Blog do Chico Maia

Acompanhe o Chico

“O passado, alguém já escreveu, é o nosso maior tesouro. Às vezes, diz o que fazer. Às vezes, aponta o que evitar”

A coluna do Fernando Rocha, que circulará amanhã, no Diário do Aço, de Ipatinga:

* “No vermelho”

Estamos chegando ao fim de mais um ano em nossas vidas, – “o velho está morrendo”-, como costumamos dizer aqui nos nossos grotões.

No futebol, a temporada das competições nacionais e continentais terminou na última quarta-feira, com o título da Copa Sul Americana conquistado de forma inédita e dramática pelo Athletico (agora com h” no nome) do Paraná.

Terminamos no vermelho, pois perdemos o prato principal, que só é servido a cada quatro anos, que foi a  Copa do Mundo na Rússia e, no caso dos clubes, a participação de todos os nossos representantes na Copa Libertadores, a maior competição do continente, foi outro fracasso retumbante, restando assistir pela TV dois clubes argentinos decidir o título.

Ao Furacão toda a honra e toda glória, pois acaba a temporada em alta, escudo novo, camisas novas, com saldo positivo, primeiro clube paranaense a conquistar um título internacional, um salto em sua história de 94. “O título, aliado à estrutura do clube, poderá ser o marco para o Atlético-PR se tornar, definitivamente, um dos grandes do futebol brasileiro”. Tostão, em sua coluna na “Folha” antes da decisão.

Menosprezo e castigo

O Club Athletico Paranaense, a novissíma “Família Furacão”, em razão dessa conquista  da Sul Americana, comemora com toda razão o fato de já estar garantido na fase de grupos da Libertadores, em 2019.

Enquanto isso, seu agora quase xará, Clube Atlético Mineiro, cujo presidente Sérgio Sette Câmara desdenhou da disputa chamando-a de “segunda divisão” do continente, terá de ralar em dois mata-matas contra equipes de países vizinhos, para chegar ao mesmo patamar do Furacão, e dos outros representantes brasileiros, que se classificaram através do Brasileirão e Copa do Brasil.

Os participantes da “Sula” de fato são, em sua maioria, inferiores técnicamente aos da Libertadores, mas nada que justifique a declaração infeliz do presidente do Galo, que em maio deste ano, após ver o seu time eliminado em casa pelo San Lorenzo-ARG, acabou virando motivo de chacota, comparado à  Raposa na fábula das uvas, que passa às crianças e adultos umamensagem para que aprendam a respeitar e aceitar as suas limitações.

FIM DE PAPO

  • A CBF realizou o sorteio da primeira fase e deu o pontapé inicial na Copa do Brasil, que começa em 6 de fevereiro, com 80 clubes, prometendo repetir e até aumentar a premiação, que este ano destinou R$ 62 milhões ao campeão, que a torna recordista no continente superando até mesmo  a Libertadores. São cinco mineiros nesta primeira fase: América, Boa Esporte, Tupi, URT e Tombense. Onze clubes, entre eles Galo e Raposa, só entram nas oitavas de final.
  • Os confrontos dos times mineiros são estes: Santa Cruz-RN x Tupi-MG ; Foz do Iguaçu x Boa Esporte; URT-MG x Coritiba  São Raimundo-RR x América; Tombense-MG x Sport. Desde 2014, quando transferiu pela primeira vez seu jogo contra o Galo pelo estadual, para o Ipatingão,  existe uma boa relação entre a Administração Municipal local com a diretoria do Tombense. Por conta disso seria interessante uma tratativa com a direção do clube da Zona da Mata, visando a realização deste jogo com o Sport Recife no Ipatingão. Além do ganho financeiro, com a injeção de milhares de reais na nossa economia, haveria a divulgação da cidade a nível nacional, inserindo o estádio novamente no cenário principal do futebol brasileiro.
  • A Copa do Brasil, além de uma premiação milionária, oferece chances únicas de projeção a clubes e atletas das regiões mais remotas e distantes do país, sendo portanto  a mais democrática do nosso calendário esportivo. Começou em 1989 com o Grêmio ganhando o titulo. De lá para cá o Cruzeiro, com seis conquistas, tornou-se o maior vencedor. Algumas zebras do passado, como as conquistas do Criciúma (1991), Juventude(1999), Santo André(2004), Paulista (2005) e Sport(2008), são cada vez mais raras, devido ao aumento cada vez maior do abismo econômico a favor  dos clubes grandes em relação aos pequenos.
  • O Ipatinga, que já foi semi-finalista, em 2006, quando também se sagrou vice-campeão estadual, depois de ter conquistado o tíutulo em 2005 desbancando o Cruzeiro, em pleno Mineirão, vive hoje uma realidade bem diferente daqueles tempos áureos. O objetivo maior, em 2019, será voltar à 1ª Divisão mineira, um trabalho lento de soerguimento feito pela atual diretoria, que me parece o mais acertado. Pés no chão e um passo de cada vez, para não incorrer nos mesmos erros do passado, quando experimentou uma subida meteórica, mas em razão de erros  estratégicos teve também uma queda proporcional à altura alcançada. “O passado, alguém já escreveu, é o nosso maior tesouro. Às vezes, diz o que fazer. Às vezes, aponta o que evitar”. Carlos Chagas,  mineiro de Três Pontas, ex-comentarista político.  (1937-2017) (Fecha o pano!)

* Por Fernando Rocha – Diário do Aço – Ipatinga


Deixe um comentário para Silvio T Cancelar resposta

Comentários:
1
  • Silvio T disse:

    A base da grande arrancada do xará paranaense se deu nos anos noventa com a venda da dupla Oseas e Paulo Rink. O dinheirão arrecadado, ao invés de sumir como na maioria dos clubes, foi usado para iniciar e finalizar o primeiro estágio da Arena da Baixada. Sem nunca cometer loucuras financeiras, o Athetico mantém a política do devagar e sempre e agora colhe os frutos. A inteligência e capacidade de gestores de verdade faz a diferença. Na minha opinião, Bahia e Fortaleza tambem têm tudo pra mudar os eixos do futebol brasileiro. Estádios, torcida e presidentes que dão show de bola quando abrem a boca. E o galo emendando Nepomuceno com Sette Câmara..tem que rir pra não chorar.