Pedro Ernesto e Wianey Carlet (direita), no papel de “Azedinho” durante o programa Sala de Redação, da Rádio Gaúcha
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Clima de festa e de tensão em Belo Horizonte para Atlético x Grêmio. Ambiente tipicamente de final de uma grande competição: a cidade respira futebol e o assunto é este em todos os cantos. O preto e branco nas ruas faz lembrar o dia da final da Libertadores da América em 2013, em que carros e pessoas “trajando” o uniforme alvinegro buzinam e gritam “Gaaaaallllllloooo” quando passam um pelo outro. E assim como em 2013 tem muito azul na parada, todos contra, obviamente. Porém, o azul gaúcho se mistura ao preto, não só na camisa, mas também na sintonia que é tradicional entre atleticanos e gremistas. Nessa rivalidade histórica e salutar, a torcida do Cruzeiro tem como parceira no Rio Grande do Sul a do Internacional.
Por isso é que a diretoria do Grêmio se apressou em soltar nota oficial duas semanas atrás, quando o radialista Wianey Carlet incendiou essa final da Copa do Brasil, chamando o time do Atlético de “naba” e “marrecada”, expressões típicas sulistas para desqualificar um adversário. Mas a nota nem teria razão de ser, já que o próprio Wianey disse dias depois que aquilo não passou de uma brincadeira, dentro do espírito do programa Sala de Redação, tradicionalíssimo da Rádio Gaúcha, um dos mais longevos do rádio brasileiro. Virou inclusive tema de livro, “Sala De Redação – Aos 45 do primeiro tempo”, recém lançado, pelos jornalistas Cléber Grabauska e Junior Maicá.
Um programa que faz lembrar o nosso saudoso Minas Esporte, que durou mais de 30 anos na TV Bandeirantes, que fez história na imprensa mineira. Estive lá por 16 anos, trocando zoações com o cruzeirense Flávio Carvalho e até hoje pessoas comentam comigo episódios dos programas daquela época. Hoje mesmo, no Redação Sportv, o Fred Melo Paiva lembrou do Minas Esporte, dizendo que “saía da PUC e ia almoçar” nos assistindo.
Quando o Wianey zoou com o Galo ele estava interpretando o personagem “Azedinho”, que cumpre o papel de sacanear todo mundo que pode no programa, que tem uma audiência fantástica. Só que em Belo Horizonte pouca gente sabe disso e o circo pegou fogo, com a repercussão dada por colegas da capital mineira. Wianey morreu de rir da onda que seus comentários criaram e em seus textos e falas normais, no jornal Zero Hora e na própria Rádio Gaúcha, disse: “Evidentemente que eu sei que eu o Atlético não é um time de marrecas, eu falei aquilo pra provocar o João de Almeida Neto”, colega de programa.
A situação faz lembrar também a turma da 98FM, maior sucesso recente do rádio mineiro, cujos programas e transmissões esportivas são excelentes, porém com 90% de humor e gozações pra cima de tudo e todos do futebol. Principalmente quando falam dos adversários mineiros. Já pensou se os gaúchos tivessem levado a sério a enquete feita pelo 98 Futebol Clube dias antes do Azedinho chamar o Galo de “marrecada”?
Veja aí: 98 Futebol Clube @98FC: O Grêmio levou um pau do Sport…… isso significa?
45% Só pra rebaixar o Inter
5% É fraco mesmo
11% Tá fingindo de morto
39% Normal, gaúcho gosta
Sobre a bola rolando, não sei. Tenho certeza apenas que teremos dois jogos sensacionais, para quem quem “nervos de aço”, como diria o gremista Lupicínio Rodrigues. E espero que o Galo esteja inspirado hoje e dia 30 para ficar com a Taça!
A propósito, estou aguardando o voo de volta do Rio para Belo Horizonte e ao meu lado aqui no Aeroporto Santos Dumont, este gremista já roeu quase todas as unhas, embarcando para chegar em Confins e seguir direto para o Mineirão.
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