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Ao Brasil vale a experiência da Espanha, que começou contra a Rússia dando a entender que meteria três gols rapidamente

A coluna do Marcos Caldeira, d’O Trem Itabirano:

* “Que o Brasil vença e que a sorveteria Pinguim pare com papo de “paleta mexicana” e só chame picolé de picolé”

Espanha, cujo hino não tem letra, fechou participação na copa com Aspas. Dinamarca fora, mas é dos países com menos corrupção na política

O jogo Espanha x Rússia começou dando a entender que o país do Real Madrid meteria três gols rapidamente e passaria o segundo tempo poupando-se para as quartas de final. O rei Felipe VI, no estádio, baixou lei proibindo a seleção comandada por Stanislav Cherchesov de encostar na bola. Os espanhóis aproveitaram e, aos 10 minutos, fizeram gol: Sérgio Ramos disputou a pepita na área, vinda de cruzamento, ela bateu num russo e entrou. O time de Iniesta, até então na reserva, ficou trocando passes, como se dissesse: alguém aí dúvida de que seremos nós os classificados hoje? O primeiro-ministro da Rússia, também presente, deu jeito de revogar a lei do monarca visitante e sua pátria pôde, enfim, ter contato com a redonda. Aos 35 minutos, deu o primeiro chute a gol, com perigo. Viu que aquilo era bom e, aos 40, empatou de pênalti, cometido por Piqué, que, fosse volante, daria uma piada infame. O segundo tempo passou num lesco-lesco danado – Espanha atacando sem criatividade, Rússia defendendo-se – e foi prorrogada a partida que me fez cogitar se não teria sido melhor abrir um livro. Os 130 minutos que passei diante da TV daria para ler 28, 30 páginas do diário “Minha Vida de Menina”, de Helena Morley, pseudônimo de Alice Caldeira Brant, que conta lances da vida dela em Diamantina no final do século XIX. Espanha e Rússia não se resolveram nos 30 minutos adicionais e, nos pênaltis, venceu a seleção que tem muitos jogadores cujos nomes terminam com a letra vê. O goleiro Igor Akinfeev, da equipe que estava em casa, defendeu dois pênaltis. O último fê-lo de pé esquerdo, motivo pelo qual terá de pagar direitos autorais ao goleiro Victor, do Atlético, vide Copa Libertadores de 2013. Quando o atacante espanhol Iago Aspas caminhou para cobrar a falta máxima, tive dois motivos para urubuzá-lo. Primeiro, queria desclassificada a seleção do rapaz; segundo, para não perder a piada. Ele errou o pênalti e ali seu país foi eliminado. A Espanha, cujo hino não tem letra, fechou sua participação na copa com Aspas.

DINAMARCA ESTÁ FORA, MAS É DOS PAÍSES MENOS CORRUPTOS

A Dinamarca fez seu gol antes do primeiro minuto do primeiro tempo, a Croácia empatou três minutos depois. O jogo começou eletrizante, dando esperança de que assim continuaria, o que não se confirmou. Não foi ruim, nem ótimo. Aos 10 minutos do segundo tempo da prorrogação, o croata Modric perdeu o pênalti que poderia ter classificado seu país sem o sofrimento das cobranças alternadas, após a prorrogação. O goleiro Schmeichel defendeu três pênaltis, mas quem passou de fase foi o adversário. Está fora a Dinamarca, que, embora William Shakespeare tenha escrito aquilo, é, entre todos, um dos países com menor índice de corrupção na política – e por causa desse dado, confesso, morro de inveja dos nórdicos.

VACILO DO COMENTARISTA: É BALZAC, É ARMANI

Cometi dois equívocos ontem: troquei o nome do goleiro da Argentina – jogou Armani, não Caballero – e Balzac saiu Balzaz. Notei minha mancada minutos depois de enviar o texto, consertei rapidinho nas redes sociais e mandei errata aos editores dos sites e blogues que republicam meus comentários. Fico desesperado quando deixo passar erro, tenho vontade de ligar para cada leitor pedindo desculpa, o que faço agora. Aproveito para agradecer ao pessoal de sites, blogues, jornais e rádios pela tabelinha comigo. Aos pouquinhos, vou citando-os. Hoje mencionarei três: o jornalista Chico Maia (cresci ouvindo-o em rádio e vendo-o na TV, sempre gostei dele), o escritor Marco Lacerda (meu xará singular) e Juca Kfouri, ex-diretor de redação da revista “Placar”, da qual fui leitor assíduo na infância – às vezes chegava à banca antes do dono, ansioso para comprar números que traziam pôster do Galo campeão mineiro. Era só o que o Atlético conquistava na época, mas sempre em cima do Cruzeiro.

BRASIL X MÉXICO: VAI UM PICOLÉ AÍ?

Tanto quanto desejo a vitória da nossa seleção nesta segunda, torço para que uma das sorveterias de minha infância em Itabira – Pinguim (foto) – pare com papo de “paleta mexicana” e volte a chamar picolé de picolé.

Por Marcos Caldeira, d’O TREM ITABIRANO


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Comentários:
2
  • Marcelo de Andrade disse:

    Saudade da antiga sorveteria pinguim, dos carrinhos passando pela rua, subindo e descendo a rua da casa de meus pais.
    Lembrei-me também da extinta e tão boa quanto, sorveteria Sorriso.
    Meus primos mais velhos do que eu, muito sacanas, esperavam o camarada do carrinho descer a rua inteira e, quando estava lá embaixo, quase fazendo a curva da Rua Dom Prudêncio que dá acesso à Igreja da Saúde, gritavam: “Ô Sorriso, ô sorriso”. O sujeito subia a rua quase toda e quando chegavam em frente da tropa de 12 primos, esses diziam: “Me dá um sorriso aí”. O vendedor abria a portinha do carrinho de picolés e dizia: “Qual vão querer?”. E os primos já quase correndo: “Queremos só um sorriso seu”.
    Muito sacanas.