Como disse o atleticano Leonardo Silva de Faria, “que o Rogério me cale”, mas …
Desejo todo sucesso ao Rogério Micale como técnico do Atlético, mas a contratação dele é de alto risco, para o clube e para ele, que está tentando alavancar a carreira de treinador de ponta no futebol brasileiro. Na seleção que ganhou a Medalha Olímpica ele não foi bem, apesar do título. Teve que ser socorrido pelo Tite quando o barco andou fazendo água.
Em 2010 teve uma curta e mal sucedida experiência como técnico de profissionais, no Grêmio Prudente, onde, após duas derrotas nas duas rodadas iniciais do Campeonato Paulista, foi demitido.
Pessoalmente, acho-o uma figura humana especial. Grande cara, ótimo papo e muito culto. Acompanhei de perto o trabalho dele quando o Atlético apadrinhou o Democrata de Sete Lagoas na disputa da terceira divisão mineira em 2009. Aquele time que revelou o Bernard, mas que não conseguiu uma das duas vagas do acesso à segundona. A maioria da imprensa da cidade não gostava do trabalho dele. Tomara que deslanche no Galo agora e acabe de vez com as desconfianças sobre a sua condição de técnico de profissionais.
Rogério Micale, 48 anos, é baiano de Salvador, mas se despontou para o futebol no Paraná, onde foi jogar como goleiro no Londrina, em carreira que só durou até os juniores. Está na China, dando palestras e desembarca em Belo Horizonte de hoje para amanhã. Deve estrear como técnico do Galo quarta-feira, contra o Botafogo, pelas quartas da Copa do Brasil.
Comandou o sub-20 do clube entre 2009 e 2010, e depois entre 2011 e 2015.
Mais informações sobre ele no Uol, de 15 de junho do ano passado:
“… Na seleção brasileira substituiu Alexandre Gallo, que era o comandante da seleção sub-20 e originalmente seria o treinador da seleção na Olimpíada.
Depois de trabalhar durante praticamente toda a sua carreira na formação de jogadores, Micale foi contratado pela CBF em 2015 com a missão de dirigir o time sub-20 e coordenar a preparação da seleção olímpica para os Jogos, entregando-a depois para Dunga.
Na seleção, ele obteve o vice-campeonato mundial sub-20 e o terceiro lugar nos Jogos Pan-Americanos de Toronto.
Após uma carreira discreta como goleiro em equipes pequenas do interior do Paraná, Micale começou a alavancar sua carreira de treinador em 2005, quando surgiu a oportunidade de trabalhar no Figueirense. Naquele ano, o clube de Florianópolis decidiu reestruturar as categorias de base e a primeira opção era Leandro Nieuhes, que optou por fechar com o Atlético-PR. Com a indicação do próprio Nieuhes, o Figueirense começou a observar Micale, que na época trabalhava no futebol paranaense.
“Buscamos informações e fizemos uma entrevista com o Micale, que nos agradou. Decidimos apostar e fomos felizes. Ele tem um olhar clínico com jogadores da base”, disse Edson de Lima, ex-vice-presidente do Figueirense. “Ele é um disciplinador, humano, trabalhador e um paizão na concepção da palavra. Conversa com os jogadores, orienta e também cobra quando é necessário”, acrescentou.
A aposta do Figueirense foi certeira, tanto que, com Micale, o clube ganhou o inédito título da Copa São Paulo de Futebol Júnior.
“É um cara inteligente, que estuda futebol. Ele dá dura quando tem de dar, cobra e orienta os jogadores o tempo inteiro. Agora está mais tranquilo, centrado. É muito fera taticamente”, disse Soares, ex-Grêmio e Fluminense, um dos jogadores descobertos pelo treinador.
A lista ainda tem o volante Henrique, do Cruzeiro, o zagueiro Felipe Santana, ex-Borussia Dortmund e hoje no Kuban Krasnodar, da Rússia, além do atacante Bernard e do zagueiro Jemerson, que renderam bons frutos ao Atlético-MG, seu último clube.
“Ele é o melhor treinador de base do Brasil. É calado, trabalhador e entende de futebol”, disse Alexandre Kalil, ex-presidente do clube mineiro. “Se eu fosse presidente do Atlético, o Micale teria sempre portas abertas.”
OUSADIA
Micale trabalhou no clube de Belo Horizonte entre 2009 e 2015. Deixou o Atlético por um breve período quando se aventurou como técnico da equipe principal do Grêmio Prudente. A passagem foi curta: dois jogos, com duas derrotas no Campeonato Paulista de 2011.
Segundo André Figueiredo, diretor de futebol de base do Atlético, a ousadia é a principal característica de Micale como treinador.
“Ele tem um conceito de jogo moderno, ousado, sem medo de perder. O Brasil carece de treinadores como ele”, disse Figueiredo. “Ele respeita as características do futebol brasileiro. Se eu fosse diretor de qualquer clube profissional, eu o contrataria sem medo. Tenho certeza de que a seleção olímpica está nas melhores mãos possíveis.””
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