Palco da final da Copa de 1994, um dos principais estádios desta Copa América. Originalmente batizado como Estádio das Américas, o Rose Bowl, hoje, leva o nome da japonesa Honda, que paga caro para isso.
Apesar do desinteresse dos norte-americanos pela disputa, os moradores latinos dos Estados Unidos garantem o sucesso de público desta edição da Copa América. A média de pagantes por partida é de 40.603. Argentina e Chile levaram mais pessoas até agora. Foram 69.461 no estádio de Santa Clara. O menor público pertence a Panamá x Bolívia que teve 13.466 pagantes. Aliás, em termos de dinheiro a competição já começou com sucesso garantido. Como se sabe a intenção dessa Copa América “Centenário” foi uma ideia dos dirigentes das federações das Américas do Norte, Central e do Sul, que estão presos, para tentar lavar a grana da corrupção entre eles e patrocinadores, que estavam na mira do FBI. O plano só não deu certo porque a polícia e a justiça dos Estados Unidos agiram antes, quase um ano atrás. Com isso, iniciou-se um efeito cascata que derrubou não só a cúpula das bandas de cá como da UEFA e até da FIFA, com o fim da Era Joseph Blatter, que era cria do João Havelange. Estes conseguiram ficar livres da cadeia, pelo menos até agora.
Além do público presente nos estádios todas a cotas de patrocínio foram vendidas, assim como os direitos de transmissão para as rádios e TVs, a um custo altíssimo, o que afastou muitas emissoras tradicionais, presentes em todos os grandes eventos do futebol mundial. Ou a parcerias antes inimagináveis. A Globo Internacional, por exemplo, não está transmitindo. Muitos brasileiros que moram nos Estados Unidos se assustaram ao ver e ouvir o Galvão Bueno narrando Brasil x Equador, em português, pela Univisón, um canal em idioma espanhol. Parceria global para baratear custos e não ficar sem transmitir. Nem as emissoras de rádio, que sempre tiveram condições especiais nas negociações de direitos escaparam da fúria arrecadadora na turma do Tio Sam dessa vez.
Sem grana não entra
Além dos direitos de transmissão cada emissora tem que pagar U$ 1.500 por cabine de transmissão, em cada jogo. Segundo o presidente da Federação Boliviana de Futebol, Romero López, a Conmebol e a CONCACAF tentaram impedir essa cobrança até esgotar a última negociação, mas a exigência é dos estádios, todos com donos privados, nada de governo, sem paternalismo, como acontece no Brasil e na maioria dos países da América do Sul. Aqui, não pagou, nem entra no palco dos espetáculos. A Federação boliviana pagou para as quatro emissoras do país que estão cobrindo a horrorosa seleção deles.
Dinheiro à frente
Daqui acompanho as brigas do América, Minas Arena, governo do estado e Ministério Público por causa dos pagamentos devidos e não devidos na utilização do Independência e Mineirão. Nossa cartolagem e políticos deveriam dar uma chegada nos Estados Unidos e fazer um estágio com os donos e administradores de estádios aqui. Se não for rentável não tem como existir e tudo que envolve a praça esportiva tem que gerar receita. Do nome do estádio, passando pelo estacionamento, comidas, bebidas e até as informações de utilidade pública no serviço de som. O Rose Bowl é “Arena Honda”, em Santa Clara é Levi’s Stadium, em Orlando o Citrus Bowl virou Camping World e vida que segue.
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