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Ainda bem que a CBF não conseguiu aprovar a ideia ridícula de garantir emprego de treinadores incompetentes

Primeira vez que discordo de uma posição do Dr. Lásaro Cândido da Cunha, vice-presidente do Atlético. Advogado brilhante, um dos mais importantes nomes do restrito grupo que ajudou Alexandre Kalil tirar o Galo do atoleiro e recolocá-lo na prateleira de cima do futebol Sul-Americano. A história do departamento jurídico atleticano é bem definida: antes e a partir do Lásaro.

Mas essa de apoiar a ideia da CBF (o Atlético foi o único a apoiar) de restringir a apenas uma troca de treinador durante do Brasileiro foi uma tremenda bola fora. Felizmente não passou. Ranço do estado brasileiro querer se meter a vida do cidadão e das empresas. Problema sério que o país vive com funcionários públicos com estabilidade. Mesmo sendo o sujeito o maior “nó cego”, pilantra, preguiçoso, se mantém no cargo e ainda debocha dos superiores. As raras demissões só depois de demorados e inacreditáveis processos administrativos.

Entendo que muitas trocas de treinadores são totalmente prejudiciais ao clube, mas isso é questão de competência ou incompetência da diretoria. O Atlético é o melhor exemplo recente do futebol brasileiro. Daniel Nepomuceno errou ao não manter Levir Culpi e as sucessivas contratações e demissões comprometeram a gestão dele no Atlético. Contratou bons jogadores, mas sem comandantes bons de serviço, não deram certo. Eram amontoados, caros, comandados por técnicos fracos.

Imaginem se essa proposta da CBF, apoiada pelo Dr. Lásaro, estivesse em vigor na época? Como suportar a permanência de um Rogério Micale no cargo de treinador? Até cair para a segunda divisão?

Um clube, assim como qualquer empresa precisa ter o direito de contratar e demitir na hora que bem entender. Se erra na contratação que aguente as consequências. Se erra novamente, incompetência de quem contrata. Que troque o comando, de treinador ou de presidente ou do diretor que contratou. E fim de papo.

Pelo que li no diálogo do Dr. Lásaro com seguidores dele no twitter entendi que ele mesmo se arrependeu do apoio à ideia esdrúxula da CBF, mas não deu o braço a torcer.

Veja as twittadas dele e de dois atleticanos que apresentaram argumentos bem melhores que os dele:

Lásaro Cândido‏ @lasaroccunha

  • Em a relação a proposta que limitava a demissão de técnicos na competição (discutida ontem no Conselho Técnico do campeonato BR), votou o ATLÉTICO p sua aprovação com algumas ressalvas e ajustes -caso de pedido de demissão do próprio técnico, doença ou demissão por justa causa
  • Lásaro Cândido‏ @lasaroccunha
  • Considerou o ATLÉTICO q trocas de técnicos durante a competição não melhoram o futebol – há que se romper essa “cultura” de mudança de técnico como “solução” p o desempenho dos clubes…

Lásaro Cândido‏ @lasaroccunha

Entretanto, a proposta do Flamengo (aprovada pelos clubes com voto contrário do ATLÉTICO – que dá liberdade total aos clubes p mudanças de técnico sem qq regra), não contribui p evolução do futebol praticado no país…

Raphael Barbosa‏ @fael8880

Em resposta @lasaroccunha

Essas ideias são ótimas, mas vão totalmente contra o que essa e as duas gestões anteriores fizeram.

Danilo Silveira‏ @Coragi

Em resposta a @lasaroccunha

Mas Dr, não precisa de lei pra isso. Precisa de pulso. Roger/Micale/Oswaldo e Oswaldo/Larghi/Levir nos últimos dois anos. A CBF não tem nada com isso. É só incompetência e falta de planejamento do #Galo.


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Comentários:
8
  • César disse:

    Chico o que será que esta acontecendo com os Atleticanos. Você faz um elogio a uma pessoa aqui do Galo, e já vem todo mundo descer a lenha no sujeito. Será que eles conhecem alguém alem do Kalil que pudesse mudar radicalmente a vida do galo. Do Kalil para cá a vida do galo melhorou. Ele é muito bom mas não trabalhou sozinho, constituiu uma boa equipe de trabalho, e nessa equipe estavam o Dr. Lázaro e a atual presidente. Mas para a maioria eles são como dizia o Contijo os péssimos do péssimos. Será que tem tanta gente melhor que eles no conselho para essa quantidade de paulada que esses caras levam. Eu na minha opinião temos um grande presidente. O presidente contrata todo mundo apoia depois o cara não rende a crítica vem pesada em cima só da Diretoria, e vem muitas vezes de quem apoiou. Quando estava vindo o Leandrinho não vi nenhuma crítica só apoio, mas hoje. Quando apareceu a noticia da possibilidade de contratação do Natan no começo do ano passado todo mundo queria, era só elogio. Nossa Diretoria é no mínimo dez vezes mais responsável que o do nosso maior rival. E com essa cornetagem toda eles ainda acham que é imprensa que é contra o Galo.

  • Marcelo Luciano da Costa Santos disse:

    Discordo de você! Essa ciranda da troca de técnicos tem que acabar. O que acontece no Brasil não beira, ultrapassa o ridículo e os limites do bom senso. Penso que o certo seria o clube ter o direito de demitir, mas só contratar na virada dos turnos.
    E outra coisa, esse Lázaro Cândido é doutor em quê?
    Nada nas regras de redação de jornal, revista, site e de cerimonial justifica hoje chamar alguém de doutor porque ele é medico ou advogado. Se alguém é doutor em algo o correto é falar advogado Fulano de Tal, doutor em direito isso ou aquilo, etc….

  • Horacio Duarte disse:

    Caro Chico, o problema não é poder mandar embora o Micale, é contratar o Micale, não é o Oswaldo ir embora depois de encher o time de contratações é ter contratado o Oswaldo. O problema é contratar pelo nome. Cada um destes técnicos ter um estilo diferente, pedem jogadores que ficam quando eles saem e que não são aproveitados pelos que entram.

    Futebol não é um ajuntamento é preciso ter uma equipe, jogador não é peça como alguns acreditam. Crack é, na maioria das vezes, uma invenção da imprensa e que nunca ganha jogo. Já tivemos muitas fracassos desse tipo aqui no Galo com um única excessão, já era pra ter aprendido.

    Enquanto futebol continuar a ser gerido pela sorte e ‘bons dirigentes’ vai ser sempre assim. Se não profissionalizar o procedimento de incorporar a base e as contratações e mais a frente os técnicos vamos ficar em um cassino em que o clube sempre perde.

    Contratar e mandar técnicos embora é só parte do show das diretorias, primadonas que não entendem patavinas de futebol. Além do espetáculo dos técnicos tem ainda o show de aparecer ao lado do ‘crack’. A mais recente do circo de ‘dirigentes’ foi promover estas palhaçadas judiciais, contra a torcida, a razão de ser do futebol, como vimos a uma semana.

    Portanto Chico, o que eu acho errado não é só a CBF se envolver em questões internas dos clubes. O problema são os clubes não proporem absolutamente nada. Nossos dirigentes quase sempre são muito infantis. Mal podemos dizer que defendem os próprios clubes.

  • Joao disse:

    Mudando de assunto: Roberto Abras diz ao Papagaio que é verdao de coração. Que Fase!!!!

  • Silvio T disse:

    Chico, você como profissional da área óbvio que tem uma quantidade de informações que nós, os corneteiros, não temos. Mas, com o que acompanho como torcedor, não gosto desse Lásaro. A começar pela grafia errada do nome…rs. Dois exemplos bem recentes. Você publicou aqui há pouco tempo uma longa entrevista dele. Uma das coisas que me chamou a atenção e comentei foi que ele, a exemplo de vários outros diretores e presidentes do galo, veio com aquele papo de que a vida financeira do clube estava toda certinha. Não levou dois ou três dias para o próprio Levir dizer numa entrevista, que viralizou, que os salários estavam atrasados. E nessa semana, por causa dessa casa de caboclo que Conmebol e cbf estão tentando armar para o Atlético na Libertadores, ele dá de novo mostras de pouca inteligência. Deitou falação, igual a um torcedor de botequim, em cima da Conmebol e do Defensor. Ou seja, encheu o time uruguaio de brios para a partida de volta e caçou confusão justamente com a entidade que tem todo o poder da competição nas mãos! Lembremos que um dos grandes trunfos do galo na conquista de 2013 foi justamente o trabalho de relações públicas do Kalil com a confederação sul americana. Não gosto nem de pensar o que teria acontecido naquele ano se nos jogos das oitavas de final contra o São Paulo o juiz fosse brasileiro. Então, como diria aquele personagem do Miguel Falabella: cala a boca, Lásaro!!

  • Igor Mendes disse:

    Também não entendi essa postura da diretoria atleticana. Justamente o Galo que em 1 ano teve 3 técnicos diferentes.

  • Alexandre (de Curitiba) disse:

    Bom dia, Chico!
    Vejo a questão por uma ótica diferente. Se por um lado a CBF pode “garantir” a permanência de técnicos incompetentes, por outro poderá forçar os clubes a fazerem melhores contratações, ou melhor dizendo, contratações responsáveis e se comprometerem com os planejamentos dos seus treinadores. A tese de que qualquer empresa tem o direito de contratar ou demitir quando bem quiser talvez não seja adequada a este caso. Basta lembrar que os próprios jogadores também são funcionários que podem ser contratados ou demitidos quando se bem entender, mas que ficam sujeitos a regras das competições que forem participar. O que fico pensando são naquelas situações em que um determinado técnico monta toda uma equipe, com peças indicadas por ele, pensando num esquema de jogo pensado por ele, e durante um mesmo campeonato vai para uma equipe adversaria levando consigo todas as informações, inclusive fisiológicas e médicas, dos jogadores agora adversários. Lembra do Geninho?
    Por sua vez os dirigentes, sabendo que podem promover essas trocas a vontade, também não parecem se importar muito e usam dessa tática toda vez que precisam “criar um fato novo”, muitas vezes para encobrir suas próprias ineficiências, como contratações de jogadores equivocadas, do próprio técnico equivocada, má gestão do patrimônio do clube, etc.
    E os jogadores? Todos sabem que quando um grupo de jogadores quer eles conseguem derrubar um técnico, pois sabem que técnicos podem ir e vir facilmente, quantas vezes forem necessárias ao longo do ano. Quantas vezes vemos situações de times que perdiam partidas seguidamente e bastou a troca de comando para o time, milagrosamente nas mãos competentes do novo treinador (competentes só por um tempo, vamos considerar), para que o time passasse a ganhar partidas umas atrás das outras? Claro, evidente, que existem situações e situações. Por exemplo, naquelas situações onde um técnico novo chega para arrumar a bagunça do técnico anterior. O América-MG parece especialista nesse tipo de situação. Mas então, porque não contratar o bendito técnico no início da temporada? Principalmente quando a situação é recorrente com o mesmo técnico e clube?