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Luto no esporte e na comunicação: lá se foi o grande Willy Gonser!

Com que tristeza informo que morreu agora há pouco, no Hospital da Unimed/Santa Efigênia em Belo Horizonte, o grande ser humano e locutor esportivo Willy Gonser, aos 80 anos de idade. À família e a tantos fãs que ele deixou, os nossos sentimentos. Um grande amigo que se vai, mas como diz o Milton Nascimento, “qualquer dia amigo, a gente vai se encontrar…”.

Transcrevo texto no blog e coluna que escrevi para os jornais O Tempo e Super Notícia, de 28 de janeiro de 2013, quando contei sobre visita que fiz a ele em Alcobaça-BA, onde ele estava residindo.

* Willy Gonser: aposentado, mas bem informado do mesmo jeito

* Escrevi esta coluna em Alcobaça, Sul da Bahia, aonde vim visitar um dos grandes nomes da narração esportiva do rádio brasileiro.  Willy Fritz Gonser, curitibano que adotou Belo Horizonte e foi adotado por ela, em 1979, quando foi contratado pela Rádio Itatiaia para substituir a outro mito do nosso rádio, o saudoso Vilibaldo Alves, que tinha sido contratado a peso de ouro pela recém chegada Rádio Capital, a única emissora a ameaçar a supremacia da emissora do Januário e Emanuel Carneiro, nos últimos 30 anos.

 

Na história

O “alemão” chegou, viu, deu conta do recado, entrou para história do futebol mineiro com as suas inesquecíveis transmissões e desde dezembro de 2009, recolheu-se em Alcobaça, após resolver se aposentar. Conta que a decisão não foi voluntária, mas não guarda mágoa “de nada, nem de ninguém”, apesar da ressalva:

__Tive um problema momentâneo na voz, que com um mês de tratamento, estaria resolvido; mas a vida é assim mesmo; é preciso abrir espaço para os novos que chegam.

Não quis aceitar homenagens de despedida e afirma que nunca houve convite para ser efetivado como comentarista. “Apenas uma sondagem; nada formal; não me queriam mais.”, repete.

Livro

Além de rever o amigo, com quem aprendi muito de rádio e jornalismo, a visita ao Willy Gonser também foi em função de um projeto de livro no qual trabalho desde 2009, sobre jornalismo esportivo. Incentivado pela professora Ângela Moura, do Uni-Bh, tenho entrevistado companheiros das diversas mídias do país sobre o assunto, além de selecionar experiências pessoais que acho interessante repassar para futuros colegas e ao público.

 

Livro do Willy

 

A tarefa de escrever um livro sobre o nosso meio é maior do que eu imaginava e as quase duas horas de gravação com o Willy são uma demonstração disso: só o próprio, e suas histórias, dão uma obra dessas. Que, aliás, ele me contou, já está sendo trabalhada pelo seu filho, Guilherme, jornalista emergente da Itatiaia. Possivelmente ainda este ano estará nas livrarias.

 

Raridade

Willy Gonser é caso raro de quem fez história nos maiores centros do futebol do Brasil. Começou aos 17 anos, depois de testes, na Rádio Marumbi, de Curitiba, passando pela Rádio Gaúcha de Porto Alegre em três oportunidades; Joven-Pan, de São Paulo; Nacional e Continental do Rio, e a nossa Itatiaia.

Aos 76 anos, mesmo sem nenhuma atividade profissional, continua com a mesma característica que o marcou por toda a vida: altamente bem informado.

 

Sobre tudo

Foi ele quem me informou da tragédia das mortes na boate de Santa Maria-RS. É desses que se informa de tudo, apesar do esporte; sobretudo futebol, ser o seu foco principal. Se Nilton Santos era a “Enciclopédia”, dentro das quatro linhas, o Willy sempre foi a nossa no jornalismo. Faz lembrar meu pai, Vicente, meu mestre maior, mesmo sem nunca ter sido jornalista.

Esta visita a ele vai render muitas colunas.

 

Sequência

Impossível resumir duas horas de entrevista neste “minifúndio” de espaço, como diria Roberto Drumond, mas o Willy pensa o seguinte do nosso atual futebol: se penitencia quanto ao Ronaldinho Gaúcho: achava que o Galo tinha entrado numa fria; o Cruzeiro contratou um monte de bons jogadores, porém, precisará de uns quatro meses para começar a colher resultados; o América está certo em investir de acordo com as suas condições, e o resultado virá com o tempo.

Discorda da demissão do Mano Menezes, mas já que foi demitido, Felipão foi uma boa escolha.

Pois é! O papo foi longo e vou contando nas próximas colunas.

Meu livro, não tenho a menor ideia de quando sai; mas sairá, e avisarei aos senhores.

https://blog.chicomaia.com.br/2013/01/27/willy-gonser-aposentado-mas-bem-informado-do-mesmo-jeito/


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Comentários:
17
  • audisio disse:

    Errata: Companhia.
    Escrevendo via celular. Perdão.

  • audisio disse:

    De uma educação irretocavel, um cavalherismo raramente encontrado, Dono de um domínio da lingua que trabalhava e uma postura e elegancia inigualáveis, possuidor de uma crítica sem jamais perder o respeito com muita sensibildade ao sentimento dos seus ouvintes. Inteligencia e moderacao e para completar uma voz e uma narrativa esportiva tecnicamente perfeita ao contrario desses narradores de rodeio e chefes de torcida que invadiram os meios de comunicação. Sem jamais baixar o nível. Único foi o W Frtiz Gonser. Oposto na mediocridade horrenda que inundou o jornalismo em geral contrário de tudo o que ele foi. Que Deus o abencoe e guarde.
    Deixou saudades em todos que passaram parte de suas vidas em sua compania.

  • João Cavalieri disse:

    Seguramente, a voz que mais emocionou a massa. Descanse em paz grande Willy.

  • luiz ibirite disse:

    O que me chama atenção é que quando narrava durante o classicos, não sabiamos direito quem é que marcou o gol, tamanha imparcialidade e profissionalismo durante o exercicio de sua narrativa, só depois que tocava a vinheta (cada time tinha sua durante a transmissao dos jogos) é que se destinguia qual time havia feito o gol.
    Descanse em paz!

    • Jorge moreira disse:

      Totalmente diferente do outro loucutor da mesma radio né, quem foi mais profissional o Willy ou o outro que continua não votando no melhor jogador em campo quando o time dele perde, eis a diferença profissionalismo, humildade, respeito com os ouvintes são algumas dos pequenos detalhes do profissional Willy Gonzer que o outro não aprendeu, professor o velho gágá teve só que né, ou sera que o patrão dele o clube não o permite ser isento ,honesto e profissional , fica a minha pergunta

  • Tom Vital disse:

    Fiquei muito triste com a noticia do falecimento do Grande Willy Gonser.Foi como se eu tivesse perdido um parente, um tio.Afinal cresci ouvindo o Willy Gonser narrando os jogos do galão da massa.Antes dele eu gostava do Vilibaldo Alves outro grande narrador que aprendi a admirar ainda pequeno.Descanse em paz Willy!

    • Claytinho do Nova Vista-BH disse:

      Graaaaaande Tom Vital !!

      Que alegria ver vc participando do Blog meu jovem !!

      Abraços

      • Tom Vital disse:

        Claytinho,raramente apareço para comentar,o blog cresceu muito desde que começamos a comentar aqui.
        Mas continua muito bom.Eu nunca deixei de acompanhar o blog,dou uma olhada todos os dias… .E quase sempre dou uma curtida lá no facebook.Abraços para todos…Em especial para Você,o Dudu,e o Chico.E fica a sugestão para marcarmos um novo encontro do blog,para tomarmos ” Chá com torradas”

  • Marco Antonio Caetano de Andrade disse:

    Nós, que somos da “Velha Guarda” já perdemos grandes nomes da Imprensa Esportiva “falada” de Minas Gerais..

    Vou citar alguns: Jota Júnior, Jairo Anatolio Lima, Sergio Ferrara, Vilibaldo Alves, Osvaldo Faria, Tancredo Naves, Carlos César Pinguim entre tantos outros. E agora se vai o grande Willy Gonser.

    E agora somos obrigados a ficar ouvindo Ênio Lima e Mário Henrique Caixa..

    Protejam nossos ouvidos..

    Um abraço do amigo..
    Marco Antonio Caetano de Andrade
    Contagem – Minas Gerais

    Único editor do site http://www.futebolamadordeminas.com

    • célio alvarenga marques disse:

      será que que para elogiar todos estes grandes nomes citados,você precisa realmente desqualificar o trabalho dos mais novos?você não teria algo bonito para dizer sobre willy gonser?

  • Jorge moreira disse:

    A ingratidão doi na alma, o que a radio de minas fez com o Willy é tão grande que até este chato e arremedo de imitador dele consegue ganhar em alguns jogos da emissora que o mandou EMBORA,como se ele não prestasse mais, eu serei sempre um grande admirador deste mestre das loucuções,que nos dias em que estive longe dos jogos do clube do meu coração ele me fazia sonhar e vibrar com as suas narrações, os bons estão sendo substituidos por profissionais de revistas esportivas sem nenhuma noção e emoção que somente o esporte e os bons profissionais são capaz de transmitir e emocionar os esportistas e o Willy Gonser foi e estara na memoria de quem foi privilegiado por viver a epóca do seu profissionalismo e trabalho, infelismente o outro loucutor da emissora que ele trabalhou não conseguil aprender com ele o que é etica, profissionalismo,isenção paixão,, mas isto não é problema meu com certeza o Willy ficara sempre na memoria de todos nós Atléticanos com o seu carater profissionalismo, ele será sempre a marca nas transmissões dos jogos do Galo, e até mesmo na outra torcida por sua imparcialidade ,profissionalismo ,respeito admiração, por sempre ser honesto comprometido com a verdade independente de torcer para qualquer clube
    uma vez eu o encontrei na saida do Detran e tive a oportunidade de dizer o quanto ele me emocionava em narrar os jogos do Galo e ele com a humildade que só os grande e muito bons tem me agradeceu com um sorriso, isto hoje esta mais presente na minha memoria, Vá com Deus, força aos parentes e amigos mais proximos e que tenham certeza que as suas narrações jamais seram esquecidas por quem gosta de futebol,volley, basquete, afinal Willy voçê é com muita justiça o narrador mais completo de todos os tempos no Brasil

  • Claytinho do Nova Vista - BH disse:

    Hoje pela manhã fui surpreendido por esta triste notícia, quando estava no carro a caminho do trabalho e o Jornal da Itatiaia divulgou a notícia. Logo depois, na hora das notícias de esportes, o Álvaro Damião começou falando, mas quando foi se referir ao Willy, não aguentou e teve que parar de ler, devido a sua forte emoção.
    O Willy Gonser foi um grande profissional, que mesmo sendo o narrador oficial do Atlético Mineiro, tinha um grande respeito pela maioria dos Cruzeirenses. Sempre inteligente, culto e ponderado. A sua saída da Rádio Itatiaia já havia sido uma grande perda para o Jornalismo Esportivo Mineiro. Mas agora sua saída em definitivo de cena, choca e entristece a todos muito mais.
    Que Deus possa consolar aos familiares e amigos !!

  • Marcão de Varginha disse:

    Realmente uma irreparável perda… Meus sentimentos a familiares, colegas e amigos.

  • Robson Radson Santos Dantas disse:

    Um grande narrador e comentarista.Suas palavras ensinava a cada dia,não só sobre futebol,mas de outros esportes.É uma pena que dessa arvore(Willy)não apareceu outra raiz igual.Que esteja em bom lugar no céu.

  • Julio Avila (Mariana) disse:

    Meus sentimentos aos familiares!! cresci ouvindo suas narrações pois meu pai nunca largou um radinho e como nossa familia tem atleticanos e cruzeirenses quando não era o Vibrante na narração era o grande Willer Gonser!

  • Regi.Galo/BH disse:

    Nesta vida se morre tantas vezes.
    E tantas vezes, o que sobra é a vontade de recomeçar.
    É na derradeira, que fica o maior alento de recomeço.
    Deposita-se a carne em descanso; liberta-se o espírito para voar.

    Vai-se um mestre e um exemplo.
    Ficamos com as dores da ausência.
    Sentimentos e força à família.