CBF aceitou a pressão do São Paulo e mandou Vinícius Furlan para a “reciclagem”
Nada de síndrome de perseguição ou teoria conspiratória, mas a história registra erros absurdos principalmente contra mineiros e gaúchos que resultaram em títulos para cariocas e paulistas. Desde o início há reclamações contra as arbitragens do Campeonato Brasileiro, mas elas se intensificaram a partir da 10ª rodada, duras, de forma oficial. O Cruzeiro foi o primeiro mineiro a ir à CBF; o Atlético foi lá ontem, depois que o São Paulo tentou até anular o jogo dele contra a Ponte Preta, por causa da expulsão do lateral Matheus, na derrota de 1 a 0 em Campinas. Depois de dar o cartão amarelo, o árbitro viu o estrago feito na vítima da falta, ouviu um auxiliar e resolveu mudar, dando o vermelho. Querer anular jogo por causa disso é uma insanidade, mas a ideia ganhou muita força da imprensa paulista, que se esqueceu que o árbitro em questão, Vinícius Furlan tem polêmica parecida em seu curriculum. Ano passado num clássico Palmeiras 1 x 0 Santos, pelo paulistão 2015, ele também voltou atrás em uma decisão tomada.
Mas o São Paulo não saiu de mãos abanando e conseguiu ao menos a suspensão temporária dele, que vai para a “reciclagem”, segundo o comando da arbitragem da CBF.
Quase todos os clubes já foram lá chiar contra apitadores e auxiliares. É uma forma de pressão, oficial, que afeta mais ou menos aos árbitros, dependendo da experiência e personalidade do pressionado. Neste mundo de suspeição que é o futebol brasileiro e o próprio Brasil, é bom não cochilar.
Erros de arbitragem ocorrem no mundo inteiro, diariamente. Em Copas do Mundo, e atualmente, como vimos na Copa América e estamos vendo na Eurocopa.
No Brasil, sabemos que “bom cabrito é o que mais berra”, como diz o Edu Lobo na música Lero-lero. Atlético, Cruzeiro e América que não durmam no ponto e também fustiguem a CBF, porque este jogo de bastidores é real, perigoso e costuma beneficiar aos clubes mais fortes midiaticamente, ou seja, a turma do Rio e São Paulo.
Importante lembrar que esta “vitória” do São Paulo no afastamento do Vinícius Furlan não é pouca coisa como pode parecer. É um árbitro de prestígio tanto no mundo paulista, prestigiado que é no quadro da Federação deles, quanto na CBF, sempre escalado nas séries A e B, como apitador ou quarto árbitro. Professor de Educação Física, tem também prestígio político, nomeado Secretário Municipal de Esportes na terra dele, Santa Barbara d’Oeste, ano passado. Também já ocupou o cargo de coordenador de esportes no Grupo Vicunha, por 13 anos.
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