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Os estaduais na corda bamba e a aventada venda do Shopping do Atlético  

Foto: Sindilojasbh

A sempre muito boa coluna do Fernando Rocha no Diário do Aço de Ipatinga:

* “Ficam os dedos”

O assunto mais comentado durante a semana no âmbito do futebol estadual foi a declaração de um diretor da área financeira do Atlético, que ao detalhar as dificuldades que o clube enfrenta no momento, com salários dos jogadores atrasados há dois meses, sugeriu a venda da parte que sobrou de participação acionária do clube em um shopping da capital, visando o  equacionamento de dívidas urgentes.

O Atlético teria hoje um passivo de aproximadamente R$ 600 milhões, embora tenha renegociado com o governo federal a maior parte desse valor, que é referente a dívidas fiscais consolidadas.

Mas existem pendências com fornecedores, dívidas trabalhistas  em fase final de execução, além de vários milhões já pendurados no prego mais alto da Fifa, que pode lhe render pesadas punições a qualquer momento.

Resta-lhe 49% do shopping avaliado em R$ 300 milhões,- a outra parte de 51% foi vendida para custear parte da construção do seu futuro estádio-, mas para torrar tudo a diretoria atual vai precisar de uma nova autorização do Conselho Deliberativo do clube, o que não vai ser nada fácil embora em tese  tenha o apoio da  maioria dos conselheiros.

Diz o ditado popular que “vão-se os anéis, ficam os dedos”. Este é um dos argumentos usados por aqueles que defendem a medida sugerida pelo diretor alvinegro, mas há uma clara divisão da torcida a este respeito.

Fim da mamata 

No cenário nacional o tema mais comentado foi a declaração do polêmico cartola, Mário Celso Petraglia, o manda-chuva do Atlético-PR, de que a Rede Globo não estaria mais disposta, a partir de 2020, a patrocinar os estaduais.

A se confirmar a notícia poderá significar no futuro próximo o fim da mamata, que dá sustentação às obsoletas e arcaicas federações estaduais, e ganhou mais repercussão ainda, pelo  fato do cartola paranaense ser um inimigo declarado da atual direção da CBF, além de viver às turras com a Globo, contrário ao monopólio da emissora no tocante aos direitos de transmissão de TV.

Petraglia apoiou abertamente o presidente eleito, Jair Bolsonaro, de quem seria um dos principais interlocutores na área do futebol, e poderia no futuro liderar um movimento para a formação de uma liga independente, pondo fim à dinastia da CBF, que ficaria confinada a administrar apenas a Seleção Brasileira,  como acontece nos principais países da Europa. FIM DE PAPO

  • O fim dos estaduais poderá significar um golpe de morte para as federações estaduais, sustentadas com parte do dinheiro proveniente da venda dos direitos de TV. Com isso, abriria mais datas para as competições nacionais e internacionais, desafogando o nosso calendário. Mas não será da noite para o dia, já que há contratos em vigor para cumprir, como por exemplo os do nosso estadual, além do Gaúcho e o Paulista, que só terminam em 2021.  No Rio de Janeiro, Globo e Federação local têm contrato até 2024. Já o acordo feito em separado com o Flamengo termina em 2019.
  • A direção da Globo não mencionou o nome de Mário Celso Petraglia em sua nota explicativa sobre o assunto, mas não desmentiu a sua afirmação sobre o fim dos estaduais. Disse apenas que é preciso haver mudanças no atual formato de competições nacionais,  e que vai discutir o assunto no momento oportuno com as entidades e demais atores envolvidos.
  • Uma idéia comentada nos bastidores seria diminuir aos poucos as competições regionais, no famoso “jeitinho” brasileiro. Uma data a menos em um ano, outra no seguinte,  até acabar de vez com este monstrengo, que ocupa um terço das datas disponíveis do atual calendário de competições do futebol brasileiro. Mas essa idéia esbarra nos interesses do grupo Globo, que não estaria disposto a assinar novos contratos.
  • A direção da CBF depende do voto das federações para manter o poder e o domínio sobre o futebol nacional. As pressões dos cartolas que comandam essas entidades, verdadeiros cabides de emprego, que só existem aqui no Brasil, certamente já estão vindo de todos os lados, a fim de que não se concretize qualquer tipo de mudança. Aqui nos nossos grotões banhados pelo Rio Doce, é comum ouvir alguém dizer que se “o capim é bom, a moita verdinha, a vaca não sai do lugar de jeito nenhum”. (Fecha o pano!)
  • Por Fernando Rocha – Diário do Aço – Ipatinga

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Comentários:
12
  • Marcão de Varginha disse:

    Se determinado clube literalmente fechasse suas portas para o futebol profissional por determinado espaço de tempo até diminuir sua dívida em patamares que poderia ser paga, o que aconteceria? No retorno ao futebol profissional, teria que recomeçar à partir de qual divisão?
    – Perguntei porque realmente não sei… e quem não sabe, pergunta!
    – #benecyeternomito

  • Jeremias disse:

    O pior de tudo é que vendem e a dívida só aumenta! Tem clubes em igual ou pior situação do que o Galo. Antes que o dinheiro da Copa do Brasil fosse bloqueado o Corinthians foi lá e sacou. E ai? Os bloqueadores do dinheiro do Curingão está igual o ataque do Galo, lento.

  • Pedro Vítor disse:

    Isso é maracutaia da diretoria incompetente que não sabe mexer com futebol

  • Horacio Duarte disse:

    É esta história de estádio acho que serve para tudo. Vendemos a metade do diamond e não tem estádio nenhum. Qual a receita que o shopping dá para o Galo? É tão pouca assim que não pode ser usada para pagamento da dívida? A dívida é com quem? Não tem como discriminar?
    Se for com banco não tem como pagar. Financiamento de carro em 3 anos, taxas mais baixas do mercado, acaba ficando pelo dobro, ou mais, do valor da compra. Dívidas de 500 600 milhões com juros que duplicam o valor em 3 anos, não é possível pagar. Não tem jeito, nenhuma atividade lícita, mesmo ilícita, paga isto na face da terra.

    • Vinicius disse:

      É exatamente isso que estou questionando. Concordo plenamente com você, é impagável se não for tomada uma providência. O próprio diretor do clube o Fabel diz que são juros de 50 milhões de reais ao ano.

  • Vinicius disse:

    Só quero uma explicação: Como o Glorioso Galo vai resolver uma dívida, que gera custos ,só de juros, da ordem de 50 milhões de reais por ano, sem desfazer de um patrimônio?

  • Julio Cesar disse:

    Sou do interior e curti muito futebol amador que ja foi “forte” em minha cidade natal, hoje nem tanto. Parece efeito cascata. O futebol profissional nos grandes clubes vai mal e o reflexo nas outras divisões é consequencia. Deveriam pensar o futebol de baixo pra cima. Fortalecer o futebol amador, os times profissionais do interior com competições que ocupem o ano inteiro com divisão de recursos, premiações robustas. Futebol vende muita pipoca, picolé, refrigerante, cerveja, churrasco, cachorro quente, roupa, acessorios, consome-se combustivel. E é oportunidade para muitos profissionais de diversas areas. Roupeiros, lavar e passar, conservação de estadio, medicoa, fisiologistas, nutricionistas. As federações que ganham muito dinheiro tem que pensar melhor e investir. Mas os ocupantes dos cargos e politicos é reflexo da cultura brasileira, do “estou aqui pra me arrumar”. A classe trabalhadora que esta vendo seus direitos irem pelo ralo e se reclamar serão taxados de comunistas (e presos, pela “filosofia” dos novos eleitos) vê os “os nobres” elevarem seus proprios salarios na bagatela de 16% e com o efeito cascata criado propositalmente. E fds o resto. Então, ou muda-se culturalmente ou fds mesmo. E mudança cultural leva gerações.

  • Carlos Henrique disse:

    Assisti o jogo o Santos perdeu,pega o Flamengo na proxima.
    eo Atletico o Parana.
    humildade, respeito.
    voces viram o Santos, perdeu para Chape.
    complicando o America.
    tem que ter respeito pelo Parana ,
    mas ganhar o jogo
    Quanto a venda dos 49% do shoping, sou favoravel.
    pois teremos um estadio
    com jogos e eventos
    se fosse conselheiro, e essaproposta chegasse
    votaria a favor
    se nao tivesse ,a cpnstruçao do estadio.
    ai seria contra, o estadio vai render dinheiro.

  • João Cavalieri disse:

    Detesto o tal do campeonato mineiro, semi profissional, que não serve pra nada. Por mim que acabe o quanto antes.

  • Gabriel Júnior disse:

    Não concordo com venda de patrimônio para pagar dívidas. Dívidas nunca acabam, o certo é fazer contenção de despesas, fomentar as divisões de bases, contratações pontuais, salários baixos e produzir receitas para abater as dívidas.

  • Guilherme Leôncio disse:

    Na verdade, o Galo é muito cobrado por suas dívidas e tem que ser mesmo; mas tem time ai do outro lado da lagoa que deve, nega e não paga como já foi dito aqui. A Copa do Brasil ou a Libertadores deveria ser disputada no 1º semestre, para não esvaziar o Brasileiro, quanto ao Mineiro, deve ser disputado entre os times do interior com patrocínio de pessoas de cada região, o campeão e o vice disputa um novo torneio com os da capital. Ninguém ouve falar é da limitação da corrupção no futebol, os torneios e campeonatos estão sendo decididos com muitos erros(?) de arbitragens e todos estão cansados de saber que muitos erros tem direção certa.

  • Dawson Moreira disse:

    Vender patrimonio que da retorno financeiro, no meu ponto de vista é prejuízo.
    Qual seria o valor mensal estimado que o Galo arrecadará após o término do contrato em vigor com o shopping? Este valor poderia ser canalizado para o abatimento das dívidas.