Blog do Chico Maia

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O pereba do Ricardo Dequech e a volta dos jogadores brasileiros para casa: Barcelona, Madrid, Paris, Roma, Milão, Liverpool…

A coluna do Marcos Caldeira, d’O TREM ITABIRANO: 

* (A Eurocopa do Mundo vista do meu sofá)

PASSEI O DIA PENSANDO SE DEVIA INVEJAR UM AMIGO

CUJO CORAÇÃO NÃO FOI SEDUZIDO PELO FUTEBOL

(O chapéu francês do Castor de Andrade itabirano)

O que faz uma pessoa gostar de futebol e outra não? A taça do mundo vale mais do que a vida do nosso gato? Não será mais feliz aquele cujo coração não foi seduzido pelo ludopédio, posto que todo time, mesmo um grande papa-títulos, sempre perderá mais do que vencerá? A seleção brasileira, recordista de triunfos em copas, é ótimo exemplo: conquistou cinco, mas perdeu dezesseis. Assim, refletindo sobre os assuntos mais importantes na história do homem, passei o sábado calamitoso, e cogitei se devia invejar um amigo de sempre que tocou no assunto futebol comigo apenas uma única vez na vida: “Esse Reinaldo de quem você vive falando, chamando de gênio da bola, jogou em qual time?” Para tentar dar uma quebrada na amargura da Eurocopa do Mundo, relembrei casos do esporte amador de Itabira. Divido dois com o leitor.

O TENISTA-SUPERINTENDENTE DA EMPRESA VALE

Chefe-mor da empresa Vale em Itabira na década de 1990, Ricardo Dequech gostava de jogar tênis e quando chegava à quadra principal da Vila Técnica Conceição, onde morava, quem lá estivesse espancando a bolinha tinha de ceder imediatamente o espaço para o todo-poderoso raquetar. Não esperava match point, um segundinho só, última jogada, nada. Chegou, nem precisava pedir licença, era tudo dele, convencionou-se que seria sempre assim. Ia luzidio, equipadão, só material profissional, como se fosse disputar uma final em Roland Garros, porém, era um pereba no ofício de John McEnroe, e todo aquele paramento destoava demais de sua inabilidade. De esporte para outro, parecia um Eric Moussambani, atleta equato-guineense que não nadava direito, mas disputou os 100 metros livres nas Olimpíadas de Sidney e entrou para a história como herói olímpico da piedade universal. Ricardo Dequech errava bolas fáceis, desferia golpes no vácuo, às vezes até se estabacava no chão. Apesar do destalento, ousava enfrentar funcionários da Vale que praticavam tênis desde 10, 15 anos e tinham a agilidade dos que se empenham. O tenista-superintendente nunca perdeu um jogo na Vila Técnica Conceição…

O CHAPÉU FRANCÊS DO CASTOR DE ANDRADE ITABIRANO

Jogo do bicho, carnaval, futebol, política, zona, carteado… Múltiplas atividades fizeram de José dos Santos Cruz, Sô Zinho, um dos homens mais populares de Itabira nas décadas finais do século XX. Um Castor de Andrade itabirano, tipão mesmo. A um repórter que quis saber por que quase não pedia a palavra nas sessões da câmara, em que vereava, respondeu sem circunlóquio: “Falo pouco para errar pouco”. Apreciador de chapéus, como criança em 25 de dezembro ficou ao receber uma caixa com doze, vinda da França. Sempre exibia-os na sede do clube amador que presidia, o São Cristóvão, ainda na rua Salvino Pascoal. Um amigo agradou tanto dos chapéus de Sô Zinho que este só teve sossego quando topou lhe vender um. Comprou e desfalcou a coleção parisiense, mas não pagou. Meses depois, Sô Zinho estava na sede do São Cristóvão quando o devedor desceu a Salvino Pascoal, com o chapéu. Prudente, achou melhor não passar defronte da sede com o acessório no crânio e o ocultou. Um funcionário do São Cristóvão, que limpava troféus, flagrou o movimento: “Olha lá, Sô Zinho, o senhor está com a moral tão alta que as pessoas, quando passam aqui na frente, até tiram o chapéu em sinal de respeito”.

OS BRASILEIROS VOLTAM PARA CASA

Eliminados, os jogadores brasileiros começam a voltar para casa: Barcelona, Madrid, Paris, Roma, Milão, Liverpool…

SIM, TEVE JOGO DA EUROCOPA DO MUNDO HOJE

A Inglaterra venceu a Suécia por 2 a 0. A Croácia tirou a Rússia nos pênaltis. Vi os dois jogos.

O TREM ITABIRANO


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