* Por Marcos Caldeira, do Trem itabirano:
“ARGENTINA CHOROU SANGUE EM SÃO PETERSBURGO,
MAS ESTÁ CLASSIFICADA E ENFRENTARÁ A FRANÇA”
(Messi, com sua barba de Vang Gogh, continua na copa)
A Argentina começou o jogo contra a Nigéria em último lugar no grupo, liderado pela classificada e tranquila Croácia, que, ao mesmo tempo, enfrentava a Islândia, esta a fim de abocanhar a vaga até então de posse dos africanos. Messi fez 1 a 0 e recolheu a classificação para seu país. A seguir chutou bola na trave, em cobrança de falta, e foi só. A Argentina consumiu o resto do primeiro tempo no lesco-lesco e desceu aos vestiários feliz. Segundo tempo. Se a Nigéria empatar, toma a vaga dos hermanos. A Islândia deseja enfiar gol na Croácia para que seja ela a sorrir no final. Logo aos cinco minutos, o experiente Mascherano segurou tolamente um africano, em cobrança de escanteio, e bola na cal. Pênalti e gol, a Nigéria enfiou a mão no bolso da blusa do irrequieto Maradona e pegou de volta a classificação. Pouco depois, a Croácia fez 1 a 0 e, mais adiante, a Islândia empatou, mas a situação está muito preta para Nigéria e Argentina, não dá para prestar atenção na outra partida. A seleção da pátria de Evita Perón se perdeu nos nervos, até Messi errava passe. Está saindo na primeira fase – é tragédia com pitadas de vexame. O tempo passa, 25 minutos e nada de bola na rede. Para piorar, a Nigéria ataca perigosamente. Trinta e dois minutos: os argentinos pressionam, mas não conseguem criar boa chance. Trinta e dois minutos do segundo tempo é o momento em que todo torcedor do mundo diz: “Puta que pariu, o jogo vai acabar daqui a pouquinho”. A situação vai piorando. Os imperadores do lugar-comum falam em tango. Messi telefonou para seu velho companheiro Iniesta, disse que sentia falta do espanhol e tentou convencê-lo a se naturalizar e vir correndo ajudá-lo. Ouviu que não dá tempo para os trâmites burocráticos. Trinta e quatro, Higuaín é boludo, 37, 38, gol não sai, 1 a 1, Argentina dando adeus, todos os ponteiros dos relógios de Buenos Aires se transformaram em ventiladores de teto, 39, 40 e alguns segundos. Mercado (agora, sim, a direita argentina o endeusará com força) cruzou na área e o zagueiro Faustino Marcos Alberto Rojo emendou: gol, gritado pelos narradores portenhos com 1345 ós. Messi, com sua barba de Vincent Van Gogh, subiu nas costas do salvador e o abraçou como se quem o carregava fosse maior jogador do mundo – e era, naquele momento era. O estádio enlouqueceu, os nigerianos desabaram, Mascherano chorou sangue. Fortalecida, a Argentina enfrentará a França na próxima fase.
DOIS RELÓGIOS NO BRAÇO DE MARADONA: EXPLICAÇÃO
Homenagem ao argentino Ernesto Guevara de la Serna, que fez em Cuba aquilo tudo que você sabe e que, nos matos, usava dois marcadores de tempo. Chê e Messi nasceram na mesma Rosário.
HERESIA NA CAMISA DA FRANÇA: GALOS AZUIS
França, 0; Dinamarca, 0. Ambas classificadas e jogo de pouca emoção. A televisão mostrou na grade do estádio Lujniki três bandeiras com escudo do Atlético. Alegria no sofá em Itabira. A televisão cortou para o campo e exibiu em close uma heresia: camisa da França com galo azul. Galo azul é visão alighierina (para variar de dantesca). Diante daquele famoso portão, os dois poetas se puseram a ler: “Abandonai toda a esperança, ó vós que entrais. Por mim se vai à cidade das dores, povoada por galos azuis”. Essa informação após a segunda vírgula não se encontra em nenhuma edição de “A Divina Comédia”, está num documento perdido em Florença, carecendo de ser encontrado.
JOGUEI COM ELE NO TIME TAL
O ex-jogador Roger Flores, comentarista da TV Globo, adora dizer que foi companheiro de atletas em campo. Repetiu hoje sobre o argentino Mascherano: “Joguei com ele no Corinthians”. Jeito camuflado de dizer: “Não sou tão velho”.
BRAÇO NÃO É CORPO?
No jogo de hoje, franceses pediram um pênalti no primeiro tempo. O narrador da TV disse que não foi e explicou: “A bola bateu no corpo do dinamarquês e depois rolou pelo seu braço”. E eu pensava que braço também era corpo…
DEIXAR A FESTA ANTES DA MEIA-NOITE
Jogadores eliminados voltam para casa. Nas mãos, mochilas e tchauzinho ao entrarem para os ônibus que os levarão ao aeroporto. O melhor da festa está por vir, será depois da meia-noite, mas alguns convidados tiveram de deixá-la antes das 22h30.
REFLEXÃO COLATERAL A PARTIR DO CASO NEYMAR
É verdade, muitos pobres morrem de inveja de ricos e danam a caluniá-los, injuriá-los e difamá-los. Mas também é verdade que muito rico canalha, quando criticado corretamente, com argumentos sólidos, às vezes irretorquíveis, foge de dar explicações, agarrando-se no simplismo de que quem o criticou o fez por inveja.
O TREM ITABIRANO
* Por Marcos Caldeira – O TREM ITABIRANO
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