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Um time marcante na história dos 106 anos do América, e entrevista com Amauri Horta, um dos maiores craques do nosso futebol

Em sua campanha pelo título de Campeão Mineiro de 1971 o América utilizou os seguintes jogadores: Élcio,   Emílio, Adilson, Batista, Misael, Ademir, Cláudio, Hale, Vander, Café, Dias, Zé Horta, Veran, Pedro Omar, Édson, Dirceu Alves, Hélio, Zé Carlos, Mérola, Jair Bala, Dario, Valtinho, Élter, Eli , Julinho e Amaury Horta. Amaury é o ultimo sentado a direita.

Todo mundo que gosta de futebol tem um ou mais times que marcaram a sua memória, dos primeiros tempos em que começou a se ligar no assunto. Na homenagem do blog ao Coelhão pelo aniversário de hoje, este time, de 1971, um dos responsáveis por eu me apaixonar pelo futebol. Extraí as fotos de um ótimo site, que recomendo: Futebol de Todos os Tempos.

Neste link, uma ótima entrevista com Amauri Horta, um dos maiores jogadores do futebol brasileiro, a Bruno Steinberg, por ocasião do Centenário americano. Confira:

“Amaury Horta é mais uma entrevista para comemorar o centenário do América. Ele que é apontado em quase todas as listas que se façam do América de Todos os Tempos é também um jogador que marcou seu nome na historia do Atlético. Fez três partidas contra seleções e em todas elas fez gols, inclusive contra a seleção brasileira tricampeã no México em 1970:

http://ftt-futeboldetodosostempos.blogspot.com.br/2012/05/o-craque-disse-e-eu-anotei-amaury-horta.html

O Craque disse e eu anotei – AMAURY HORTA

Amaury Horta é mais uma entrevista para comemorar o centenario do America . Ele que é apontado em quase todas as listas que se façam do America de Todos os Tempos é tambem um jogador que marcou seu nome na historia do Atletico Mineiro. Fez tres partidas contra seleções e em todas elas fez gols, inclusive contra a seleção brasileira tricampeã no México em 1970. Confiram.

FUTEBOL DE TODOS OS TEMPOS – O senhor começou nas categorias de base do America. Ficou muito tempo entre uma categoria e outra?
AMAURY HORTA – Eu fiquei pouco tempo nos juvenis  em 58 e 59 quando fizemos um grande campeonato e ganhamos até com certa facilidade. Fomos campeões e como prêmio eu e o Decio Teixeira fomos chamados para uma excursão com os profissionais.

FTT – Quem subiu com o senhor desta leva?

AMAURY HORTA – Foi eu, o Caillaux, o Eduardo que depois foi jogar na Argentina e o Decio Teixeira. Como disse, eu e o Decio fomos escolhidos entre os juvenis para acompanhar os titulares numa excursão a Europa. Eu não joguei as duas primeiras partidas mas na Grecia eu joguei e fiz o gol da vitoria por 1×0. E desta partida em diante nunca mais voltei para o juvenil. Nos outro jogos na Europa eu fui muito bem, fiz outros gols e quando voltei já fui direto para o profissional. E eu tinha apenas 17 anos. 

FTT – E o senhor nos juvenis em 58 tinha aquela admiração pelos profissionais campeões mineiros em 57?
AMAURY HORTA – Na verdade quando acompanhei mais os jogos em 59 o America já tinha se desfeito de grande parte daquele time campeão. O time de 59 tinha o Toledo que faleceu recentemente, tinha o Roberto e mais alguns mas o time foi renovado.

FTT – No ano de 1963 o senhor foi convocado para a seleção mineira.
AMAURY HORTA – Esta foi a primeira vez que fizeram uma convocação com toda estrutura. Tinhamos dentista, medico e tudo mais a disposição. Ficamos concentrados no Sesc Venda Nova e com isto montamos uma equipe que se sagrou campeã. Ganhamos do Paraná duas vezes, uma de goleada por 6×0. Ganhamos também de São Paulo lá dentro por 3×0 e no jogo de volta eles fizeram um gol logo de cara e foi uma tremenda pressão até nós empatarmos.

FTT – Na final Minas Gerais venceu as duas partidas contra os cariocas.

AMAURY HORTA – Ganhamos dos cariocas aqui e lá no Rio. Uma seleção que tinha : Castilho; Jair Marinho, acho que era Luis Carlos, Zózimo e Altair; Carlinhos e Gerson; Joel, Henrique, Dida e Escurinho. E nós ganhamos aqui e lé. Lá inclusive nós estávamos perdendo de 1×0 e viramos para 2×1.

FTT – O senhor acha que foi uma zebra ou Minas Gerais foi mesmo superior?

AMAURY HORTA – Fomos superiores o campeonato todo. Basta ver que ganhamos do Paraná aqui de 4×0 e lá dentro de 6×0. Vencemos a seleção paulista por 3×0 no Pacaembu e aqui foi um empate sofrido por causa da pressão que se criou.

FTT – No duelo pelo meio campo o senhor e o Ilton Chaves se deram bem contra o Carlinhos e Gerson. Dois adversários de respeito.

AMAURY HORTA – A seleção mineira estava muito certinha. O Marão foi muito bom técnico e arrumou o time. Ele soube convocar muito bem, soube quem colocar no time, soube administrar a pressão e nós pudemos render bem em campo.
FTT – Coincidentemente depois que Minas Gerais conquistou o torneio a CBD resolveu acabar com este campeonato. Era por falta de datas?

AMAURY HORTA – Eu acho que é porque se acostumaram a ficar apenas entre cariocas e paulistas e se assustaram com nosso titulo. Nunca tinham perdido até então.

FTT – Suas atuações no America e principalmente na seleção mineira despertaram o interesse de outros times na sua contratação. Porque a escolha em ir para o Comercial?
AMAURY HORTA – Na verdade eu fui vendido. Foi uma coisa que foi acordada meio escondido ente a diretoria do Comercial que veio me comprar e a diretoria do America. Ficou acertado que não seria anunciado nada durante  o campeonato brasileiro de seleções. Eu fui vendido depois da segunda partida contra o Paraná numa segunda feira. Fui vendido antes de ser campeão, eu e o Marco Antonio . 

FTT – E este time do Comercial fazia frente aos grandes times paulistas?

AMAURY HORTA – Fazia. No campeonato de 66 terminamos em terceiro e não fomos para a final porque no jogo contra o Palmeiras em Ribeirão, nós fizemos 1×0, depois fizemos o segundo e o juiz anulou. Depois fez uma lambança. O gol do Palmeiras empurraram o Rosan com bola e tudo pra dentro do gol e valeu. Enfim , fomos prejudicados e muito.

FTT – Este Comercial encarava todo os grandes mas e o Santos?

AMAURY HORTA – Tambem. O maior jogo do campeonato paulista foi Santos 7×5 Comercial. Para você ter ideia, o arbitro foi o José Astolfi e quando acabou o jogo ele pegou a bola e colheu as assinaturas dos dois times. Falou que foi o maior jogo que ele já tinha apitado. O jogo foi assim: saímos perdendo de 2×0, viramos o jogo e era lá e cá o jogo todo. O Pelé não fez nenhum gol nesta partida mas colocou o Coutinho em condições de marcar uns ter ou quatro gols. E o Coutinho era aquele jogador de área, pois ele não era muito de sair pra buscar jogo e ali ele fez uns três gols. Foi um jogo histórico.

FTT – Você acredita que foi e ainda é o melhor time que o Comercial já teve?

AMAURY HORTA – Foi. Para se ter ideia, eu estive em Ribeirão Preto recentemente numa solenidade de posse da nova presidência e ela nos prestou esta homenagem. Nos encontramos quase todos numa festa muito gostosa. Esta recepção foi a confirmação do que representou aquela equipe para o clube.

FTT – E os classicos contra o Botafogo?

AMAURY HORTA – Nunca perdi para o Botafogo. Nunca! Nem no nosso campo e nem no deles. Aliás ganhamos duas vezes no campo deles. Ganhei também um torneio que disputamos em Goiania e por coincidência na final deu Comercial e Botafogo. Eu cheguei a ganhar de 5×0 na estreia do Marão no Botafogo.

 

FTT – Pois quem foi melhor: o Comercial de Rosan , Piter, Amaury, Jair Bala e Carlos Cesar ou o Botafogo de Aguilera, Lorico, Ze Mario e Socrates ?

AMAURY HORTA – Olha eu continuo acreditando que dava o Comercial. Tinha não só este pessoal que você falou mas tinha o Nonô, o Ferreira que depois foi pro Vasco, o Paulo Bim. Eu apostava no Comercial.

FTT – O senhor parece ter gostado muito do Comercial, porque a saída?

AMURY HORTA – Fizemos um campeonato brilhante em 66 e no inicio de 67 foi uma fase de crise financeira. Houve um problema com um dirigente que tinha investido muito dinheiro no clube e tiveram que vender alguns jogadores. Eu a principio não estava incluído. Eu era o capitão da equipe, tinha um nome muito grande com a torcida e eles não queriam me vender. Porem depois de uma excursão que nós fizemos ao Nordeste onde jogamos em Pernambuco, Bahia, Sergipe e quando eu voltei direto para Belo Horizonte, a diretoria do Atlético me procurou e disse que eu avisasse a diretoria do Comercial que eles iriam lá para conversar. Assim foi feito. Eles tiveram que fazer uma reunião do conselho e depois de muita discussão , com parte do conselho sendo contra resolveram me vender porque necessitavam ressarcir aquele diretor que havia investido no clube.

FTT – O senhor voltou para Minas mas desta vez para o Atlético. Como era a estrutura do clube naquela epoca?

AMAURY HORTA – Eu peguei a época de treinamento ainda em Lourdes no estádio do Atletico. O gramado era muito ruim. Aliás todos os estádios com exceção do Independencia eram muito ruins os gramados. Nos concentrávamos no Hotel Taquaril.

FTT – O futebol mineiro em geral tinha pouca estrutura nesta época?

AMAURY HORTA – Olha vou te citar uma passagem só para se ter um ideia de como era. Teve um jogo em Nova Lima contra o Villa Nova e eu subi numa bola com o Eleutério e quando eu desci meu queixo bateu em cima da cabeça dele. Na hora eu senti que machuquei. Passei a mão e vi que estava sangrando. Pensei que tinha arrebentado todos meus dentes mas aí chegou o Ari perto de mim e disse que não, que tinha sido um corte no queixo. Me lembro que sai e fui levado para o vestiário. O médico chegou e me disse: “a primeira noticia que eu tenho é que não tem anestesia”. E eu como uma dor mas uma dor de ficar louco. Foi então que veio a segunda noticia: “ não tenho linha para suturar, somente ponto grampeado.” Eu falei: que isto? Pois ele pegou o grampeador e cada ponto que me dava eu quase batia no teto de tanta dor. Eu tentei voltar pro jogo mas eu não conseguia nem falar. Fiquei 20 dias sem poder comer, só tomava liquido. O médico então pegou seu carro e foi embora. Acabou o jogo e nós viemos no ônibus e eu alucinado de dor. O Bolão, massagista do America então falou que íamos para o pronto socorro porque lá sempre tinham uns médicos conhecidos do pessoal do America. Chegamos lá e realmente apareceu um doutor lá conhecido. Ele veio e perguntou o que tinha acontecido. Então falaram que eu estava sentindo muita dor. Tiraram radiografia do meu maxilar e não tinha quebrado nada. Mas eu fiquei com aqueles grampos e sofri por quase 20 dias.
Outra coisa eram os matérias de treino. As chuteiras eram de péssima qualidade, tinham pregos que saiam da sola e te furavam o pé. Muitas vezes deixava o meião mais pra baixo para poder usar a ponta dele dobrada para servir de sola amortecendo.

FTT – Em 1968 o Atletico representou a seleção brasileira em um jogo no Mineirão contra a Iugoslavia. Fale um pouco desta partida?

AMAURY HORTA – A Iugoslavia saiu ganhando de 2×0. Depois eu dei um passe e o Vaguinho fez o primeiro. No final do primeiro tempo o Vaguinho foi a linha de fundo e eu já estava acostumado com esta jogada dele pois treinavamos sempre. Vim correndo da intermediaria e subi de cabeça marcando o gol de empate. O arbitro uruguaio Ramon Barreto e o Yustrich trocaram umas barrigadas e nosso tecnico foi expulso. No segundo tempo o Ronaldo fez o gol da vitoria. (Brasil 3×2 Iugoslavia.)

FTT – Os iugoslavos naquele tempo tinham boa tecnica tambem e eram inclusive chamados de “os brasileiros da Europa.
AMAURY HORTA – Tinham uma grande seleção. Não eram divididos ainda. Era um pais só. Não tinha Servia, Croacia, Estonia e Bosnia igual hoje em dia. Quando eram todos juntos tinham um time muito forte.

FTT – Já em 69 foi o Atletico quem enfrentou a seleção brasileira. Voces venceram po 2×1. Jogo para nunca mais esquecer.

AMAURY HORTA – O Brasil tinha se classifcado para a Copa do mundo no México e veio fazer este amistoso em Belo Horizonte. O Atletico jogou com a camisa da seleção mineira. Eu fiz o primeiro gol, Pelé empatou e depois o Dario fez o segundo gol.

FTT – Você e o Oldair ali no meio campo tendo de marcar Gérson , Rivellino, Jairzinho, Tostão, Ze Carlos e Pelé. Era muito craque para ser parado.

AMAURY HORTA – Naquela epoca se jogava com um medio volante e um armador e o Tião que era ponta é quem ajudava a fechar o meio. A gente se entendia muito bem e demos conta de cobrir os laterais e ajudar a armar o time. Fomos felizes nesta partida.

 

FTT – E teve algum jogador com quem o senhor se entendia melhor?

AMAURY HORTA – O Vanderley foi um. No Atletico a gente se entendia muito bem. Teve o Pedro Omar no America. O outro foi o Ilton Chaves no America. O Ilton era jogador de muita raça. Chegou aser apontado como inutilizado para o futebol quando veio do Atletico. O Paulo Benigno (preparador fisico) fez um trabalho extraordinario para recupera-lo. Me lembro que depois de 2 anos parado , no jogo da sua volta em um amistoso em Ponte Nova, ele entrou no vestiario no intervalo em prantos. Primeiro que estava muito emocionado e depois porque achou que tinha decepcionado a todos e não tinha correspondido. Nosso treinador chegou então e falou que ele não iria sair e contava com ele . Foi para o segundo tempo e voltou a ser aquele grande jogador que todos conheciam. Ele voltou tão bem que acabamos quatro jogadores do America sendo a base da seleção: Ilton Chaves, eu, Marco Antonio eo Ari.

FTT – E parece ser o seu destino fazer gols em seleções pois teve outro jogo entre o Atletico e a seleção da Hungria e novamente o senhor fez um gol.

AMAURY HORTA – Nós estavamos perdendo por 2×0 e então eu fiz o primeiro gol de cabeça numa cobrança de escanteio. No segundo temp empatamos o jogo. 

FTT – A Hungria não era mais a mesma dos anos 50 mas ainda era forte.

AMAURY HORTA – Ainda tinham um time muito bom . O atacante deles , o Albert era excelente. O futebol não era mais o de Kocsis, Czibor, Puskas mas era muito bom .

A VOLTA PARA O AMÉRICA E A CONQUISTA DO TITULO MINEIRO INVICTO

FTT – O Atletico tinha quebrado a hegemonia do Cruzeiro conquistando o campeonato mineiro de 1970 . Foi um titulo esperado desde a ionauguração do Mineirão em 65. O senhor estava lá e fez parte desta conquista. Porque então saiu para o America em 71?

AMAURY HORTA – O que aconteceu foi que em dezembro eu me encontrei com o Biju que foi quem treinava as categorias de base do America e me conhecia desde então. Ele me falou que iria me buscar no Atlético. Eu falei: “então busca”. Sei que o America realmente foi lá e me pegou emprestado.

 

FTT – O senhor acredita que este foi o melhor time do America em todos os tempos?
AMAURY HORTA – Não, eu acho que foi uma equipe que tinha alguns suportes bons, outros regulares mas o time jogava com coração, com vontade.

 

FTT – Pedro Omar, Amaury , Dirceu Alves e Jair Bala. Era a alma deste time?
AMAURY HORTA – Acredito que sim. Sempre se falou que quem ganhava o meio campo ganhava o jogo. É uma realidade. E nós conseguimos jogar bem. Ganhamos duas do Atlético , empatamos duas com o Cruzeiro neste campeonato e acabamos sendo campeões .

FTT – Fale um pouquinho do Pedro Omar e do Jair Bala com quem você jogou.

AMAURY HORTA – O Pedro Omar era um jogador que batia muito bem na bola, chutava muito. Teve um jogo contra o Atlético que eu ajeitei uma bola pra ele de fora da area e ele chegou batendo, fazendo um golaço. Ele era nosso capitão na epoca. Já o Jair Bala era um jogador extremamente tecnico. O jair foi importante no America no inico dos anos 60 onde foi muito bem e depois no seu retorno em 71 foi peça fundamental tambem.

 

FTT – Bons tempos do futebol mineiro . No ano de 71 o Atletico foi campeão brasileiro, o Villa Nova campeão brasileiro da serie B, o Cruzeiro tinha aquela timaço e o America foi campeão mineiro . As bases destes times eram feitas nos juvenis. Você acha que hoje os jogadores perderam a identidade com seus clubes?

AMAURY HORTA – E o America foi campeão invicto. Foi algo realmente surpreendente. O grupo se fechou e consguimos uma campanha brilhante. Sobre os jogadores, acho que sim,hoje perderam a identidade com os clubes. Entram e saem toda hora, muda muito rápido.


FTT – Se olharmos somente no meio campo em Minas Gerais tínhamos no inicio dos anos 70 Pedro Omar, Amaury Horta, Jair Bala, Piazza, Ze Carlos, Dirceu Lopes, Tostão, Vanderlei Paiva, Oldair, Lola e Lacy. Hoje em todo Brasil não conseguimos formar uma grande seleção. O que aconteceu?

AMAURY HORTA – A Lei Pelé foi muito prejudicial aos clubes. Porque o jogador vai embora sem jogar direito no Brasil e vai estourar na Europa como o Messi. Tem este aspecto que tem prejudicado o futebol brasileiro. Não deixam formar direito o jogador . Hoje eu não vejo nenhum jogador de meio campo no nosso futebol que tenha facilidade de enfiar uma bola . Antes tinhamos um Gerson, Rivellino, Ze Carlos , Toninho Cerezo e tantos outros que colocavam os companheiros na cara do gol. Hoje não temos mais.

FTT – Hoje talvez tenhamos apenas o Ganso.
AMAURY HORTA – É ,bem lembrado. Talvez seja o unico que consegue fazer isto no futebol atual.

FTT – Qual foi a partida que mais te marcou?

AMAURY HORTA – Eu tive jogos que marcaram eternamente. A partida do Atletico representando a seleção brasileira contra a Iugoslavia……a vitoria sobre a seleção brasileira em 69 , teve um gol que eu fiz contra o Valério no Mineirão que eu recebi a bola dei um chapéu no Zé Borges e emendei de bate pronto. E olha que foi pouco depois do meio campo e a bola saiu reta. Pegou na veia.

Depois teve um clássico que o América venceu o Atlético por 3×1 e eu fiz os tres gols. O primeiro de cabeça, o segundo foi de bicicleta e um gol de tabela com o Roberto Mauro.

 

FTT – Aponte os 7 maiores jogadores que o senhor viu jogar.

AMAURY HORTA – Considero o Pelé em primeiro . Enfrentei o Pelé umas 4 vezes . Só perdi uma. Teve um jogo historico no Mineirão que ele foi coroado “rei” e eu acabei eleito o melhor jogador em campo pela radio Itatiaia. O Atletico venceu por 2×0. Depois ganhei dele jogando contra a seleção brasileira. Perdi somente esta partida do Comercial por 7×5. Bem então o Pelé, depois Garrincha, joguei contra ele tanto no auge no Botafogo quanto depois no Flamengo. Era um jogador fantastico. O Gerson que era um jogador diferenciado de muita visão de jogo. Joguei contra ele varias vezes. Seleção mineira juvenil, depois na profissional na final , eu no Atletico e ele no Botafogo. Vamos colocar aí o Tostão tinha muita facilidade de enfiar as bolas para os companheiros. O Nilton Santos um craque. Outro é o Jairzinho. Um que não é da minha epoca mas sou fã dele é o Ronaldo Fenomeno. Tinha uma explosão fora de serie.  Se pensarmos em um goleiro lembro logo do Gilmar, fantastico

 

FTT – Por falar em goleiro qual foi o melhor que o senhor enfrentou?

AMAURY HORTA – Raul e Marcial. Tem goleiro que dá um passo pra trás para depois fazer uma ponte. Raul e Marcial não precisavam disto porque estavam sempre bem colocados. Marcial foi muito bem aqui no Atletico e depois no Flamengo. Raul tambem, eram muito tranquilos.


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Comentários:
11
  • Silvio T disse:

    Grande Amaury! Marcou muito o galo com sua “cabecinha de ouro”. Chico, mudando de assunto, não posso perder a piada. O São Paulo está interessado no Patrick. O Aguirre realmente não vive sem o Patricão da massa…..rs

  • J.B.CRUZ disse:

    Boas Lembranças…..Nessas duas Escalações deu para notar na primeira foto; o Mizael e o Mérola que foram para o CRUZEIRO; e na Segunda foto; Lembro-me do Claudio Mineiro em meados de 80; e Confesso que fiquei surpreso com o Hilton Oliveira na ponta esquerda do América…

  • José Eduardo Barata disse:

    Reza a lenda que o América , ao comprar um
    ônibus para o transporte dos profissionais ,
    o fizera após a venda do Hale , do Café e do
    Batista .
    O ônibus ganhou o apelido de Halicaba .

    • J.B.CRUZ disse:

      CARO JOSÉ EDUARDO BARATA:
      Não é Lenda; é fato….Gozações Sadias e Brincadeiras, é que não faltaram…
      Parabéns ao América em Nome de Minha Avô Materna; VOVÓ GEORGINA…(IN MEMORIAM) ,,,”Americana de ”quatro costados” como Dizia Meu AVÔ GENUÍNO…,..Quando o AMÉRICA Ganhava, Principalmente do Atlético, era Festa regada a Bolo, Quindins e salgadinhos..Bons Tempos Aqueles !!… ÉRAMOS FELIZES E SABÍAMOS !!!..
      CRUZEIRO SEMPRE !!.. !!!…,

    • jorgemoreira disse:

      Nesta epóca eu estava no America categorias de base e isto foi verdade, era um onibús meio velho mas quebrava o galho nas viagens, coisas do então presidente Rui da Costa Val

  • jorgemoreira disse:

    Fantastica reportagem, coisas vivas e vidas por mim, vejam bem sobre estes jogadores do America onde tive a oportunidade de jogar nas categorias de base dos anos 68/ 71 onde fui aconselhado pelo saudoso Bijú a abandonar o futebol e estudar e conseguir emprego pois precisava ajudar a minha mãe, pois haviam jogadores de mais qualidade e eu pra ser um bom jogador teria que ir pro interior onde as coisas não eram nunca faceis e de pouco dinheiro, quanto a Camisa esta Camisa deveria ser Imortalizada como a mais bonita do futebol Brasileiro(eu disse Camisa, Manto Sagrado só mesmo a do meu time do Coração O Clube Atlético Mineiro)eu nas categorias de base por vezes treinavamos contra estes grande e humildes jogadores(hoje impossivél os caras de cima e os treinadores se acham muito além pra fazer treinamentos com as categorias de baixo)e nos treinamentos haviam sempre as conversas e ensinamento dos jogadores e tambem treinadores aos mais jovens,, Parabens ao reporter por ter sempre se referido ao Sr, Amaury Horta de sr, grande ser Humano que nunca perdeu a humildade eu sempre falo que eu vi dois cabeceadores de bola no futebol primeiro o Amaury depois o Pélé, o Amaury sempre foi baixinho mas tinha uma facilidade ao tomar impulso, eu em algum post anterior me referi ao Claudio Mineiro em uma foto do time do Galo é este Claudio da foto do pra mim melhor time do America no pós Mineirão, alguns jogadores do America passaram pelo Atlético e que foram citados pelo Sr, Amaury, Roberto Mauro, Decio Teixeira, Claudio Mineiro boas, belas e ternas lembranças Parbens mais uma vez por esta bela reportagem

    • Helio Antonio Corrêa disse:

      JORJAO
      Concordo com vc. quem viu, viu.
      Jogava muito, raramente era expulso, super disciplinado, excelente cabeceador .
      Agora , veja você , o futebol mineiro nos anos 60, valia muita coisa não, montamos uma seleção espetacular, fomos campeos invictos,ganhando com autoridade de paulistas e cariocas, que dominavam o futebol brasileiro, e pasmem, os 2 maiores expoentes desse timaço, foram vendidos a troco de banana, para um clube do interior paulista , ou seja ; o Comercial.
      Nem para um time de ponta , Marco Antonio Salin e Amaury Alves Horta, foram vendidos. Não é curioso?
      É claro que também os times de ponta da epoca, levaram nossos jogadores, como Massinha pro Vasco e Rossi para o Santos, mas, os expoentes maiores desse timaço, foram para clubes menores.
      Menos mal, que com a chegada do Mineirão, a mentalidade dos nossos dirigentes modificou e todos ou quase todos eles voltaram a Minas Gerais, tanto CRU como CAM, repatriaram todos eles.
      Mas é muito bom hoje , ler estas historias do inicio dificil do nosso futebol.
      Valeu amigo Jorjao, vamos falando.

    • José Eduardo Barata disse:

      JORGE MOREIRA ,
      comuns demais os treinamentos coletivos
      entre profissionais e a base .
      Tive essa experiência também e , como
      ponta , tomei pancada demais do Hale .
      A turma não aliviava ……

      • jorgemoreira disse:

        O Hale foi um bom lateral esquerdo que jogou no Formiga de grandes lembranças, tinha um timaço com jogadores do nivél de Cristovão e Adnan(o Adnan era um jogador do Curintiakkk e esteve emprestado ao Formiga e depois sumiu, não sei se voçê se lembra mas um dos gols mais bonitos do mineirão foi um do Vanderley Paiva contra o Formiga que um um otimo goleiro chamado Carlos

    • jorgemoreira disse:

      Vidas não mas presenciadas por mim

  • José Eduardo Barata disse:

    Craque !!!
    Que história magnífica !!!
    E o bom de tudo é que cheguei a chupar
    laranja com ele disputando campeonatos
    universitários pela Fumec .