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Ótima reportagem do Paulo Galvão com o Juca Kfouri, que lança livro hoje em Belo Horizonte

No caderno de Cultura do Estado de Minas, ontem, Paulo Galvão dedicou uma página ao Juca, com doses homeopáticas do que está nas 248 páginas do livro “Confesso que perdi”, que ele autografa esta noite, a partir das 19 horas, na Livraria Leitura, do Pátio Savassi.

“Juca Kfouri rememora 50 anos de dedicação ao jornalismo em autobiografia”

Futebol, família, política e Corinthians são algumas das paixões desse tarimbado repórter

Juca Kfouri não é só um grande jornalista, muito menos só um grande jornalista esportivo. Trata-se de grande personagem da história recente do Brasil, que participou da vida do país como diretor das revistas Placar e Playboy, duas das publicações que mais mexeram com o imaginário nacional nos últimos 50 anos, ainda que estejam ambas agonizando recentemente. Fez não só grandes entrevistas e reportagens, como encomendou outras tantas a seus subordinados. Também comanda ou comandou blogs e colunas em jornais, além de participar de programas de TV e rádio, sempre com opiniões sinceras, fidelidade às próprias ideias e notícias em primeira mão. E sem medo de embrenhar por assuntos espinhosos, de criticar entidades e pessoas, de se indispor até com amigos.

Com carreira tão sólida, é natural que Juca tenha sido chamado a opinar quando governos pretendiam mudar a legislação esportiva. O jornalista teve contato com presidentes da República e ministros, além de presidentes da CBF, federações, clubes e entidades de classe. Relações nem sempre amistosas, registre-se. Ele esteve presente em momentos marcantes do esporte, como as Copas do Mundo de 1982, 1986, 1990, 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014, além das Olimpíadas de 1992, 2012 e 2016.

Em sua autobiografia, Juca Kfouri, de 67 anos, brinda-nos com histórias saborosas e personagens de todas as estirpes que cruzaram seu caminho em 50 anos de profissão. Isso com texto primoroso, tiradas excelentes, carinho especial pela família e até uma certa dose de vaidade. Em 248 páginas, o jornalista (formado em ciências sociais) traça sua trajetória desde quando era um projeto de militante comunista até a decepção com muitos em quem depositava confiança, passando pelo apoio a candidatos a prefeito e governador de São Paulo e à Presidência da República.
Justamente por sua formação e o desejo de ver uma sociedade menos desigual, Juca não raro se desentendeu com seus superiores e mesmo com patrões. Foi assim, por exemplo, ao desafiar as posições oficiais da Editora Abril e da TV Globo em pleitos regionais e nacionais.
ÍDOLOS A postura inicialmente à esquerda na política o aproximou ainda mais de quem amava desde que nasceu: o Corinthians. Com o advento da Democracia Corinthiana, movimento em que os jogadores tomavam decisões, Juca se tornou amigo de grandes craques, especialmente de Sócrates, de quem ficou íntimo. Chegou a começar a escrever uma biografia do “Magro”, projeto logo abandonado.

As passagens envolvendo as coberturas nas décadas de 1970 e 1980 são excelentes e nos fazem relembrar como as coisas, antes, pareciam mais simples. Se hoje jogadores vivem em redomas proporcionadas por salários milionários e assessores para todas as áreas, há 30 anos eles eram meros mortais. E acessíveis, como fica claro em diversos casos relembrados pelo autor.

Também há passagens inusitadas. Pouco antes de aceitar o cargo de ministro dos Esportes, Pelé entrou – escondido no carro de Juca – no apartamento do jornalista, onde se encontraria com o presidente eleito Fernando Henrique Cardoso. Com direito a “drible” naimprensa, que se juntou para registrar a reunião.
“Contei aqui o que vi com meus olhos, e contei do meu jeito mais de meio século de futebol, outro tanto de vida política e de jornalismo, a paixão que, sem perceber, tomou conta de mim e me levou a ser o derrotado mais feliz do mundo”, escreve ele, que parafraseou Pablo Neruda na escolha do título. Realmente, Juca confessa que viveu. E viveu bem. Para nossa sorte, ele resolveu contar.

CONFESSO QUE PERDI
. De Juca Kfouri
. Companhia das Letras
. 248 páginas
. R$ 39,90 e R$ 27,90 (e-book)
. Lançamento terça-feira (7), às 19h, na Livraria Leitura do Pátio Savassi. Avenida do Contorno, 6.061, 3º andar, Savassi

TRECHOS

SÓCRATES
“O Magro sempre foi uma pessoa especial, capaz de não medir consequências ao batizar um filho com o nome de Fidel ou de, segundo ele mesmo, só conseguir viver apaixonado. Não foi um homem do século 21 nem do 20; talvez do 19, quando faria par aos românticos portugueses. Não conheci ninguém tão imediatista como ele, alguém tão obececado por viver o momento, carpe diem. E tão desapegado.”

BERNARD E O MINEIRAZO
“No fatídico 8 de julho, o menino da ‘alegria nas pernas’, como Felipão se referia a Bernard, entrou como titular e sucumbiu miseravelmente, tal qual todo o time. Uma tristeza nas pernas, na cabeça e no coração. A sucessão de cinco gols em 18 minutos, dos 11 aos 29, não paralisou apenas a Seleção, mas, no que me diz respeito, também a mim. Via tão incrédulo tudo aquilo, que não sentia à medida que escrevia no blog e para o coluna o fechamento mais fácil de toda a Copa, só faltava o placar final da goleada.”

JOÃO HAVELANGE
“Havelange, com o falso discurso de que não tratava de política, só de futebol, passou a fazer a pior das políticas, aliando-se às ditaduras espalhadas pelo mundo e delas extraindo, como em 1978, na Argentina, sob o regime autoritário do general Jorge Rafael Videla, lucros inimagináveis.”

https://www.uai.com.br/app/noticia/artes-e-livros/2017/11/06/noticias-artes-e-livros,216361/juca-kfouri-rememora-50-anos-de-dedicacao-ao-jornalismo-em-autobiograf.shtml


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Comentários:
21
  • Gabriel Júnior disse:

    Um hipócrita que nunca mais criticou o Cru cru depois que o senador forçou sua demissão de um órgão após dizer coisas que não agradou o todo poderoso. Kajuru e Trajano já provou do mesmo veneno e hoje nem tocam no time azul nem no nome do ditador, senão perdem suas boquinhas.

  • Marcos disse:

    Colocou o filho André Kfouri na ESPN.
    Esse não pode reclamar de nepotismo dos políticos brasileiros.

  • Marcos disse:

    Juca Kfouri é um imbecil, chato.
    Não cortou o braço até hoje, ou seja, sem palavra.
    Ridículo o blog apoiá-lo. Blog só apoia ele por ser socialista?

  • Claytinho do Nova Vista - BH disse:

    Confesso que fico na dúvida se a maioria dos Atleticanos não gostam do Juca Kfouri por ele ser Petista ( Quase um “esquerdopata”… ), ou se é pelas várias críticas e até zombações que ele já fez e vez ou outra ainda faz ao Atlético Mineiro em Rede Nacional…
    O viés político dele é totalmente contrário ao meu. Posso não concordar, mas tenho que respeitar porque é um direito dele. E não somos todos obrigados a pensarmos da mesma forma. Democracia passa também pela pluralidade.
    Agora, é inegável que profissionalmente, ele é um dos ícones da Imprensa Esportiva Nacional, quer queiram ou não. Se seu jeito as vezes incomoda, se é tido como um chato, isso é normal porque ele nunca vai agradar a todos.
    Politicamente, não concordo em nada com ele.
    Esportivamente, o acho uma das poucas referências em âmbito Nacional que ainda temos.

    • Tonho ( Mineiro ) disse:

      Grande Claytinho !!! Falou tudo e mais um pouco, sou Alteticano nao perco tempo com os programas esportivos dele, porem compartilho da mesma ideologia politica, com certeza vou ler o livro !!!

      • Claytinho do Nova Vista - BH disse:

        Caro Tonho ( Mineiro ),

        É que eu penso que, só pelo simples fato de não concordar ou não corroborar com o mesmo viés político dele, que isso não me dá o direito de xingá-lo ou achincalhá-lo.

        Abraços

  • francisco badaró disse:

    Chato e petista!!!!

  • Renato César disse:

    Não fui. E confesso que não perdi! É um Jaeci Carvalho de São Paulo, nada mais que isto.

  • Rodrigo Assis disse:

    Ta ai um nome que eu respeito, Juca Kfouri

  • Marcão de Varginha disse:

    Um clássico chato de galocha! Tô fora…
    – #benecyeternomito

  • Tonho ( Mineiro ) disse:

    Eu vou ler e gostei !!!!

  • José Eduardo Barata disse:

    De novo esse cara aqui ?
    Com ou sem o braço que ele perdeu numa aposta
    contra o Atlético ?

  • Helio Antonio Corrêa disse:

    JUCA KFOURI
    O cara que juntamente com o intragável do JOSE TRAJANO e o Maluco do Kajuru, se acham a última bolacha do pacote. a ultima coca cola do deserto.
    Só o que eles fazem é que é bom, o resto não tem valor, toma-se crítica,
    Quando pega um para perseguir coitado deste infeliz, Tem sempre uma resposta na ponta da língua para responder,
    Nao li o livro mas não gostei,e tomara que nao tenha sucesso algum, vai ser porre assim la em Sampa.
    Ja levanta com os dois pés esquerdos, pois nunca acha graça em nada, tudo tá ruim, tudo tem defeito.
    é o rei da moral e dos bons costumes, é o proprio sujeito que se morder a língua, morre envenenado.
    Nao esqueçamos nunca, quando algum time ou seleção não o agrada, joga contra, torce contra, lembram-se que na copa de 94? torceu contra o Brasil, trocou até o nome do treinador, os trio da moral ilibada, chamava o treinador PARREIRA de “O PÉ DE UVA” agora vamos nós falarmos isto para ver o que eles diriam ?:
    Este é o senhor que jurou certa vez, que se o ATLETICO ganhasse do Palmeiras, cortava o braço, lembram-se?

  • Gabriel Júnior disse:

    Essa turma de São paulo e Rio só lembra de Minas na hora de vender seu “peixe”. Vá de Retro!!

  • Alisson Sol disse:

    Vou colocar na lista para ler a versão eletrônica. Só que, como os outros citaram, é difícil ler Juca Kfouri sem imaginar a política por trás de suas posições.Felizmente é assumidamente petista e corinthiano. Mas isto não o torna imparcial. É como se alguém assumir ser nazista o libertasse de críticas por dar suporte ao nazismo.

    Quando faz reportagens e análise da podridão no esporte, Juca presta grandes serviços ao país. Mas depois se omite ou distorce as análises do que fazem os governos petistas, deixando seu idealismo impedí-lo de ver a realidade.

  • Marcel Antuges disse:

    Chico,

    Lamento ler nas suas postagens indicação de leitura a esse sujeito torpe e sem escrúpulo, que tenta usar futebol p fazer política rasteira, sempre defendendo a parte vermelha da corja corrupta que recentemente governou o Brasil.

    Um cara que xinga e menospreza quem não comunga de sua visão política e agora vem aqui tentar garimpar algum trocado com seu livro. Quem tiver um mínimo de vergonha na cara não dê audiência nem seu $$ dinheiro p esse lixo.

  • Zé Carlos disse:

    Não vou ler e não gostei!