O poder desgasta e no futebol não é diferente. Mesmo com os ótimos resultados à frente da seleção brasileira, às vésperas da Copa da Rússia, Tite enfrenta duras críticas por causa da convocação do grupo que disputará os amistosos contra a Rússia e Alemanha.
Particularmente não ligo muito para a seleção desde o início dos anos 1990, quando o time passou a ser composto quase que exclusivamente por jogadores que atuam fora do país. Perdeu a graça para milhões de pessoas, acabou a discursão em torno das convocações, de qual estado ou time teve mais atletas convocados. Se o fulano merece ou não, se o beltrano foi injustiçado, enfim…
Nesta seleção que vai a Rússia não vejo sentido a presença do Thiago Silva, zagueiro frágil emocionalmente, que o Felipão e o Parreira tiveram a insensatez de nomear capitão, e pior ainda, de mantê-lo na função depois daquele choro copioso contra o Chile, no Mineirão, nas quartas de final, vencida nos pênaltis. Hoje o Tite convocou também o Rodrigo Caio, outro contestado.
Do futebol mineiro, nada a reclamar. Foi-se o tempo em que reclamávamos, com razão, da não convocação de craques de verdade, como Joãozinho e tantos outros.
O futebol brasileiro passa por crise de valores em algumas posições, como a lateral direita, por exemplo. O velho Daniel Alves vai disputar mais uma copa, e ainda por cima como titular, devido a total falta de alguém mais jovem igual ou melhor que ele.
A ausência do Neymar nestes amistosos é boa para o Tite descobrir opções de substitutos e forma de jogar. Depender de um só jogador é um perigo danado. Vai que na hora do “vamos ver” ele se machuca ou toma uma suspensão.
Os convocados do Tite e logo em seguida comentário do Regi-Galo/BH sobre treinadores e alguns jogadores que poderiam ser convocados para a seleção, mas que o treinador preferiu deixa-los de fora:
GOLEIROS
Alisson (Roma)
Ederson (Manchester City)
Neto (Valencia)
LATERAIS
Daniel Alves (PSG)
Fagner (Corinthians)
Marcelo (Real Madrid)
Filipe Luis (Atlético de Madrid)
ZAGUEIROS
Miranda (Inter de Milão)
Marquinhos (PSG)
Thiago Silva(PSG)
Rodrigo Caio (São Paulo)
Geromel (Grêmio)
MEIAS
Casemiro (Real Madrid)
Paulinho (Barcelona)
Fernandinho (Manchester City)
Renato Augusto (Beijin Gouan)
Phillippe Coutinho (Barcelona)
Willian (Chelsea)
Fred (Shakhtar Donetsk)
Talisca (Besiktas)
ATACANTES
Gabriel Jesus (Manchester City)
Firmino (Liverpool)
Taison (Shakhtar Donetsk)
Douglas Costa (Juventus)
Willian José (Real Sociedad)
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Regi-Galo/BH escreveu:
* “Caro Chico, mais uma opinião sobre os acontecimentos recentes, a vinda do Aguirre ao São Paulo, e a não convocação do Luan pelo Tite para os amistosos.
No caso do Aguirre, não entendo que deva se tratar com o rótulo de ‘tragédia anunciada’, apenas o fato sobre a sua ida (vinda). As coisas que não têm funcionado para o São Paulo estão muito relacionadas ao fator dentro das quatro linhas, porém, potencializadas pelas enormes turbulências internas. O Ceni, o Dorival e, agora, o Aguirre, não poderão (ou não deveriam) ser responsabilizados sozinhos pelos fracassos. O cenário administrativo no São Paulo é o mesmo cenário de muitas outras desorganizações de outros clubes de futebol. Lá, ao invés de se ter que olhar para a beira do campo, os olhos precisam mesmo é estar mais atentos ao trabalho que os dois diretores juntos terão pela frente. Como oportunamente citava o grande filósofo Kalil, um jogo de futebol você tende a ganhar agindo de dentro para fora; já o campeonato, você ganhará agindo de fora para dentro.
O caso do Luan do Grêmio é um pouco mais interessante. Já começam a ecoar as diversas teorias conspiratórias automáticas por causa da preferência do Tite sobre o William José em detrimento da escolha do mesmo. Particularmente consegui abstrair dois pontos de vista:
O óbvio, é que já podemos imaginar desde já a busca incessante do Tite pela eficiência dos dez atrás da linha da bola (vai Corinthians!) e a (re)reafirmação do famoso ‘dar a posse de bola ao adversário’ (fora a obviedade da Neymar-dependência);
O outro ponto é aquela sempre frequente interrogação que surge quanto ao lobby realizado em cima de cada jogador. Isso me faz pensar: se ‘tiver negócio’, não tenho dúvidas que o Luan não irá à Copa da Rússia. Pois, assim como aconteceu com o Bernard em 2014, o Luan também poderá vir à render a desejada ‘alegria’ oriunda de suas pernas.”
* Regi-Galo/BH
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