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Parabéns a Sete Lagoas, que chega aos 150 anos, com cara de bem mais jovem!

A minha cidade natal está comemorando 150 anos de emancipação política. A data exata, 24 de novembro, quando o Imperador D. Pedro II deu a canetada que a tirou da condição de Arraial das Sete Lagoas, elevando-a a Município. Uma história bem interessante, contada numa edição especial do nosso jornal SETE DIAS, em 112 páginas, com circulação gratuita em toda a região. Aliás, o jornal também faz aniversário em novembro, dia 29, quando chegaremos a 26 anos de circulação ininterrupta, toda sexta-feira. Além da nossa equipe, esta edição especial contou com a participação fundamental de amigos, antigos colaboradores, como o professor Dalton Antônio de Avelar Andrade, jornalista Caio Pacheco, Maestro Gilson Mattos, professora e poetisa Celina Carvalho de Queiroz Almeida e do economista Fred Rocha Cotta. A edição estará disponível no www.setedias.com.br mas antecipo um texto do Fred, que fala das origens, dos tempos de povoado dominado e habitado pelos bandeirantes. SDSL150 * Aniversário de Sete Lagoas: um pouco de história. 24 de novembro de 1867. Nesse dia, há 150 anos, o Presidente da Província de Minas Gerais sancionou a lei que elevou o Arraial de Sete Lagoas à categoria de Vila, criando o Município de Sete Lagoas no Império do Brasil. A história do Arraial de Sete Lagoas remonta ao início do século XVIII, quando o Brasil ainda era colônia de Portugal. Em 1700 estabelecera-se no local o bandeirante paulista João Leite da Silva Ortiz. Naquela época, anterior à criação da Capitania de Minas Gerais, os paulistas controlavam toda a região aurífera do Rio das Velhas sob a liderança de Borba Gato e havia grande preocupação com chegada de migrantes atraídos pela notícia da extração de ouro. A paragem das Sete Lagoas situava-se em um ponto quase ao final do caminho que vinha da região Nordeste, seguindo o Rio São Francisco até as minas. O ponto, bem marcado pela paisagem lacustre incomum, servia de referência aos viajantes e foi escolhido por João Leite para estabelecer um sítio com plantações, criações e gado vacum. O expressivo fluxo de mercadorias que passava pelo local e a proximidade das minas tornaram o lugar propício para a cobrança de impostos. Em 1718, o português Antônio Pinto de Magalhães declarou que comprara as terras de João Leite para nelas manter parte do gado que vinha do Nordeste, retida em pagamento de dízimos. Mais tarde, na segunda metade do século XVIII, ali seriam instalados um registro ou contagem (uma espécie de alfândega) e um quartel militar do Exército Português. Desse quartel, em 1780, o Alferes Comandante do Sertão, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, escreveria à Rainha de Portugal, mencionando, entre outros aspectos, a existência de uma capela no arraial, o que evidencia a existência de uma comunidade religiosa no local. O arraial colonial, como toda a região, sofreu com a decadência da mineração do ouro. Poucos dias antes da Independência do Brasil, em 1822, a Capela de Santo Antônio passou por uma inspeção, a mando do Bispo de Mariana, que a considerou inacabada. O capelão relatou que a construção continuava, já estando a capela com as paredes erguidas, coberta e com adro fixado. Nas duas décadas seguintes, as promoções dessa capela a Curato, em 1832, e a Igreja Matriz de Paróquia, em 1841, denotam o crescimento do arraial. Na Igreja Matriz de Santo Antônio, foram realizadas as eleições primárias da paróquia, em 1842 e 1844. O resultado dessas eleições, quando foram escolhidos os eleitores de 2º grau, revelou nomes da elite local que, anos mais tarde, reivindicaria a criação do município. Dentre os eleitos destacam-se grandes fazendeiros como o Alferes Antônio Teixeira Guimarães, o Capitão João Pereira da Rocha, o Tenente Estanislao Luis Moreira e o negociante Joaquim Gomes de Freitas Drummond. Quase três décadas depois, três dos citados seriam eleitos vereadores da primeira Câmara Municipal de Sete Lagoas. A área das fazendas foi declarada oficialmente em 1855. Antônio Teixeira Guimarães registrou ser proprietário da Fazenda Paraíso, com 300 alqueires de terras de cultura, e da Fazenda Nova, com mais 130 alqueires; João Pereira da Rocha registrou ser proprietário da Fazenda Saco dos Veados, com 280 alqueires de terras de cultura, e do Sítio Bom Sucesso, com mais 36 alqueires; e Estanislao Luis Moreira registrou ser proprietário de cerca de 260 alqueires na Fazenda Salvador e das terras da Chácara, com mais 30 alqueires de terras de cultura e 300 de campos. Outros grandes, médios e pequenos proprietários também registraram suas terras, revelando alto índice de concentração da posse na região. Uma grande fazenda típica da região, nessa época, tinha um conjunto de casas aldeadas e utilizava mão de obra escrava. Tinha um solar, em geral, de estilo comum, assoalhado, com uma grande varanda na frente e uma capela particular ao lado. Tinha senzalas térreas, destilaria, engenho, ferraria, carpintaria e sapataria. Produzia algodão, cana-de-açúcar, milho, arroz, feijão e mamona. Criava cavalos, mulas, gado bovino, porcos e galinhas. Essas fazendas abasteciam a região de carne seca, carne de porco, toucinho, farinha de mandioca, farinha de milho, rapadura, cachaça, fumo, óleo, tecidos grosseiros, fios de algodão, café e vários chás. Importavam ferro, sal, vinho, cerveja, charutos, cigarros, manteiga, louça, drogas e poucas outras coisas. Na metade do século XIX, a extensa região entre as sedes dos Municípios de Sabará e Curvelo foi objeto de uma ferrenha disputa pela criação dos municípios de Santa Luzia e Sete Lagoas. O Município de Santa Luzia havia sido criado em 1847, incorporando, entre outras, a Paróquia de Sete Lagoas, mas esse município foi suprimido em 1850. Seis anos depois, em 1856, os arraiais de Sete Lagoas e Santa Luzia disputaram a condição de sede de município, mas prevaleceu a restauração do Município de Santa Luzia. Em 1858, novamente, as lideranças locais, representadas por Joaquim Gomes de Freitas Drummond, propuseram à Assembleia Provincial a criação do município, reunindo as paróquias de Sete Lagoas, Santa Quitéria (Esmeraldas) e Tabuleiro Grande (Paraopeba), que seriam desmembradas dos Municípios de Santa Luzia, Sabará e Curvelo, respectivamente. Houve resistência por parte desses municípios, mas o projeto foi aprovado. Entretanto, o Presidente da Província vetou a lei. Enfim, em 24 de novembro de 1867, o Presidente da Província sancionou nova lei aprovada pela Assembleia Provincial criando o Município de Sete Lagoas, composto das paróquias de Sete Lagoas (desmembrada de Santa Luzia), Jequitibá (de Santa Luzia) e Tabuleiro Grande (de Curvelo), mais o Distrito de Buritis (de Sabará). Por Fred Cota www.setedias.com.br


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Comentários:
2
  • Victor Maia disse:

    É de impressionar a má vontade do Márcio Lalau Resende com o Galo. Todo erro contra o Galo é que foi lance difícil para a arbitragem.

  • Gabriel Júnior disse:

    Parabéns Sete Lagoas!!!!!!!!!!!
    Uai Chico, será que teve Mala Branca no Mineirão? É mala pra ganhar, mala pra perder… Os Perrelas sempre tiveram boas relações com Eurico e Gilvan fez muitas transações com o Vasco. Mas de qualquer forma, o Galo não merecia a Libertadores, capengou demais.
    Jogo bom entre Corinthians x Atlético, retrato fiel do que foi o campeonato inteiro. O impedimento do Jô foi claro, atrapalhou o Victor que pula atrasado esperando um toque do centroavante. Se a mão do defensor do Corinthians, fosse um zagueiro atleticano e na área do Galo, ele teria marcado.
    outra característica marcante dos pontos corridos, a sensação são as vagas pra Libertas e o não rebaixamento. Não poderia nunca ser o melhor campeonato do mundo.