Todo dia do calendário é de alguém ou de alguma instituição. Nos municípios, nos estados, nos países e no mundo, dependendo do alcance, da importância do tema ou o focalizado. Recebo muitos cumprimentos no dia do jornalista, do radialista, do repórter, do advogado (mesmo não exercendo) e até de coisas que não vejo razão de ser, por se tratar de demagogia política e “puxação” injustificada de saco, até oficializadas por algum vereador, deputado, senador, prefeito, governador e presidente da República.
Essa vulgarização de “dia disso, dia daquilo” sempre me fez questionar a razão de ser dessas “homenagens”. Pois, confesso que só aprendi separar demagogias e perfumarias de alguns anos pra cá. Mais precisamente dentro de um ônibus, em um dos 200 Km que separam Algeciras a Sevilha (Espanha/Estreito de Gibraltar) no fim de dezembro de 2013. Chorando, revoltado com o massacre cometido com os negros africanos transformados em escravos mundo afora. Portugal foi o principal protagonista dessa covardia. Eu estava terminando de ler 1889, livro derradeiro da fantástica trilogia do jornalista Laurentino Gomes (1808, 1822), obra obrigatória para quem quer entender o Brasil e um pouco da humanidade. A partir daí passei a compreender o porquê do Dia de Zumbi dos Palmares, Dia da Abolição e todas as demais datas celebrativas e comemorativas, relevantes. É pra lembrar, levantar discussões, debates e fazer com que entendamos a razão de ser de incontáveis coisas e situações.
Neste contexto, entendo que o Dia “comemorativo” às mulheres é dos mais importantes deles. Hoje, por exemplo, no dia delas, lendo e ouvindo gente brilhante fiquei chocado o que escreveu o gaúcho (a quem recomendo, novamente) Gustavo Fogaça Guffo @pitacodoguffo: “No Brasil, a cada DOIS SEGUNDOS, uma mulher é vítima de agressão Isso dá TRINTA mulheres agredidas por minuto 1800 agressões por hora”.
E, por consequência, o que disse a Cris Guerra, na BandNews FM Belo Horizonte: “A população do Equador é de 16 milhões de habitantes; mesma quantidade de mulheres agredidas anualmente no Brasil”, cujo link sugiro demais: Rádio BandNews BH – Inspiração – 08/03/19 – Por que devemos todos ser feministas.
A foto que ilustra este post mostra a minha queridíssima irmã, Dirce, e minha mãe, Terezinha, guerreiras, fantásticas, assim como a minha outra queridíssima irmã Edilse, que neste momento está na África do Sul, com o filho André, nora e netos. Por intermédio delas e das minhas sobrinhas Cristiane, Bruna e Vanessa e sobrinhas/netas Alice, Sara e a Maria Eduarda que vem aí (uma gaúcha na família para a satisfação do meu saudosíssimo pai, Vicente, que gostava mais de Getúlio do que de JK), a minha homenagem e solidariedade a todas as mulheres do Brasil e do mundo nessa luta eterna.
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