Ontem a imprensa nacional deu destaque para as bandeiras da Galoucura e Máfia Azul, lado a lado, harmonicamente, na Arena Condá, estádio onde os corpos do voo da Chapecoense estavam sendo velados em Chapecó. Hoje, li na Gazeta Esportiva: “… Em uma cena que seria difícil de imaginar não fosse o atual contexto pelo qual o futebol está passando, a Independente, do São Paulo, a Gaviões da Fiel, do Corinthians, a Mancha Verde, do Palmeiras, e a Torcida Jovem, do Santos, levantaram todos as sua bandeiras que levam as cores de seus times de coração, no entanto, para entoar o mesmo grito: o de solidariedade pela Chapecoense…”
Cenas como estas estão sendo registradas em todo o país, em que inimigos (sim, entre grupos como estes não há rivalidade, mas ódio e outros interesses) se confraternizam neste momento de comoção mundial. Infelizmente sou obrigado a ficar ressabiado da mesma forma que o experiente e ótimo jornalista Sérgio Xavier Filho, que twittou: @sxavierfilho “Da série “tomara que eu esteja enganado”: o tal ato das organizadas no Pacaembu é o dia de bonzinho do Tony Soprano”. O passado dessa turma nos leva à desconfiança e nos faz pensar em oportunismo.
Sem defesa
Diz a Declaração dos Direitos do Homem, que “Todo acusado tem o direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa”. Mas será que este Miguel Quiroga, o piloto que não obedeceu as normas de voo merece ter estes mesmos direitos?
Nada a ver
Muita gente diz que devemos aceitar essa tragédia como “desígnios de Deus”. Não dá! Foi ganância, tragédia anunciada, que pegou a Chapecoense, mas poderia ter sido a seleção da Argentina ou uma das outras quatro delegações que viajaram com essa LaMia, com limite de voo sem direito a nenhum imprevisto. Só que nessa roleta russa do piloto Quiroga, dessa vez houve um contratempo.
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