Em março deste ano o portal Uol chamou os irmãos Roberto e Roni Moraes, do Boa Esporte, de “teimosos, simples e linha-dura”, numa ótima reportagem sobre o trabalho de sucesso deles à frente do Boa Esporte
Os nomes de Paulo Autuori e Marcelo Djian estão sendo falados pela imprensa como prováveis diretores de futebol do Atlético e do Cruzeiro, respectivamente, em 2018. Invenções, que podem ou não dar certo. Djean foi um bom zagueiro e depois se tornou agente de jogadores. Autuori deixou de ser treinador no Atlético-PR para se aventurar na nova função no mesmo clube. O Cruzeiro tem presidente definido e já trabalhando para aa próxima temporada, então as especulações são mais confiáveis. No Galo não. Sérgio Sette Câmara é o nome mais cotado para suceder Daniel Nepomuceno, mas as eleições ocorrerão em dezembro e mais duas chapas devem concorrer. E mesmo caso vença o Sette Câmara, ninguém sabe que perfil ele pensa para o comando do futebol.
Não tenho nada contra profissionais do futebol de qualquer estado do Brasil ou até do exterior trabalhando nos clubes de Minas Gerais. Muito pelo contrário. A maioria dos que veem de fora acrescentam e muito, nos ajudam a evoluir e nem é preciso citar os incontáveis exemplos, dentro e fora das quatro linhas.
Mas os nossos maiores clubes deveriam apostar mais em gente daqui, principalmente em treinadores e os agora tão valorizados executivos do futebol. Não sair lançando por lançar, mas dando condições para que tenhamos a nossa própria escola. Eduardo Maluf foi a experiência mais exitosa e saiu da presidência do Valerioce de Itabira para realizar um grande trabalho no Cruzeiro. E teve proposta do Atlético na mesma época. Trabalhou depois no Galo, retornou ao Cruzeiro e novamente ao Galo. Nunca teve um braço direito mineiro em nenhum dos dois clubes, que pudesse substitui-lo em caso de necessidade, ou numa formação natural de escola de executivos em Belo Horizonte.
Alexandre Matos teve oportunidade no América e a agarrou com competência. Trabalhou quase de graça no início, porque queria mesmo era mostrar serviço e se firmar nesta função. Ganhou nova chance neste difícil meio, agora do Cruzeiro, por intermédio do Dr. Gilvan de Pinho Tavares. Foi um sucesso e hoje é nome cobiçado por quase todos os maiores clubes do país. Também não teve um auxiliar mineiro bem próximo, não fez escola, não deixou cria. Não por culpa dele, mas porque o Cruzeiro nunca se preocupou com isso. Nem o Atlético. Acabam importando, a alto custo, muitas vezes trazendo incompetentes, enganadores, que nada acrescentam e vão embora sem deixar saudades.
O América apostou e se deu bem, de novo, agora em Ricardo Drubsky, que faz ótimo trabalho, em dobradinha com o Enderson Moreira.
Cito estes três nomes, mas há vários outros mineiros que poderiam ser trabalhados e devidamente qualificados para esta função. Alberto Simão é um desses. Com raízes no próprio América e boas passagens pelo interior. Valdir Barbosa começou na função no Cruzeiro em um momento turbulento do clube e teve o tapete puxado em pouco tempo. Depois de passagem pelo Coritiba está disponível. Os irmãos que comandam o Boa Esporte, Roberto e Roni Moraes, são comprovadamente conhecedores do assunto, bons de serviço. Sem falar naqueles que são treinadores, mas que poderiam ser transformados em grandes executivos de futebol, como o Ney Franco, Leo Condé (que acaba de ser contratado como técnico do Botafogo de Ribeirão Preto), Alexandre Barroso, e por aí vai.
É assunto para longos e bons debates, no intuito de Minas valorizar mais os mineiros. Enquanto isso vamos aguentando e fingindo que acreditamos em gente de competência duvidosa.
Deixe um comentário para Guilherme Gonçalves Costa Cancelar resposta