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Como diz Jair Pereira, “a estratégia correta no futebol é a que dá certo”. Sendo assim, Mano e Roger no fio da navalha permanentemente

Aproveito para homenagear a estes três grandes nomes da história do futebol brasileiro: Jair Pereira (esq.), Jairzinho e José Cunha. Achei a foto no blog do Cunha, pontenovense, gente finíssima, um dos maiores locutores do rádio e TV do Brasil ( http://josecunhanarua.blogspot.com/2013/10/ ). Jair Pereira dirigiu os três grandes de Minas, gente boa demais da conta, figura fantástica, com quem aprendi muito. Jairzinho, foi o “Furacão” da Copa de 1970, outra figura fora de série, e não preciso dizer mais nada.

***

Senhoras e senhores, com vocês, a coluna “Bola na Área”, do Fernando Rocha, em primeiríssima mão, já que só será publicada amanhã, no Diário do Aço, de Ipatinga. Concordo com quase tudo que opina neste texto e depois escreverei um post sobre temas semelhantes:

* “Parcela de culpa”

A verdade é que temos uma grande parcela de culpa, pois há de fato uma supervalorização da importância  que os treinadores exercem sobre os resultados no nosso futebol, proveniente dos espaços exagerados destinados pela mídia à cobertura diária do trabalho destes profissionais nos clubes.

Durante os preparativos dos jogos, os verdadeiros protagonistas, os jogadores, falam pouco ou quase nada. Ao término das partidas o “professor” é o único a dar entrevista para explicar o que houve de bom ou ruim atraindo para si todos os holofotes.

Com ou por causa disso os salários dos nossos “técnicos-professores” atingiram um patamar estratosférico, muito acima da média dos principais jogadores e do que os clubes podem pagar, surgindo assim uma classe de maioria arrogante, prepotente, que se acha o bam-bam-bam de tudo, não admite a necessidade de se aperfeiçoar, estudar novas técnicas e  estratégias de jogo.

Talvez isso explique porque não gozam do mesmo prestígio internacional de seus colegas argentinos e chilenos no futebol europeu, só despertando interesse de mercados secundários, como os da China, Ásia, Oriente e outros cafundós no planeta.

Neste contexto é que o técnico Mano Menezes está inserido e na última quinta-feira foi execrado pela mesma mídia que o exalta e o põe cotidianamente nas nuvens, após a derrota do Cruzeiro diante do Bahia pelo Brasileiro.

O ex-técnico Jair Pereira dizia que “a estratégia correta no futebol é a que dá certo”. Grande verdade dita por quem brilhou e conquistou muitos títulos nas décadas de 80/90 à frente dos principais clubes do nosso futebol.

Mano Menezes fez uma aposta na experiência ao improvisar  Henrique na zaga, ao invés de escalar um jovem de 20 anos, Murilo,   especialista  da posição, porém não contava com a expulsão do volante nos minutos iniciais da partida, o que acabou comprometendo toda o esquema planejado.

Subiu no telhado

A derrota para o tricolor baiano abalou as estruturas celestes, até porque foi a segunda consecutiva, o que incomoda bastante em se tratando de qualquer clube grande.

Torcedores, conselheiros, colegas da imprensa,  corneteiros em geral, passaram a pedir a cabeça do treinador, cujo gato subiu no telhado literalmente.

Mas, não são apenas os últimos maus resultados que pesam na tentativa de derrubá-lo, pois há uma forte corrente contrária ao esquema tático preferido e adotado por ele, considerado demasiadamente defensivo, na contramão do tradicional estilo que vem desde os anos 60 com aquele time fenomenal de Tostão, Dirceu Lopes e Cia.

Nesse ponto estou com o treinador, e penso que estão confundindo alhos com bugalhos, pois além de ter alguns de seus principais jogadores contundidos, casos recentes de Rafael Sóbis e Robinho, o Cruzeiro de hoje não possui craques como no passado, o que obriga o treinador adotar um esquema mais cauteloso, de acordo com a característica dos jogadores, pois milagres são cada vez mais raros quando se trata de futebol.

  • No Atlético, a vitória apertada de 1 x 0 sobre o modesto Avaí, amenizou um pouco o ambiente, que andava prá lá de carregado, em razão do alto investimento e a grande expectativa criada em torno deste elenco, que não vem correspondendo com resultados positivos dentro de campo. A desculpa para justificar o mau começo no Brasileiro é o cansaço dos jogadores por conta do calendário apertado com um número de jogos excessivo.
  • Trata-se de uma meia verdade, pois a diretoria e todos no clube já deveriam saber disso desde o ano passado, quando este calendário esdrúxulo foi divulgado. A montagem também apresenta anomalias, como por exemplo a contratação excessiva de atacantes – o ineficiente Marlone é um destes – quando faltam reservas para a zaga e laterais. Hoje, contra o lanterna Vitória, em Salvador, torna-se fundamental vencer para recuperar os pontos que deixou em casa na derrota para o Fluminense. Mas, não existe otimismo pela instabilidade que gera falta de confiança na equipe.
  • O futebol brasileiro perdeu na semana passada um dos seus principais dirigentes, Eduardo Maluf, diretor de futebol do Atlético, com passagem brilhante também pelo Cruzeiro. Maluf foi uma referencia em  todos os quesitos do ofício que exerceu com rara competência e honestidade. O Vale do Aço, especialmente a cidade de Ipatinga, sempre recebeu de Maluf, nascido em João Monlevade e radicado em Itabira, um carinho especial. Com ele no comando do futebol do Cruzeiro, e depois no Atlético, estabelecemos uma ponte de diálogo que possibilitou entre outras coisas, a vinda de grandes jogos divulgando a nossa cidade e região, além de inserir o Estádio Ipatingão no circuito do futebol brasileiro, tornando-o também conhecido em todo o planeta.
  • A última vez que conversamos pessoalmente foi em 2014, quando o Atlético comandado por Levir Culpi, jogou aqui contra Criciúma (0 x 0) e Fluminense (2 x 0) pelo Brasileiro, graças ao seu apoio. Estava muito feliz e confiante de que venceria o câncer contra o qual lutou até o último momento. Vai com Deus amigo Eduardo Maluf, alguém muito especial que passou por este mundo e sempre estará presente nas nossas orações.
  • “As pessoas não morrem. Tornam a ficar encantadas”. (Guimarães Rosa).  (Fecha o pano!)

* Por Fernando Rocha


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Comentários:
15
  • Jorge moreira disse:

    Que coisa né o Malulluf trabalhou alguns anos no Galo e ninguem a prendeu nada, com ele e agora falam em comissãokkkkkk, e ainda mais promovendo o fraco Andre Figueiredo, meu Deus, já começou as bobagens no pós morte do Malluf, perder jogando este futebol ridiculo pro Vitoria, quem perde pro lanterna e em crise ultimo colocado vai empatar com quemmmmmmmmmm, perderam muito tempo, e mais um Malluf ser substituido por varios funcionários, isto é o fim da luz do túnel, vergonha time sem alma, sem força, sem vontade, resultado do jogo lanterna 2X o favorito a ganhar o titulo O

  • carlos henrique disse:

    Converso as vezes , com um amigo professor de Historia, muito mais novo que eu
    Ele diz: você é saudosista no futebol.
    Digo a ele, antigamente, nao tinha internet, cel, video game
    as crianças, jogavam bola na rua, quase todo mundo
    empinava pipas, ou faziam carrinhos de roliman.
    Na escola todo mundo jogava bola, as crianças iam no mineirao
    e depois ficavam, comentando a torcida, as bandeiras, os times do
    rio. que vinham jogar em b.h.
    qualquer terreno, virava campo , a bola era costurada,
    18 gomos. e a populaçao era metade de hoje.
    entao surgia muitos craques, tinha campinho pra todo lado
    o menino aprendia a dominar a bola no asfalto, na terra, na grama
    no quintal de casa.
    hoje vejo escolinhas, campos socyets, chuteiras levinhas.
    tudo é mais facil
    quantos gols ja fiz na minha vida na quadra de cimento
    com o velho Ki-chute.
    o futebol era diferente, nao tinha a preparaçao fisica de hoje
    os conhecimentos taticos, exame para detectar se o cara vai estourar
    c.k. nao tinha internet, monitoramento, para os atletas.
    mas tinha outra coisa, alegria de jogar futebol
    apareciam craques aos montes.
    Todo grande time, do Brasil tinha seis 5 craques.
    o tecnico de futebol, era entregador de camisa, quase todos.
    jogadores como, Everton Ribeiro, Diego, Robinho
    todo time tinha 3 ou 4 iguais.
    o professor ride min.
    mas é a verdade, vou falar uma coisa, nao vou falar de jogador top da época.
    Spencer, Lola,e o Danival se jogassem hoje.
    seriam titulares e badalados em qualquer time do Brasil
    Antes de Telê, o tecnico era um entregador de camisa.

  • Valmar Azevêdo disse:

    O mais humilde dos técnicos brasileiros é Luxemburgo, que após alguns títulos dirigindo times recheados de craques, de tanto paparico começou a curar, celebrar missas, falar fluentemente diversos idiomas e fazer palestras pelo Brasil afora. Kkkk!
    Felipão colocava até a polícia federal pra correr, só ficou mais humilde após os 7 x 1.
    O mais cômico é Papai Joel, que escreve tantas asneiras em sua prancheta que raramente obtém sucesso e vive de multas contratuais.
    O mais preguiçoso é Cristóvão Borges, uma tartaruga até pra dar entrevistas.
    Givanildo é o Rei da Segundona.
    O mais chorão, discurso pronto após as derrotas e um dos que mais reclama de arbitragens é Mano Meneses, que atualmente habita o telhado da Toca.
    O mais intelectual e o supra sumo do futebol é Tite, dá entrevistas com voz de padre e numa sapiência de fazer inveja a Einstein.
    O mais arrogante é Zagalo Vocês vão Ter que me Aturar.
    O mais esquisito é Antonio Lopes e o mais metido é Osvaldo de Oliveira.
    Dorival Júnior não fede nem cheira e Róger Machado é o treinador dos cones e anti calendários.
    Abel Braga tem uma cara de manguaça.
    Renato Gaúcho é o mais mercenário e leva Carol pra chamar atenção e despistar durante as entrevistas.
    Todos tem algo em comum, quando ganham dão entrevistas sorridentes e bem humorados; quando perdem arrumam mil desculpas e soltam farpas pra todos os lados. Fazem o que os medalhões querem, senão são boicotados. Juntamente com os comentaristas e críticos, são os que mais mamam no futebol e só entram em campo após o jogo com suas mirabolantes historinhas e soluções para os fracassos intermináveis. Jogo é jogado e lambari é pescado!

  • José Eduardo Barata disse:

    Ai , ai ai , li agora que o Enganador do Sul “estipulou ciclos” ,
    “blocos de cinco jogos” para os jogadores entenderem melhor
    a competição .
    Quem aí se lembra deste “método” e seu criador ?
    Meu Deus , o caldo entornou de vez .
    Salvai-nos , Victor , Silva , Rocha e Luan !!!!

  • Amaury Alkimim disse:

    Concordo com o texto. Claro que há um exagero e romantismo nessa história de supervalorizar e endeusar o futebol e jogadores do passado. O meu Cruzeirão da eóca de Tostão e Dirceu Lopes, depois Nelinho, Palhinha e Joãozinho (o que me fez torcedor) cumpriu maravilhosamente o seu papel, mas não podemos ficar preso a esse passado e exigir que se repita agora.Os tempos são outros e de certa forma compreendo a cautela e situação de Mano (ser cauteloso e cuidar primeiro da parte defensiva). Mas também, o excesso aqui é inaceitável. Se eu fosse técnico 70% to meu trabalho refletiria minhas convicções e conhecimentos sobre o futebol e 30% seria agir em sintonia fina com a opinião da torcida e imprensa. Certa vez Zagalo indagado sobre pq escalou Ronaldinho na final da Copa da França (1998) já que ele teria passado mal no vestiário e respondeu: ” Vc tá louco, já pensou se eu perdesse (como de fato perdeu 3×0) para a França sem escalar o Fenômeno? Vcs me matariam (falou mais ou menos isso)” . Verdade. Quando o técnico perde escalando e agindo em sintonia com torcedor e imprensa, a carga fica mais leve. Mas quando insiste com Alano, Fabrício, Léo, Élber, etc, a vontade nossa é enviá-lo para treinar um time lá na Síria (Alepo). Mano, deixe eu dá uma cornetada para hoje: Fábio, Ezequiel, os dois zagueiros disponíveis (ZAGUEIRO, Mano!), já que não temos Dedé e Manoel, Diogo, Ariel Cabral, Hudson, Robinho, Álisson, Rafael Marques e Ábila (tenha paciência com este e faça a bola chegar nele). Pronto, o que estiver mal vc troca aos 15,20 min. do segundo tempo. Simples assim.

    • José Eduardo Barata disse:

      Questão de cultura , meu caro ALKIMIM .
      Valorizar aquele que empenhou brilhantemente
      o seu trabalho é reconhecimento .
      Emerson Fittipaldi , até hoje , é tratado como o
      CAMPEÃO , só que nos Estados Unidos .
      Pra turma daqui , uma vez ou outra é lembrado
      como aquele que fez a Fórmula 1 chegar até o
      país .

      • J.B.CRUZ disse:

        Grande JOSÉ EDUARDO BARATA;
        Sinopse perfeita…Nós que vivemos aquela Época e vivemos agora, sabemos que não há comparação do futebol daquele tempo com o de hoje…
        Para nós que passamos dos ”enta”,e presenciamos as duas ERAS, o Saudosismo é Pertinente;não há ”museu” ; ESTAMOS VIVOS !!!…

      • José Eduardo Barata disse:

        ….desempenhou o seu trabalho ….

  • Raws disse:

    Jair Pereira, pode até ser um cara legal, porém na minha opinião era como técnico um verdadeiro “171”, o Joel Santana da época.

    • Márcio Luiz disse:

      Concordo, Raws, o Jair viveu muitos anos no topo à custa de elogios excessivos de parte de imprensa mineira, sobretudo de um veteraníssimo repórter aqui de BH.

      Saudações.

  • Leandro Fábricio disse:

    Agora sim uma boa matéria e analise desse fernando… e é isso mesmo, os treinadores aqui são superestimados pela maioria da imprensa esportiva brasileira e por isso se acham os maiorais e os donos da verdade…sendo que os protagonistas deveriam ser os atletas…

    costumo dizer que tecnico bom é aquele que inventa menos e distribui bem as camisas e o principal … ter o grupo junto dele porque se o grupo estiver de birra com o treinador não existe nada que faça para que o sucesso venha… os caras o boicotam mesmo…

    mano menezes é um desses criado e superestimado pela maioria da imprensa esportiva brasileira, por isso se acha o tal, treinador fraco e no máximo mediano que se acha e tem gente que também o acha o bam bam bam… arrogante, prepotente e de carater duvidoso em relação ao futebol… vide a bisonha cena dele entrando na frente de um atleta para atrapalhar o cara a bater lateral, cena ridicula… nisso tudo não temos o que reclamar de roger machado que também ainda tem uma caminhada muito longa para provar que é bom treinador…

    Não concordo quando ele disse que no atlético tem uma diferença de jogadores para determinadas posições e cita a defesa com menos substitutos do que do meio pra frente… vejamos

    tivemos os dois laterais direitos machucados praticamente ao mesmo tempo, o titular e o reserva… isso é um fato anormal então essa dificuldade no momento, me aponte um elenco com tres laterais direitos..não tem, fomos lá e buscamos o que estava emprestado ao américa…

    zagueiros temos 6 no elenco.. numero muito bom (leo silva, santana, gabriel, erazo, jesiel e rodrigão) o time do enseada pra vcs verem teve que recorrer ha um zagueiro de 19 anos da base por falta de zagueiros no elenco só tem 4 e um com um problema cronico no joelho (dedé)

    temos 3 laterais esquerdos no elenco (fabio santos, leonan e danilo)

    então não vejo tanta diferença pro numero de opções na defesa em relação ao ataque… ao meu ver o atlético ainda necessita de mais um velocista lá na frente…

    agora pra mim quem mais está no fio da navalha aí é o mano menezes….. daniel nepomuceno já disse que roger não sai por qualquer coisa não… pra mim roger só cai se acontecer uma eliminação precoce na copa do brasil e libertadores…

  • Márcio Luiz disse:

    Diretoria do Galo sinaliza que em vez de contratar um diretor de futebol remunerado vai montar um “petit comité” para cuidar das coisas do futebol do clube.

    Vem m….da por aí. Oremos.

  • José Eduardo Barata disse:

    Eita ! , que minhas certezas estão em boa companhia.
    Boa matéria , Fernando .
    Técnico de futebol ganhou status de superstar .
    Quanto menos sabem mais asneiras dizem .
    E uma imprensa “modinha” , “da hora” , sai a repercutir
    as bobagens teóricas dessa gente .
    Mas aqui temos um criador , o Jair Pereira , que aqui
    chegou com seu “facão” que hoje esses bananas ficam
    a empregar sem nem saber do que se trata .
    E que teve no GIL a sua mais perfeita execução .
    Jairzinho também , antes de ir pra meia com a chegada
    do Rogério , fazia muito essa jogada .
    Saudades do futebol de antanho .