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COI fatura muito mais com a Olimpíada do que a FIFA com a Copa, e conta com mais paciência da mídia

O presidente do COI, Thomas Bach, e o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, visitam o Maracanã

Claro que continua não havendo virgens em nenhum destes puteiros, porém, a Fifa é vigiada mais de perto do que o Comitê Olímpico Internacional. Muito interessante este artigo do Marco Aurélio Canônico, que fala deste assunto, na Folha de S. Paulo de quinta-feira.

* “Organizar Olimpíada dá prejuízo, menos para o COI”

COI fatura muito mais com a Olimpíada do que a FIFA com a Copa, e conta com mais paciência da mídia Durante a Copa-2014, um dos temas que fustigaram a Fifa foi a indignação popular com os lucros que a entidade teve (R$ 8,4 bilhões), enquanto os custos de organizar o evento (R$ 27,1 bilhões) ficaram todos com o Brasil.

É difícil entender por que o Comitê Olímpico Internacional (COI), o equivalente da Fifa para a Olimpíada, vem sendo poupado de críticas semelhantes. Especialmente quando será necessário usar verba estatal para cobrir os gastos do Comitê Organizador da Rio-2016.

Ele é uma empresa privada, com orçamento de R$ 9,1 bilhões que, em tese, seria todo privado: cerca de um quarto vem do COI e o resto, de patrocínios e ingressos.

Além de bancar a existência do próprio comitê, esse dinheiro é usado para cobrir as despesas operacionais dos Jogos: transporte, hospedagem e alimentação das delegações, as festas de abertura e encerramento etc.

Quando se candidatou a sediar os Jogos, o Rio concordou em cobrir os gastos do comitê caso ele não conseguisse fechar suas contas, o que já é um fato. Governo federal e prefeitura anunciaram que vão investir R$ 100 milhões e R$ 150 milhões, respectivamente, e parece improvável que a conta pare aí.

Se não há nada ilegal em usar dinheiro público para arcar com as contas do comitê organizador enquanto o COI sai da festa com o bolso cheio, não dá para negar que é imoral —uma imoralidade com a conivência dos políticos.

Pior ainda é a recusa do Comitê Rio-2016 em abrir suas contas, mesmo após o aporte estatal. Se é para gastar dinheiro público, vejamos como estão organizados os gastos. Afinal, uma empresa que sabe que terá ajuda governamental para pagar suas dívidas não tem exatamente grandes incentivos para ser o mais econômica possível.


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Comentários:
5
  • Rogério Perdigão disse:

    Esses cartórios do esporte (federações, confederações e comitês) se converteram em verdadeiras máfias, lavanderias globais de dinheiro público.
    Me lembro de ter lido uma reportagem há alguns anos, onde se afirmava que, pelas mãos do sr. Nuzman já haviam passado mais de 40 bihões de reais. E isso bem antes da Rio2016.
    exame.abril.com.br/brasil/…/o-efeito-nuzman-em-2-decadas-gastos-de-40-bi-de-reais

  • Renato Mello disse:

    Boa tarde, Chico! Estava no twitter e, passando pelo do @leogomide, que visito sempre, vi o link dessa matéria na Folha sobre o narrador da ESPN Romulo Mendonça, que foi – pra mim e muitos – o grande destaque da narração esportiva nesta Olimpíada. E qual não foi minha surpresa ao descobrir que o Rômulo é de Minas – e ainda tem bom gosto, é GALO 😛 ! – . Como sei que você é um jornalista que sempre gosta de destacar nossos profissionais, independente da área, pensei que seria legal um post sobre ele, principalmente pelas inovações que vem trazendo para a narração esportiva – a ponto de várias pessoas estarem assistindo vôlei atualmente no canal por causa do que ele faz – , entre outras coisas que a matéria mostra, como as dificuldades que passou e a valorização que passou a ter agora, a ponto da ESPN estar renovando seu contrato. Enfim, mais um que sai das montanhas para brilhar no eixo, com muita competência, criatividade e inovação, deixando de lado a “mesmice”. Aí está o link da matéria: http://m.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2016/08/1807327-narrador-da-espn-que-ficou-pop-com-ragatanga-na-olimpiada-diz-que-nao-sabia-nada-de-volei.shtml?cmpid=twfolha
    Grande abraço, Renato Mello.

  • Alisson Sol disse:

    Não há como o Comitê Rio-2016 abrir suas contas. E se abrir, não vai adiantar muito também, pois vai ser igual a balanço de clube: uma coisinhas erradas plantadas para distrair, enquanto os grandes problemas estão escondidos.

    Por questões familiares, tive alguns colegas da área administrativa que voltaram dos EUA para o Rio há uns 4 anos para trabalhar no Comitê Rio-2016 (Um tinha parente doente, outro uma questão da esposa a resolver no Brasil, etc.). Começa por aí: vejam que este comitê estava pagando salários bons o suficientes para alguém sair do emprego em uma multinacional nos EUA para ir para o Rio (onde o custo de vida não é baixo). E nenhuma outra empresa no Rio “competia”. Mas, continuemos.

    Durante os primeiros dois anos, o relato dos que foram é de que pouco fizeram. Havia o “problema Brasil”: gente demais para as atividades necessárias, todo mundo “mandando”, e ninguém para executar, exceto algumas empresas contratadas. Após 2 anos e meio, ou seja, há um ano e meio atrás, os que podiam começaram a voltar para os EUA desiludido: não havia mais tempo para executar o planejamento feito. Ou a Olimpíada não ia ocorrer como planejado, ou seriam necessários contratos de emergência que iriam elevar os custos bem além dos recursos disponíveis. Pior: tinham desperdiçado muito tempo em coisas absurdas… Quem podia, estava pulando do barco.

    A última notícia dos colegas que ainda estão no Comitê Rio-2016 chega a ser absurda, mas parece que é verdade: vão dar uma enorme festa de despedida do “Comitê Rio-2016”, mas os funcionários não vão receber o último mês de trabalho. Jogando com o emocional dos funcionários, eles estão convocados a trabalhar durante os Jogos Paralímpicos sem receber: “Vocês vão abandonar os atletas paralímpicos?

    Alguém vai mesmo confiar nas contas?

  • Marcelo Araujo disse:

    ambas são antros de burocratas dos esportes e do futebol. uns ficam bem mais ricos que os outros. e de 4 em 4 anos, algum país paga a alta conta da festinha particular que eles promovem. só a recusa fiscal do dona dilmanta, já daria para recuperar inúmeras escolas e postos de saúde. mas não, preferem embolsar millhões para dizer que a recusa faz parte do processo. de roubo e do descalabro que são essas instituições, a meu ver, um antro de bandidos de gravata.

  • Jorge moreira disse:

    Sera que foi só o COI,e o COB,eterno cabide protecionista da corja ruim de ex atletas,acho uma vergonha e até torço contra estas seleções devido ao eterno presidencialismo deste dono das
    tetas gordas sr nuzman que vivi reclamando mais não solta,alem de proteger seus afilhados ex
    atletas com grande salários e cada vez aumenta mais,Chega desta corja assim como a cbf este
    tem que haver mudanças lá tambem urgente,o cara fala que esta cansado mas não larga o osso