Uai, tem que quer assim, né não? Permitam-me recorrer ao português Fernando Pessoa em “O Rio da Minha Aldeia”:
* “O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia. Mas o Tejo não mais belo que o rio que corre pela minha aldeia. Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia,..”
Leitores, ouvintes e telespectadores sabem o que penso dos estaduais. Deveriam existir, mas em fórmula totalmente diferente, que envolve todo o estado, durante o ano inteiro, numa classificatória que definiria os 28 clubes que disputariam durante um mês o título com os quatro primeiros colocados do ano anterior, semelhante a uma Copa do Mundo. Ficaria mais barato para os quase mortos clubes do interior que não teriam de gastar o que não têm montando times com velhos jogadores, pensando em evitar o rebaixamento. Certamente apareceriam jovens talentos de vários cantos deste território/país chamado Minas Gerais, cheio de bons jogadores, porém sem nenhuma chance de mostrar a bola que têm.
Dois comentaristas aqui do blog definiram bem a disputa. Rafael Portugalo questionou:
“Está engraçado e curioso todo o esforço da TV Globo para promover o Estadual, como se fosse uma competição de enorme importância.”
E o César Freitas, na bucha, respondeu: “É natural, eles compraram o produto, agora tem que valorizar para poder vender com lucro. Você desvalorizaria um produto a comprou para vender com prejuízo?”.
Já que é assim e a bola começa rolar hoje, vamos em frente, torcendo para que tenhamos jogos bons de ser ver. O Cruzeiro arranca como favorito: base do ano passado mantida, boas aquisições para suprir as carências, comissão técnica competente, mantida e a torcida motivada, começando por esta noite, com o Mineirão cheio para o estreia contra o Tupi, às 21h45.
O Galo, atual campeão, está sendo remontado e pode surpreender com um time bem ao estilo da tradição atleticana, com jogadores “comendo grama” para se superarem. Um treinador experiente, que sabe unir e motivar o grupo. Com a massa empurrando, pode dar certo.
A expectativa que tenho em relação ao América é muito boa, pela continuidade do trabalho vitorioso da diretoria e comissão técnica. Os melhores jogadores do ano passado mantidos, aquisições pontuais, um clube organizado e bem estruturado. Também é candidato a surpresa positiva.
Os times do interior são incógnitas. Ótimo ver de volta o Patrocinense, adversário do América daqui a pouco (19h30) no Independência.
Às 20 horas tem o Tombense, embalado pela força do Eduardo Uran, um dos maiores donos de jogadores do país, contra o Villa Nova, que de novo foge da sua tradição de lançar jogadores próprios e aposta em veteranos.
Bom demais rever também o Uberlândia na elite, às 20h30 recebendo a URT, que tenta repetir a ótima campanha do ano passado. O Democrata Pantera que custou a se manter na primeira divisão em 2017 recebe em Valadares também às 20h30 a Caldense, que é, seguramente, o clube mais organizado e de melhor estrutura do interior de Minas, mas nunca se sabe se dentro de campo os jogadores corresponderão.
Amanhã o Galo estreia em Varginha contra o Boa, também de volta à elite, às 19h30. Interessante é que a diretoria do Atlético não exigiu estrear em casa, já que está em pré-temporada e por ser campeão, teria este direito.
Lembrando que os 12 clubes se enfrentam em turno único em 11 rodadas. Os oito primeiros se classificam para as quartas de final e os dois últimos são rebaixados para a segunda diviusão de 2019.
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