Blog do Chico Maia

Acompanhe o Chico

Sem pagar salários e próximo adversário do Tupi na Série C, Mogi Mirim corre risco de novo WO

A maioria dos clubes do interior vive situação financeira dramática. O Mogi é do Estado mais rico do país. Imaginem como estão os mineiros e dos outros estados! Muitos sobrevivem dos empresários que tomaram conta do futebol brasileiro, graças à Lei Pelé. Outros de prefeituras, que tiram recursos de prioridades da população para botar no futebol. Alguns de vaquinhas e dos bolsos de torcedores apaixonados.

Vejam essa reportagem do Globoesporte.com sobre o Mogi, que já foi uma potência do interior paulista:

* “Ex-Palmeiras e Ponte é proibido de entrar no Mogi, e elenco faz reunião na calçada”

Porta-voz do grupo, meia Cristian é vetado de acessar dependências do Vail Chaves e tem apoio dos companheiros; presidente descarta diálogo com jogadores que decidiram não atuar no último sábado

A crise do Mogi Mirim teve mais um capítulo na tarde desta terça-feira. Estava prevista uma conversa do elenco com a diretoria e a presença do Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de São Paulo, mas nenhum representante do clube compareceu.

Em sinal de apoio ao meia Cristian, ex-Palmeiras e Ponte Preta e que foi proibido de entrar no estádio, o grupo se reuniu na calçada para deliberar sobre os próximos passos da greve em decorrência dos salários atrasados.

Por enquanto, o impasse continua. Em ebulição nos bastidores e na lanterna do Grupo 2 da Série C, o Sapo caminha a passos largos para o rebaixamento à quarta divisão nacional.

O presidente Luiz Henrique de Oliveira descartou negociar com os atletas. Para ele, o diálogo entre as partes acabou no momento em que os jogadores resolveram não atuar no último sábado, acarretando na derrota por WO para o Ypiranga. A partir de agora, o tratamento com a maioria será na esfera judicial.

– Eles tomaram a decisão deles de não entrar em campo e aí encerraram qualquer conversa. Vamos tratar a questão nas esferas trabalhistas e judicial. Aqueles que não estavam com o salário atrasado, vamos cobrar. Quem estava com o salário, vamos indenizar. O clube sabe o que precisa pagar. Agora é discutir na Justiça. Quem estiver certo, a Justiça vai dar razão – afirmou Luiz Henrique.

– Tomaram a decisão deles, encerrou qualquer conversa com eles. Vamos tratar a questão nas esferas trabalhistas e judiciais. Aqueles que não estão com salários atrasados, vamos cobrar. Vamos discutir. Clube vai ter de indenizá-los. 80% do grupo não está atrasado. Vamos cobrar judicialmente. Vamos discutir na Justiça. Quem estiver certo, a Justiça vai dar razão.

Apesar do discurso, a orientação entre os jogadores é esperar uma posição oficial do presiente até quarta-feira, quando eles pretendem voltar a treinar. Se ao menos um mês da dívida for pago, vão para o jogo contra o Tupi, sábado, às 16h, em Juiz de Fora. Caso contrário, o Sapo corre o risco de dar o segundo WO consecutivo. A equipe não treina desde terça-feira passada.

MOGI

– Ele (presidente) ficou de vir, mas até agora não está aqui. Vamos escutar, mas sabe que vai vir balela de novo. É a primeira vez que passo por uma situação humilhante assim. Estou até agora por causa dos garotos. Muitos estão cansados disso. Estão a mercê disso. 19 anos, não viu nada, vai achar que futebol é isso. E futebol é mais que isso. O Mogi não era assim. Se fosse um atraso de dois meses, até três, jogaríamos com certeza. Mas são seis meses, alguns quatro ou cinco meses. Fica difícil – afirmou o meia Cristian, que prometeu tomar providência sobre o veto de acessar as dependências do estádio.

– É antiético, não deixou eu entrar, mas sou funcionário do clube. Com certeza vou na delegacia fazer o protocolo que tem de ser feito. É inadmissível. Estamos apenas buscando os nossos direitos, não poderia ser de outra forma.

Sobre Cristian, o presidente Luiz Henrique de Oliveira disse que o contrato do meia foi rescindido no último sábado e, por isso, ele não faz mais parte do quadro de funcionários do clube.

– Não tenho mais nada a falar sobre ele. Vamos discutir na esfera judicial só.

Ao todo, 19 atletas acompanharam os desdobramentos do caso nesta terça-feira, ao lado de três integrantes do Sindicato: os diretores Mauro Costa e Osmir Baptista e o advogado Guilherme Martorelli. Eles foram com o intuito de intermediar as conversas, mas encontraram resistência.

– Nós apoiamos qualquer decisão dos atletas. Se eles entrarem em campo, estamos juntos. Se eles não forem jogar, estamos juntos também. A crise é que promete que vai pagar e não paga. Tem família por trás desses meninos. Todos precisam receber. Estamos brigando por um direito deles. Ele (presidente) permitiu a entrada por telefone, mas chegamos aqui e fomos barrados. Te prometo um abraço e te dou um soco. É difícil essa negociação – comentou Mauro Costa.

>> SAIBA MAIS SOBRE O MOGI NO GE.COM

Com cinco anos de casa (chegou aos 15 e agora tem 20), o atacante Ruster não lembra de ter passado por situação semelhante no Mogi Mirim. Ele diz que não recebe do clube há aproximadamente 10 meses.

– Graças a Deus não estou passando fome, estou aqui pare receber meu salário. Faz uns dez meses que não recebo. Fui emprestado no começo do ano, recebi no outro clube, mas não aqui. O presidente não está cumprindo com o que o falou. Todo trabalhador é merecedor do dinheiro que tem para ganhar. A gente trabalha para receber. Ainda tenho esperança que um dia vamos receber.

A diretoria tem poucos dias para tomar decisões que certamente vão mexer com o futuro do clube. Se não voltar a jogar na Série C, o Mogi Mirim corre risco de sofrer sanções da CBF e ser excluído de competições nacionais por dois anos. A diretoria descarta a possibilidade e estuda opções para as quatro rodadas que restam.

A principal hipótese é usar jogadores das categorias de base e buscar no mercado peças que aceitem defender o time nesta reta final de competição. Na tabela da Série C, o Sapo tem dez pontos, a cinco de sair da zona de rebaixamento.

http://globoesporte.globo.com/sp/campinas-e-regiao/futebol/times/mogi-mirim/noticia/ex-palmeiras-e-ponte-e-proibido-de-entrar-no-mogi-e-elenco-faz-reuniao-na-calcada.ghtml?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_content=Esporte&utm_campaign=globoesportecom


Deixe um comentário para Regi.Galo/BH Cancelar resposta

Comentários:
17
  • Regi.Galo/BH disse:

    Sugiro mais uma história interessante, dos confins do futebol.
    A reciprocidade na relação entre o compromisso mútuo de atletas e diretorias, podem determinar muito no resultado e no enfrentamento das várias dificuldades dos times menos abastados.
    Eis que a motivação pode ser uma escolha simples, na atitude de quem quer vencer as dificuldades.

    https://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/lancepress/2017/08/16/meninos-do-acre-a-historia-de-um-acesso-que-parece-inacreditavel.htm

    Abraço!

    • Jorge moreira disse:

      A grande diferença que eles tem chama-se gestor de futebol, o que adianta ter o melhor CT, as melhores acomodações jogadores acima da média, porem em fim de carreira e não ter um presidente,nada olhem tambem a mistica do nome do clube do Acre, mistica tambem funciona mas sem nepomusono

  • José Eduardo Barata disse:

    Acabei de ler
    ==========
    Nepomuceno fica na prefeitura e deixa a presidência
    do Atlético no final do ano .
    Fonte : coluna Aparte , d’O Tempo .

    • Renato César disse:

      Já vinha falando há algum tempo que ele tinha que deixar a vaidade de lado, assumir que não da conta de abraçar o mundo e focar na sua carreira política.

      O Galo tem opções muito boas para a presidência. A cúpula da gestão Kalil está forte lá dentro ainda e não causaria nenhum racha no clube.

      E que a torcida se lembre que toda mudança gera desconfortos no começo. Ou seja, uma grande mudança em elenco e comissão técnica na próxima gestão, deverá custar um certo tempo até que se estabilize e traga resultados.

      Mudar para 2018, pode render grandes títulos talvez só a partir de 2019. No ano da mudança normalmente se consegue, no máximo, boas campanhas. Mas depois seriam brigas constantes por grandes títulos.

    • Carlos Almeida disse:

      Melhor notícia do dia amigo Barata!

    • Regi.Galo/BH disse:

      Isso é bom ou é ótimo???

  • Regi.Galo/BH disse:

    Alô Barata,

    Hoje eu tive tempo de ler e ouvir, graças à Deus, mas olha essa.
    Mais um caso dentre tantos, só para reiterar mais daqueles ‘mistérios’ quanto à base do Galo:

    http://espn.uol.com.br/video/718857_cafu-conta-como-foi-reprovado-no-atletico-mg-nao-tinha-cartao-de-referencia-fui-dispensado-sem-treinar

    Abraço!

    • José Eduardo Barata disse:

      Por essas e outras …..

      • Regi.Galo/BH disse:

        Pois é…
        Onde se lê “cartão de referência” pode-se deduzir tudo; menos no IRPF.
        Abraço!

        • Renato César disse:

          Caro Regi.Galo, certamente sabemos de coisas que acontecem neste universo, algumas delas que infelizmente não podemos provar.

          Só alertei porque tem muita gente interessada em criar crises no Galo. O Cafú fez peneiras em meados da década de 80. Esta divulgação agora, faz parecer que foi por responsabilidade da turma atual. Mesmo assim, ele tentou peneiras em mais de 20 clubes e, se não me engano, apesar de ter surgido da base do São Paulo, ele foi dispensado lá também, mas foi contratado da base de outro clube depois.

          Os bastidores do futebol sempre tiveram estas mazelas. E infelizmente ainda têm.

          • Regi.Galo/BH disse:

            Creio que só depende da ótica, Renato.
            Decerto eu não tenho esta percepção que você afirma sobre plantar crise, pois não vejo relação alguma com isso. Na verdade, eu também lamento pelos acontecidos, mas vou sempre ponderar a informação mais do que a omissão. O telhado só se torna vidro quando você realmente deixa faltar o material apropriado.
            Esta foi uma página mal escrita no passado. E a história contada serve para este propósito mesmo; para que nos sirva de referência e propicie que os futuros atletas não sofram mais por tais mazelas.
            Abraço!

        • Renato César disse:

          Sugiro um cuidado maior ao ler e divulgar estas coisas. Momento de pressão para cima da diretoria e começam a aparecer estas “notícias”.

          Já requentaram uma matéria antiga sobre as categorias de base do André Figueiredo. Agora aparecem com esta do Cafú. Só esqueceram de citar os motivos pelos quais ele não passou nas outras 250 peneiras que fez.

          Quando é assim, por mais que realmente haja algo errado, eu fico com a pulga atrás da orelha quanto aos verdadeiros motivos. Nem sempre estão aí para ajudar.

          • Regi.Galo/BH disse:

            Isso é realmente um bom conselho. Prudência é sempre um bem valioso, Renato.
            Mas o intuito aqui foi apenas citar um ocorrido, mais um jogador dentre tantos à relatar os mistérios que ali rondam. A ligação é com o passado sombrio mesmo. Nada à ver com o presente.
            Nós, os mais velhos, inclusive sabemos que coisas aconteciam à revelia. Não temos provas mas também não vamos fingir que não sabíamos.

            De qualquer forma, obrigado.
            Abraço!

  • Guilherme Gonçalves Costa disse:

    É triste essa situação, Chico! Muito triste mesmo! Aqui na minha cidade o Ipatinga tenta se reerguer depois da grande “burrada” feita por Itair Machado, mas ta difícil. Tem carro de som convocando a população pra dar uma força ao time, já que o clube não tem nem sede. E pensar que à um tempo atrás o então presidente, Senhor Itair Machado, declarou que o Ipatinga era a segunda força do estado. Hahahaha. Toda arrogância é, sempre foi, e sempre será castigada! Agora, quantos aos atletas do Mogi que não recebem à 10 meses, você não acha que até um moleque desses, teria sido capaz de fazer um gol no JW na quarta passada???? Minha opinião é a seguinte: É uma vergonha não fazer um golzinho sequer em um time boliviano durante 180 minutos. Verei os jogos do Galo sempre, porque aqui é Galo, mas estou indignado. Jogadores que recebem fábulas de dinheiro, jogarem aquela bolinha pífia. Xiiiiiiiii. Fiquei nervoso de novo. Abraços!

    • Regi.Galo/BH disse:

      Caro Guilherme Gonçalves,

      Você tem que parar com isso.
      Quase uma semana de terapia e já conseguiu me fazer ir dormir indignado de novo.
      Pensar que a situação do Mogi ou do Ipatinga é um extremo; e do outro lado, aqui, é simplesmente obsceno. Vergonhoso. Imperdoável. Lastimável.
      Os pesadelos são ao vivo.
      Haja paciência.
      Abraço!

  • Portugalo disse:

    Será que o Rivaldo que foi dirigente do Mogi tem algo a dizer? Como foi a administração dele por lá?