A coluna do Fernando Rocha que circula neste domingo no Diário do Aço, de Ipatinga:
* “Hora de definições”
O Cruzeiro, com o Mineirão lotado, – até ontem mais de 40 mil ingressos tinham sido vendidos -, contra o Santa Cruz, vice-lanterna do Brasileirão, tem hoje outra chance de mostrar sua recuperação técnica, desde que Mano Menezes assumiu no lugar do português Paulo Bento.
Na última rodada contra o Figueirense, fora de casa, mais uma vez apresentou um bom futebol e venceu, mantendo uma regularidade que não vem conseguindo impor aos adversários, quando joga diante da sua torcida.
O fabricianense Rafael, recuperado de contusão, assume a titularidade no lugar do capitão e ídolo Fábio, apesar das boas atuações do jovem goleiro Lucas França, que perdeu a vaga em razão da sua pouca experiência.
O torcedor celeste fica se perguntando: qual a diferença no trabalho do português Bento para o de Mano Menezes, que novamente está dando certo?
A resposta é simples: a definição do time titular, que sob o comando de Mano, com algumas variações, já conseguiu uma maneira de jogar, um certo padrão de jogo, o que não existia durante a desastrada passagem do português Bento no clube.
Já o torcedor do Atlético, que ficou preocupado após a vitória magra de 1 x 0 sobre o Atlético-PR, no Independência; e o empate com a Ponte Preta pela Copa do Brasil, na última quarta-feira, aumentou o pessimismo em relação ao jogo de hoje, contra a boa equipe do Grêmio, em Porto Alegre, por conta das contusões de alguns de seus principais titulares.
Menos mal que ainda há esperança de Rafael Carioca jogar, mas o goleiro Victor e Marcos Rocha estão fora, aumentando o número de titulares afastados por contusões, como o zagueiro Erazo, além de Luan, Junior Urso, Dátolo e Patric.
Se vencer o Grêmio, que terá o reforço dos medalhistas Luan e Walace, além da sua Arena lotada por mais de 40 mil torcedores, o Atlético pode sim, dependendo do resultado do Palmeiras, assumir a liderança do Brasileirão.
Então, saberemos, se o elenco do Atlético de fato é bom mesmo, o “melhor do país”, como apregoa boa parte da imprensa tupiniquim e nacional, ou se é bom… mas nem tanto.
· Tem chamado a atenção nos últimos jogos do Galo, após ser convocado pela primeira vez para servir a seleção da Argentina, o comportamento de Lucas Pratto. Há, inclusive, quem compare seu recente desempenho pífio, com o de outro argentino, o ex-lateral Sorín, quando defendia o Cruzeiro, que também caia de produção às vésperas de se apresentar à seleção portenha.
· Coincidência ou não, é fato que Lucas Pratto sumiu em campo nas partidas contra o Furacão e Macaca, tirando visivelmente o pé das divididas, o que não é do seu feitio. Suas más atuações, óbviamente, causam prejuízos à equipe, que depende muito da sua movimentação, tanto no ataque como ajudando a marcar. Hoje, contra o Grêmio, a dúvida atroz e cruel do torcedor alvinegro é se o time será escalado com Pratto e Fred, ou se o técnico Marcelo Oliveira vai calçar as sandálias da humildade, e entrar com um terceiro volante, imitando a formação que deu certo na vitória sobre o Palmeiras, fora de casa.
· Tite anunciou sua primeira convocação com nada menos do que sete jogadores da seleção olímpica de Micale: Neymar e Renato Augusto, além das novidades Weverton, Marquinhos, Rodrigo Caio e os Gabriéis. Achei um exagero, sem querer tirar o brilho de suas medalhas penduradas no peito, mas veio a explicação, que acho pertinente. O técnico Tite prioriza a questão física, pois esses jogadores vêm com um forte ritmo de treinos e jogos, ao contrário de outros que atuam na Europa e estão iniciando a temporada. Como se sabe, nestas eliminatórias, há uma urgência absoluta na obtenção de bons resultados nestes dois próximos jogos, contra Equador e Colômbia. Então, tá!
· Mestre em trapalhadas, micos, etc, coisa e tal, a atual diretoria do Cruzeiro conseguiu agora aumentar seu repertório, ao permitir que Sandro Meira Ricci, o juizinho da vergonha, que tirou o título brasileiro do clube há seis anos e deu ao Corínthians, volte a apitar um jogo do time celeste. Segundo a imprensa festiva da capital, ele teria procurado e pedido desculpas ao presidente Gilvan, a este aceitou. O grande Nelson Rodrigues, com a dramaticidade peculiar, dizia que “amar é ser fiel a quem nos trai”. Talvez isso explique a atitude do presidente do Cruzeiro totalmente na contra-mão da China Azul. (Fecha o pano!)
* Fernando Rocha
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