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Na Rússia também se emenda feriado

Prédio de arquitetura característica do regime soviético que ainda abriga escritórios do governo, perto do Kremlin. A maioria dos similares se tornou shoppings e enormes lojas de departamentos. 

Retornando da minha caminhada por volta das 8 da manhã me deparei com homens e mulheres saindo de uma boate, carros na porta com som característico de quem está indo embora de uma noitada. Uai, em plena segunda-feira!?

Aí lembrei-me das histórias da Rússia pós-União Soviética, em que as pessoas passaram a curtir mais os prazeres da vida com o fim da dura repressão política e social que marcavam o regime comunista.

Mais tarde, vendo bancos, grande parte do comércio e principalmente órgãos públicos fechados, fiquei sabendo que não tinha nada a ver com o que pensei incialmente. Trata-se da prática comum também no Brasil, dos “feriados emendados”. Hoje, dia 12 de junho, é comemorado o Dia da Rússia, lembrando a data em que o país se declarou “estado independente” do bloco soviético, em 1990. No ano seguinte, em 24 agosto, se desligaria completamente, o que significou o fim da União Soviética.

Moscou é belíssima. . .

e está muito vem cuidada.

Com o feriado a beleza fica mais à vista …

… sem tantos carros e tanta gente nas ruas.


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Comentários:
11
  • DUDU GALOMAIO BH disse:

    Realmente o conjunto arquitetônico daí é admirável.

  • Luiz disse:

    Outra característica marcante em Moscou e S Petersburgo são as cúpulas coloridas e às vezes de ouro.
    Pincei mais esse texto:

    AS CÚPULAS NAS IGREJAS RUSSAS
    História das Artes > Sala dos Professores > As cúpulas nas igrejas russas
    Por Simone Martins 15 jan 2017
    As cúpulas nas igrejas russas
    Na Rússia, o estilo bizantino sobreviveu ao fim de Constantinopla. Embora os russos gostassem de exteriores mais espalhafatosos do que os arquitetos bizantinos, eles importaram do Oriente Médio a igreja modular com cúpula juntamente com cristianismo ortodoxo oriental, em 988.

    Algo precisava ser rapidamente alterado. Nos climas nórdicos, as cúpulas bizantinas rasas tendiam a desabar sob o peso das neves do inverno. A característica cúpula em forma de cebola protuberante, marca registrada da arquitetura russa, acabava deixando cair a neve pesada.

    Na Catedral de São Basílio, na Praça Vermelha (1555-60), 9 cúpulas flamboyant criam um efeito fantástico sobre a planta tradicional em cruz. As superfícies de azulejos multicoloridos agradaram sobremaneira a Ivan, o Terrível, que mandou construir a igreja como marco de uma vitória militar. Diz a lenda que o czar ficou tão encantado, que mandou arrancar os olhos do arquiteto para impedir a possibilidade de alguma outra igreja competir com a sua.

    O formato, número e cor das cúpulas das igrejas ortodoxas tem um significado simbólico especial e representam a coroação da igrejas.

    Uma única cúpula significa a fé em um único Deus; 3 cúpulas, a fé na Santíssima Trindade; 5 cúpulas, Cristo cercado pelos quatro evangelistas; 7 cúpulas, os sete mandamentos da igreja; 9 cúpulas, as nove ordens angelicais; treze cúpulas, Cristo e os doze Apóstolos. O número de cúpulas pode chegar até 33, que representa a idade de Cristo na vida terrena.

    A cúpula com formato de elmo simboliza o guerreiro, a luta espiritual que sustenta a igreja contra as forças do mal e das trevas. A forma de bulbo (acebolada) simboliza a chama de uma vela, o que nos conduz às palavras de Cristo: “Vós sois a luz do mundo”.

    Outro ponto simbólico é a cor da cúpula: o ouro simboliza a glória celeste. As azuis com estrelas pertencem aos templos dedicados à Virgem Maria, porque a estrela nos recorda o nascimento de Jesus. Os templos dedicados à Santíssima Trindade possuem as cúpulas pintadas de verde, que é a cor do Espírito Santo. Já os templos dedicados aos santos estão coroados de cúpulas de cor verde ou prata.

    As cúpulas são sempre em número ímpar e, geralmente, a cúpula central é dourada, representando o poder do Espírito Santo. Após o domínio turco-otomano, as igrejas acrescentaram abaixo da cruz uma meia-lua, que representa a supremacia do cristianismo sobre a religião islâmica.

    Em Roma, a tradição são as cúpulas em suas igrejas ou abóbodas arredondadas, em Constantinopla, as cúpulas prateadas em forma também arredondada (herança de Roma), Moscou iniciou com as cúpulas douradas e em forma de cebola, já Kiev passou a utilizar em forma de pera.

  • Luiz disse:

    Busquei esses dois artigos no site abaixo e, se os colegas do blog quiserem consultar, tem muitas imagens e informações sobre o modus vivendis dos soviéticos , bem como a arte e arquitetura. Bastante interessante.

    https://arquiteturarussa.wordpress.com/

  • Luiz disse:

    Outro texto interessante sobre a arquitetura
    Simples e de fácil compreensão.

    A Arquitetura Czarista
    Publicado por ARQUITETURA RUSSA em 18 DE MARÇO DE 2016
    O período czarista marca um novo período da arquitetura russa, tendo influências exteriores mais evidentes e marcando o fim de um estilo russo isolado dos demais estilos europeus. A opulência e o excesso de decoração dos modelos do Barroco e Rococó italianos entram em plena força na arquitetura russa entre o início do século XVIII e até a revolução soviética quando outra mudança de direção estilística viria a acontecer.

    No sec. XVIII, com o reinado do Czar Pierre I Alexeyevich Romanov temos a mudança da capital para São Petersburgo que viria a ser construída e planejada desde o princípio. A construção da cidade se deu inicialmente a partir da Fortaleza de Pedro e Paulo, com características russas clássicas e também características modernas em relação ao modo de construção e ao formato dos muros. Além disso, o edifício central do forte apresenta algumas características renascentistas (uso de colunas e frontões gregos, além da centralização da entrada, através do desvio do foco da totalidade da fachada para uma composição mais central e simétrica) provavelmente devido à influência de arquitetos italianos e também dos métodos de defesa suecos e dinamarqueses em questão urbanística e projetual (tendo em vista os planos de defesa marítima de Amsterdam a qual o Czar visitou e as táticas de defesa dos suecos durante a guerra). Entretanto quando o Czar visitou o palácio de Versailles, na França, ele concluiu que a cidade, da maneira que estava sendo construída, não era magnífica o suficiente para a nova capital e por isso veio a contratar arquitetos franceses para os projetos.

    A contratação dos arquitetos franceses para trabalhar na nova capital fez com que São Petersburgo tivesse um amplo estilo francês tanto nos projetos individuais quanto no caráter urbanístico.

    O melhor exemplo da pesada influência francesa é o Palácio Peterhof, residência do Czar, também conhecido como Versailles russo, planejado desde 1705 e erguido entre 1714 e 1725. O palácio tem na sua fachada principal um conjunto de fontes e espelhos d’água que são ícones da arquitetura russa czarista por mostrarem a influência barroca do estilo, já que dão uma alta complexidade volumétrica e artística (no sentido de que os volumes dos planos dos espelhos d’água formam diversos níveis de profundidade quando em conjunto com a água das fontes; e que os entalhes nas fontes são por si só altamente detalhados). O uso das cores se distancia bastante do russo clássico e se aproxima mais do francês usando tons mais claros e pastéis, juntamente com o preto e o dourado, onde os reflexos e jogos de luz são gerados pela água. Os jardins também são diretamente derivados da tradição francesa e, portanto, seguem o estilo paisagístico clássico do país.

    Outro exemplo interessante da mudança estilística que houve no período czarista é o palácio Tsarskoye Selo também construído como residência para a família imperial. No caso específico do Tsarkoye pode-se observar características mais claras do estilo russo com o uso das cúpulas amrud, porem há um claro distanciamento da tradição do uso ostensivo das cores a favor de uma paleta de cores mais neutra e com tons mais claros (azul e branco) e o amplo uso de vidros. Novamente vemos jardins franceses no palácio, marcando a influência europeia assim como a opulência total da construção, tendo este um total de 320 metros de fachada, onde o azul destaca propositalmente o branco da fachada, em conjunção com o dourado da decoração que tem por finalidade destacar o edifício em direção aos jardins. Talvez o ponto mais chamativo do Tsarkoye seja o uso ostensivo do dourado em cada módulo que compõe a fachada do palácio e suas cúpulas. O palácio, porém, sofre diversas alterações ao longo das décadas seguintes especialmente sob o reinado de Isabel Petrovna, que aumenta as dimensões do palácio e posteriormente adiciona suas decorações barrocas (de madeira entalhada e dourada).

    Ambos os palácios são dispostos em plantas no estilo enfille (ou seja, apresentam uma disposição de salões ligados entre si sem corredores e altamente decorados que não eram utilizados na arquitetura russa até então). Posteriormente com a morte dos arquitetos franceses temos um momento de influência holandesa, assim como do barroco italiano, apresentando nas decorações tanto das fachadas quanto dos interiores, características fitomórficas, zoomórficas e antropomórficas.

    As características do período ficam claras em ambos os palácios e podem ser observadas também no (ou Palácio de Inverno), construído inicialmente por Pedro I em 1764 e por Catarina a Grande. O museu apresenta as mesmas características básicas do Tsarkoye Selo, o contraste do branco com o verde da fachada juntamente com o dourado e a monumentalidade da construção. Ele é até hoje um dos maiores e mais antigos museus do mundo, além de ser uma notável referência estilística e arquitetônica.

  • Luiz disse:

    Chico, encontrei esse texto para mostrar algumas características da arquitetura da União Soviética comunista diferentemente desse beleza que vc mostra.Apenas como curiosidade
    Abraços
    Luiz

    Arquitetura Russa no Contexto Social
    Publicado por ARQUITETURA RUSSA em 18 DE MARÇO DE 2016
    Em consonância com a miséria do povo russo e as péssimas condições de vida, Curtis (1987) ressalta que a arquitetura russa precisava mudar radicalmente e atender as novas demandas da população. A coletivização e a reordenação do modus vivendi eram necessárias segundo Marx. A nova estética incorporada, iria por sua vez, traduzir os significados ideológicos específicos da nova linguagem. Metáforas e símbolos deveriam ser entendidos por todos, fazendo parte de uma gama comunicativa da arte e da agitação popular. A prioridade de sua arquitetura era regularizar as estruturas dos assentamentos urbanos, melhoria e coletividade educação e a reconstrução de um estilo de vida. Para tanto foram tomadas as seguintes decisões: expropriação de edifícios, planificação da economia e nacionalização das terras. Tais medidas desencadearam uma nova atitude, ligada à utilização dos edifícios. Assim, seu impacto teria uma influência impar na nova arquitetura soviética.

    As Comunas foram uma saída estratégica para o novo processo de realojamento soviético, com a criação de cozinhas, lavanderias, salas de leitura e cafés baseados na auto-gestão. De 1919-1920, as comunas se tornaram imensamente atrativas para os arquitetos, que por sua vez tentaram inovar na engenharia do local. As comunas com o passar do tempo passaram a dividir seus ambientes em pisos, voltando ao modo privado habitacional anterior. Já em Petrogrado, os trabalhadores poderiam se beneficiar com dormitórios e zonas de serviços que situavam-se no núcleo dos edifícios. Os desenhos e as plantas não podiam ser muitos ousados, uma vez que deveriam manter o padrão arquitetônico. As comunas foram resultado da nova política econômica que estimulava a atividade construtiva, bem como também foram as casas para soviets, cozinhas coletivas, banheiros públicos e clube para trabalhadores.

  • José Eduardo Barata disse:

    Os prédios são monumentais !!!!
    A limpeza das ruas , ah! , a limpeza ,
    como tenho inveja da educação e do
    cuidado de uma sociedade , e volto
    meus pensamentos para a outrora e
    magnífica Cidade Jardim da minha
    infância , e neles não consigo ver a
    sujeira que assola a nossa capital e
    que nos escancara o horror de uma
    cultura degradada , somada à total
    incapacidade dos gestores públicos
    em administrar uma cidade , nos
    dias atuais .

  • Leonardo Lacerda disse:

    Chico,
    estive aí o ano passado. Cidade linda e muito limpa.
    Não deixe de visitar o mercado de Moscou, tem restaurantes de todo tipo de culinária. Não é na região central, mas há um tram que passa em frente.

  • Pedro Vítor disse:

    Realmente maravilhosa