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Na conta da arbitragem e do calendário: violeiro quando é ruim bota culpa na viola

Culpar arbitragens é tradição, mas de uns tempos para cá virou moda, também, treinadores e dirigentes colocarem culpa no calendário pelas derrotas no Campeonato Brasileiro, como se isso não fosse tradicional no Brasil e se atingisse apenas um ou outro clube. Este discurso mentiroso contamina os jogadores e eles adotam a mesma conversa mole nas entrevistas após cada resultado ruim.

Infelizmente este comportamento espelha bastante grande parte da sociedade brasileira que não abre mão de direitos e finge não ter deveres a cumprir. Com o beneplácito (gostou da palavra chique?) de uma parte enorme da mídia.

O Fernando Rocha aborda este e outros temas muito interessantes na coluna dele que estará neste fim de semana no Diário do Aço, de Ipatinga:

* “Tornou-se no mínimo curiosa a forma como temos abordado derrotas recentes dos clubes brasileiros, que estão às voltas com maratonas insanas de jogos. Quando um deles lança mão de onze reservas e perde, o debate é se aquela partida era a ideal para o “time alternativo”. Se a derrota vem com a formação principal, inverte-se a discussão: não teria sido equivocado repetir a formação com atletas desgastados? É um hábito nacional varrer a sujeira para debaixo do tapete, no caso do futebol é driblar a raiz dos problemas. Todos reclamam do calendário maluco, mas nada fazem para resolvê-lo. 

  • O Atlético precisa vencer o Botafogo no Rio de Janeiro, se quiser de fato sonhar em brigar pelo título. O alvinegro carioca tem sido nos últimos anos um azarão do Galo, o que traz uma certa preocupação à sua torcida, até porque conseguiu se classificar no meio da última semana pela Copa Sul Americana. Cazares terá outra chance como titular e o jovem Natan continua na equipe como o principal armador. Apesar de ter feito uma excelente apresentação contra o Santos, não dá para cravar nada quando se trata do Galo, cuja principal marca nesta temporada é a  oscilação.

* Passadas as emoções da decisão onde passou pelo Santos e conquistou a vaga na semi-final da Copa do Brasil, o objetivo do Cruzeiro agora é a recuperação no Campeonato Brasileiro.

O próximo mata-mata decisivo contra o Flamengo pela Libertadores, só acontece no dia 29 deste mês no Mineirão,  e o Cruzeiro tem uma excelente vantagem, por ter vencido a primeira partida de 2 x 0 na casa do adversário.

Até lá, o Cruzeiro fará  três jogos pelo Brasileirão,- Bahia em casa, Grêmio fora e Fluminense em casa -, precisando somar pontos para deixar a incômoda posição (8º, 25 pg), e voltar a figurar entre os primeiros colocados.

Se bem que com essa quantidade de jogos decisivos, fica difícil para o técnico Mano Menezes administrar o emocional dos jogadores, sendo natural que não consigam manter a mesma pegada dos torneios mata-mata no Brasileiro de pontos corridos, daí ninguém estranhar o rodízio de jogadores e até do time inteiro.

O Cruzeiro não vence há quatro partidas na maior competição nacional, mas mesmo assim para sua torcida torna-se irrelevante se vai usar o time principal ou não, pois o que interessa mesmo é seguir administrando bem suas metas principais nesta temporada, que a conquista da  Copa do Brasil e Libertadores.

Melhor jogo

Cruzeiro e Santos fizeram o melhor jogo no meio da semana, entre todos os que definiram os quatro semi-finalistas na Copa do Brasil.

Confirmando a tradição histórica de ser, desde o século passado, um dos principais clássicos do nosso futebol, Raposa e Peixe reviveram com gols, polêmica de arbitragem e muita adrenalina, os áureos tempos em que se tinha em campo,  entre outros craques, Pelé de um lado e Tostão do outro.

A equipe atual do Santos não atravessa uma boa fase, freqüentando inclusive a zona de rebaixamento do Brasileiro, mas se superou com muita garra, ao ponto de surpreender o Cruzeiro com uma virada no placar levando a decisão para os pênaltis.

Aí então, deu Fábio outra vez, especialista ou um autêntico “doutor” neste assunto de defender pênaltis. Só que desta vez Fábio se superou, foi muito além das expectativas, conforme disseram seus próprios colegas de time, com três defesas sensacionais, assegurando a vitoria e a classificação celeste para a semi-final. 

  • O VAR ou árbitro de vídeo foi usado pela primeira vez no Mineirão neste jogo Cruzeiro 1 x 2 Santos, com ampla aprovação de todos. As cenas que já são comuns no futebol brasileiro: interrupção da partida porque vários jogadores estão em clima de guerra, empurrando uns aos outros, ofendendo, chamando para a briga, criando confusão, mostrando falta de educação e civilidade, não acontecem quando se tem o VAR por medo de punições.
  • Para fugir à regra, o juizinho fraquinho Rafael Tracy(PR) terminou a partida com o Santos no ataque, em boa condição até de fazer o gol, o que gerou a revolta dos jogadores do Peixe, culminando com a expulsão do seu goleiro reserva. Jogadores santistas cercaram o árbitro para reclamar e o técnico Cuca, tradicional reclamão das arbitragens, disse na entrevista pós-jogo, que este fato desestabilizou   sua equipe, que não conseguiu converter nenhuma das três cobranças de pênaltis. Só se esqueceu de mencionar que no na jogada de contra-ataque do Santos, interrompida pelo apito do árbitro, houve falta clara em Raniel na sua origem, o que por si só já invalidaria o lance.”
  • Fernando Rocha – Diário do Aço – Ipatinga

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Comentários:
3
  • Herminio disse:

    nunca ouvi falar que uma irregularidade anula a outra.

  • Herminio disse:

    Usar a palavra azarão quando se trata do Atlético não me parece a mais correta
    Prefiro a palavra incompetência.
    Há tempos se usam as palavras azarado,sapo enterrado no centro de treinamento, Santa pintada de preto.Mas, o que falta ao clube é competência para se dirigir e contratar.
    Já teve eliminações ridículas contra Goias, Portuguesa, Jorge da Bolívia, Botafogo, Brasiliense e muitas outras.
    Longe de ser azar!

  • Rafael disse:

    Chico, é irritante já há alguns anos aqui no futebol brasileiro, o que jogadores que estão na defesa fazem quando uma bola é cruzada, lançada ou um passe em profundidade. Eles, antes de se preocuparem em tentar pegar a bola, se antecipar ou tomá-la do adversário, já levantam a mão pedindo impedimento. Repare só, em quase todo lance desses tipos de jogadas acontece isso.