desonestos e ruins adoram isso. Continuam colhendo votos, poder e dinheiro por meio dessa ignorância coletiva.
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