Alex Souza disse:

FLAMENGO 0 X 0 CRUZEIRO – 27ª Rodada do Campeonato Brasileiro 2016
Estádio Kleber Andrade – Cariacica/ES – 2516:00Junho2016 – Domingo

BOM TESTE: Pelo lado do Flamengo uma oportunidade de se checar o tal “cheirinho de hepta”; pelo lado do Cruzeiro a noticiada “evolução” da equipe sob o comando de Mano Menezes. Duas perspectivas que parecem exageradas, já que o Flamengo ainda não apresentou aquele futebol típico de time campeão e o Cruzeiro, por sua vez, continua próximo da zona de rebaixamento.

CAUTELA: O Cruzeiro entrou para o jogo com uma proposta bem defensiva, dando mostras de que jogaria por um contra-ataque; já o Flamengo entrou cauteloso, tocando a bola, e estudando as melhores possibilidades de avanço sem se expor. A 14’ o lateral Jorge recebeu uma bola com liberdade e deu um forte chute, contudo, a bola foi sobre o gol de Rafael. Entre 20 e 22’ o Flamengo, forçando o jogo pelo meio da defesa, teve duas chances com Guerrero, sendo uma tentativa em chute cruzado e outra de bicicleta, com boas defesas de Rafael. O Cruzeiro só chegou com algum perigo a 28’, com De Arrascaeta, que chutou de fora da área para defesa boa de Muralha; depois voltou perigosamente aos 33’, depois de boa jogada com Ábila e Robinho, concluída para fora em chute de Rafael Sobis.

MELHORANDO: Os times, a partir de 35’, foram mais ao ataque. Ábila recebeu cruzamento de Ezequiel e marcou, contudo, estava impedido; a 38’ o Flamengo chegou perigosamente com Gabriel. A bola veio da direita do ataque, a defesa do Cruzeiro permitiu um desvio e a bola foi ao atacante que tentou chutar cruzado; Manoel fez o corte providencial colocando o corpo à frente, impedindo a bola de ir ao gol. Romero sentiu uma contusão no pé esquerdo (torceu o tornozelo a 35’ em lance isolado) e foi substituído por Ariel Cabral a 39’, sendo uma alteração na proposta de mais marcação do time. Henrique, após cobrança de escanteio a 46’, desviou a bola rumo ao gol e a defesa do Flamengo afastou o perigo com o homem da base na 1ª trave. O equilibrado primeiro tempo foi encerrado com um cartão amarelo para Rafael Sóbis, que segurou um adversário para matar contra-ataque e outro para Pará, por entrada de carrinho sobre Rafael Sobis.

PERDE-GANHA: O início do 2º tempo mostrou sérios problemas na armação de ambos os times; muitos passes errados, pouca inspiração e muita gente parada de lado a lado. Sempre pelo lado esquerdo da defesa do Cruzeiro o Flamengo insistia, sendo sempre bloqueado pela defesa; o Cruzeiro tinha a chance de contra-atacar, contudo, De Arrascaeta, Henrique e Sobis sempre erravam os toques ou o time jogava a bola para Ábila, sempre isolado entre os beques. Um único chute a gol foi dado pelo Cruzeiro, com Robinho, mas a bola foi longe do gol. Rafinha entrou no lugar de De Arrascaeta e Fernandinho no lugar de Gabriel. O medo de perder (de ambos) tornou o jogo horrível no 2º tempo.

CONTRA-ATAQUE: A 29’ o Cruzeiro recuperou uma bola no meio campo e Sóbis tabelou com Rafinha em velocidade; o meia foi entrando pela área, a defesa parou e ele finalizou no ângulo direito de Muralha, sem chances de defesa. A 33’ o Flamengo chegou em velocidade pela direita da defesa do Cruzeiro e Mancuello, que havia entrado no lugar de Márcio Araújo, finalizou perigosamente, quase empatando. A 36’ Sobis saiu para dar lugar a Elber.

JOGO ABERTO: Com a vantagem do Cruzeiro no placar o Flamengo foi ao ataque e ficou extremamente vulnerável. A 35’ Muralha defendeu uma bola que ia chegando para a conclusão de Robinho; a 37’ a chance de ampliar esteve nos pés de Rafinha e ele, de frente para o gol, chutou para fora.

ÔLE-ÔLE: A 38’, quando o Cruzeiro tocava a bola e a torcida provocava gritando “ôle, ôle”, Guerrero empatou a partida; o atacante recebeu a bola de costas para os marcadores, dominou, girou e chutou. A bola desviou no pé de Bruno Rodrigo e foi no ângulo de Rafael.

CAVALO ARRIADO: A 39’ a chance de voltar ao comando do placar foi incrivelmente perdida. Henrique fez a jogada e a bola chegou a Ábila; o artilheiro tocou fraco, quase na linha da pequena área, e Muralha defendeu. O Flamengo, a 40’, respondeu com Fernandinho; Bruno Rodrigo permitiu novo domínio e giro, contudo, o atacante chutou sem direção. A 41’ Rafinha voltou a fazer grande jogada e deu um passe perfeito para Ábila; o argentino fez o mais difícil e chutou para fora a segunda chance clara de marcar.

SÉRIE B: No finalzinho, a 43’, o Flamengo contra-atacou em velocidade pelo meio e a bola foi passada na área a Mancuello que, livre de marcação, deu a Ábila uma lição de como concluir, chutando perfeito, fora do alcance de Rafael, fazendo 2 a 1. Aí foi a vez da torcida do Flamengo fazer a festa e rebater as provocações e gritar “vai cair para a série b”.

SUFOCO CONTINUA NO QUARTEL DE ABRANTES: Péssimo resultado para o Cruzeiro, que volta para a zona de rebaixamento e, rodada a rodada, vê times como Figueirense, Vitória, Coritiba e Sport pontuarem ou ganharem seus jogos. São 13 derrotas, 6 empates, 8 vitórias, 41 gols sofridos e 34 marcados, além de ridículos 37 % de aproveitamento.

NA UTI: A irregularidade é a cara do Cruzeiro, seja com Deivid, Paulo Bento ou Mano Menezes; com todos eles aconteceram breves momentos de euforia anulados por péssimas partidas em casa, sequência de derrotas, falhas individuais, e gols perdidos. Os maus momentos marcaram os três trabalhos, bem como o ôba-ôba da “evolução”. Se continuar nesse nível de campanha (37 % de aproveitamento) vai fazer, nas 11 partidas que lhe faltam, míseros 12 pontos, chegando apenas 42. O time joga contra Grêmio (c), Ponte Preta (c), Palmeiras (f), Chapecoense (c), Vitória (f), Atlético Paranaense (f), Fluminense (c), Sport (f), Santos (c), Internacional (f), Corinthians (c). É melhor que o time não se distraia com a Copa do Brasil…

RESUMO DA PARTIDA

O ataque do Cruzeiro deu aquela “rateada” e perdeu a chance de liquidar o Flamengo. O time fez um jogo discreto e defensivo até abrir o placar. Em desvantagem na partida o Flamengo revelou fragilidades que contrastam com o “cheirinho de hepta”; esteve a ponto de perder o jogo. O Cruzeiro, por sua vez, deu claras mostras de que “não evoluiu o suficiente com Mano” para escapar da degola; teve a vitória à sua disposição e perdeu por incompetência do ataque, voltando para a zona de rebaixamento. Defensivamente tanto Flamengo quanto Cruzeiro vacilaram em momentos cruciais do jogo; Rever ficou olhando Rafinha marcar para o Cruzeiro e Bruno Rodrigo olhando Guerrero fazer o empate do Flamengo. Foi boa a atuação contra o Flamengo. Boa atuação, no entanto, não resolve o problema do Cruzeiro.

FLAMENGO: Alex Muralha, Pará, Réver, Vaz e Jorge; Márcio Araújo, Arão, Diego e Gabriel (Fernandinho); Everton (Alan Patrick) e Guerrero – Técnico: Zé Ricardo
CRUZEIRO: Rafael, Ezequiel, Bruno Rodrigo, Manoel e Edimar; Henrique, Romero (Ariel Cabral), Robinho, Sobis e De Arrascaeta (Rafinha); Ábila – Técnico: Mano Menezes
Arbitragem: Leandro Pedro Vuaden (RS) auxiliado por Jorge Eduardo Bernardi (RS) e Lucio Beiersdorf Flor (RS)
Gols: (CRU) Rafinha, a 29’ 2ºT; (FLA) Guerrero, a 38’ 2ºT e Mancuello, a 43’ 2ºT.
Público/Renda: 13.780 pagantes/R$ Não divulgada
Cartões amarelos: (FLA): Pará; (CRU): Rafael Sobis, Ezequiel