O Tigre teve que enfiar a mão bolso para quitar as dívidas com a Federação para poder estreia na segunda divisão contra o Nacional de Muriaé
Está na coluna do sempre bem informado Fernando Rocha, que circula neste domingo no Diário do Aço, de Ipatinga:
* “Deu ruim”
O vice-presidente de futebol do Cruzeiro, Itair Machado, “causou” nas redes sociais, ao abordar a situação financeira do clube, numa entrevista ao canal pago “Fox Sports”. Ao seu estilo, sem meias palavras, Itair disse que o Cruzeiro não vai “loucuras”, o que significa não fazer novas contratações, pois “o atual elenco é bom e vai brigar por títulos”. E disse mais: “Todo dinheiro que entrar vai ser usado para pagar dívidas”.
- Na mesma toada, o presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara, ao falar no Uruguai com exclusividade ao repórter Roberto Abras, da “Super FM”, jogou um balde de água fria na animação da torcida que gostaria de ver Diego Tardelli de volta vestindo a camisa alvinegra. Segundo o dirigente atleticano, a prioridade é pagar dívidas, entre elas uma que se refere à contratação do próprio Tardelli, em 2012, na segunda passagem dele pelo clube.
- Aqui nos nossos grotões a gente costuma ouvir que “a corda sempre arrebenta do lado mais fraco”. Dura realidade vivida pela diretoria do Ipatinga esta semana, surpreendida com uma cobrança repentina feita pela Federação Mineira de Futebol, que exigiu o pagamento imediato da dívida total do clube relativa às taxas diversas, inclusive de arbitragens, que há anos se achava pendurada no prego amigo da entidade, sob pena de não poder disputar o Modulo II ou “segundona”, cuja estréia estava marcada para ontem à tarde no Ipatingão, contra o Nacional de Muriaé.
- O valor total da dívida do Tigre com a “madrasta” não foi divulgado oficialmente, mas segundo a coluna apurou através de fontes ligadas à diretoria do Tigre, seria algo em torno de R$ 700 mil, quase o orçamento total do clube para a disputa deste Modulo II, no momento em que sua diretoria luta com grandes dificuldades, para conseguir reerguer a instituição no cenário do futebol estadual e nacional.
- As negociações teriam transcorrido em clima bastante tenso e sem acordo com a FMF, não teria restado outra alternativa à diretoria do Tigre, senão pagar cerca de R$650 mil à vista aos cofres da entidade, possibilitando assim sua estréia no chamado Modulo II, que na prática é a 2ª Divisão que dá acesso à elite do futebol estadual. O que causou estranheza e até uma certa indignação em alguns membros da diretoria quadricolor ouvidos pela coluna, foi segundo eles o fato da cobrança ter sido direcionada somente ao Ipatinga, enquanto outros clubes na mesma situação não foram tratados com o mesmo rigor pela entidade.
- Nenhum dirigente do Tigre quis comentar o assunto, mas há um entendimento óbvio nos bastidores, de que o objetivo da diretoria da Federação Mineira com esta cobrança repentina ao Tigre, teria sido atirar na porca para acertar o leitão, ou seja, atingir por tabela o homem forte do futebol no Cruzeiro, o ex-presidente do Ipatinga, Itair Machado, que recentemente rompeu relações com a entidade, e vem atacando os membros da sua diretoria em órgãos de imprensa a nível estadual e nacional. Na briga do mar com o rochedo quem leva a pior é sempre o marisco
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A semana ficou marcada pelas estreias negativas de dois gigantes do futebol brasileiro, Atlético e São Paulo, fora de casa, na pré-Libertadores.
O Galo só empatou com o modesto Danúbio do Uruguai, enquanto o tricolor paulista fez ainda pior, ao sucumbir pelo placar de 2 x 0 para outro pequeno, Talleres, da Argentina, com um futebol de dar calo nas vistas.
Se o Galo na próxima terça, com o apoio da sua inflamada torcida, no Independência, vai poder jogar por empates sem gols ou por 1 a 1, para seguir adiante na Libertadores, o tricolor paulista terá de vencer por 3 a 0, ou repetir o placar de Buenos Aires, 2 a 0, mas a seu favor, e levar a decisão aos pênaltis.
Dura realidade
A verdade pura e simples é que começamos muito mal a disputa da maior competição do continente, enquanto para piorar ainda mais, vimos uma safra muito ruim dos nossos garotos da seleção sub-20, perdendo até para a Venezuela, praticamente dando adeus à disputa do Mundial da categoria pela segunda vez consecutiva.
Aliás, desde 2002 não ganhamos nada, uma Copa sequer, acumulando fracassos e vexames um atrás do outro, vide o 7 x 1 para os alemães dentro da nossa casa.
São muitos os questionamentos e explicações para essa “seca” de títulos e craques do nosso futebol, que a rigor só produziu nos últimos anos um, Neymar, cujo desempenho tem sido mais notado pelo que faz fora de campo do que dentro, onde apanha muito e produz pouco.
Mas existem muitas perguntas sem respostas: o que foi feito da nossa fábrica de craques? Que futebol horrível é este que estamos assistindo pelos diversos campeonatos disputados pelo país afora?
(Fecha o pano!)
* Por Fernando Rocha – Diário do Aço – Ipatinga
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