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Zagueiro brasileiro desconhecido por aqui pode ser convocado para a seleção holandesa

Obrigado ao Rick Breugelmans, holandês residente em Belo Horizonte, que nos enviou esta ótima história, de determinação e coragem de um jogador brasileiro que agarrou uma oportunidade, superou muitas dificuldades e hoje é um dos destaques do futebol da Holanda.

* “Brasileiro Eric Botteghin, ganhador da Copa da Holanda por dois anos consecutivos”

Quem? Eric Botteghin? “Nunca ouvi falar”, essa é a reação típica de um brasileiro comum. Não é estranho, porque ele jamais atuou profissionalmente em seu país natal, mas esse jogador está escrevendo história no outro lado do Atlântico hoje em dia. Eric Botteghin é um zagueiro alto e forte (1,92m / 89 kg), com boas qualidades técnicas. Ele tem 28 anos e é de São Paulo, onde jogou nas categorias de base de alguns clubes menores, como A.D. Guarulhos e Grêmio Barueri, que o emprestou para o SC Internacional. Com o time sub-20 gaúcho disputou o torneio “Eurovoetbal” na Holanda, onde chamou a atenção do FC Zwolle, na época, time da segunda divisão, com quem viria a assinaro seu primeiro contrato como jogador profissional em 2007.

A partir deste momento, a carreira do paulistano tem só decolado numa trajetória ascendente. Depois de cinco temporadas e 138 jogos na segunda divisão por FC Zwolle , ele se para o NAC Breda (p.s. o clube da minha cidade). Em Breda , ele experienciou pela primeira vez jogar na primeira divisão do campeonato holandês, e depois de duas temporadas como titular, trocou o sul do país pelo norte, indo jogar no FC Groningen. Novamente, Botteghin atuo ar como titular indiscutível,fazendo a sua segunda temporada no campeonato batavo com destaque absoluto. Na temporada 2014/2015 FC Groningen conquistou, com Botteghin como um dos seus baluartes, a Copa da Holanda. C abe mencionar que esse foi o primeiro título do Groningen desde a sua fundação. Além disso,Botteghin foi eleito o melhor zagueiro e o terceiro melhor jogador da temporada holandesa em prêmio dado pelo jornal nacional “De Telegraaf”.

Após a temporada de sucesso, Botteghin assinou , em agosto de 2015 , um contrato de quatro anos no grande clube Feyenoord Rotterdam, n uma transferência de 2,5 milhões de euros. Feyenoord foi o primeiro clube holandês a ganhar a Liga dos Campeões e a Copa Intercontinental (em 1970) e também o último clube holandês  ganh um título europeu (UEFA Cup em 2002). Infelizmente, nos últimos anos , o armário de troféus do orgulho de Rotterdam ficou vazio; o último título no campeonato holandês foi há 17 anos (1999) e a ultima Copa da Holanda em 2008. Apesar de não ganhar tantas competições quanto os rivais Ajax Amsterdam e PSV Eindhoven, o Feyenoord é um clube enorme, com a maior, mais fanática e fiel do país.

Nesta temporada 2015/2016, o ídolo Dirk Kuyt, ex-jogador da seleção holandesa, voltou para o Feyenoord e a equipe está sob comando do técnico Giovanni van Bronckhorst, capitão da “Laranja Mecânica” na Copa do Mundo 2010 (que tirou o Brasil naquele ano). Trabalhando junto a esses nomes icônicos e apesar desofrer algumas lesões, no Feyenoord, a trajetória de Eric Botteghin não foi diferente: ele cresceu como jogador titular e é elogiado por seus companheiros por causa de seu profissionalismo. Muitos jogadores brasileiros têm a fama de n ão se importarem muito com as regras e a disciplina, porém, o número 33 do Feyenoord é um profissional exemplar. Não é a estrela do time ,  , mas  um verdadeiro defensor , como dificilmente há similares ,  na Holanda. No país em que os zagueiros são melhor avaliados pel o seu domínio de bola, o aspecto realmente defensivo cl ássico acaba ficando de fora. Nest e entido , sem subestimar as suas qualidades futebolísticas, Botteghin é uma exceção por ser obcecado em n ão permitir que os atacantes do s time s adversário s sequer toquem a bola .

O brasileiro n ão só está feliz no seu novo clube , mas também e m sua vida pessoal . Sua esposa Melina deu a luz a um belomenino , Rafael, no fim de 2015. No importante jogo contra o Roda JC, as quartas de final da Copa da Holanda, Botteghin fez o gol da vitória e imitou a famosa celebração d Bebeto – aquela do  “embala neném” – um momento a o qu al nós holandeses não gostamos nada de lembrarmos… Mas isso tudo é perdoado depois da vitória no último domingo n a final da Copa da Holanda, contra o FC Utrecht (2-1). Botteghin, o zagueiro confiável, foi um dos melhores em campo e depois do jogo pod e levantar aprestigiosa taça KNVB Beker pela segunda vez seguida, com dois clubes diferentes, um fato para se orgulhar.

No ano que vem Eric Botteghin vai disputar a Europa League pela primeira vez e quem sabe até onde será sua linha de chegada? Talvez ele não seja conhecido como os seus compatriotas Romário e Ronaldo, que o precederam no país dos queijos, tulipas e moinhos, mas Botteghin está no caminho certo para estabelecer  nome  no futebol holandês.

Pessoalmente, como fanático do Feyenoord, quero agradecer Eric p or este título e espero que ele permaneça por muito tempo no meu time de coração. Ou será que os clubes mineiros, depois de ler esse artigo, ir ão atrás dele…?
* Rick Breugelmans

*** Mais detalhes da vida de Eric Botteghin no Trivela:

http://trivela.uol.com.br/treinado-por-stam-zagueiro-brasileiro-do-feyenoord-sonha-com-a-selecao/

 


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