Leio o jornalista belorizontino Victor Martins que resume bem o que escrevo neste post: “Eis que surge uma dúvida. Alguém tem coragem de pagar isso tudo?
Uma TV francesa transmitiria os 3 a 0 do Brasil sobre a Bolívia no primeiro jogo da Copa América. Em horário francês, 2h30 da matina, e claro, não fiquei acordado pra assistir. Vi os melhores momentos, e ficou a impressão de que foi uma coisa horrorosa.
Numa passeada pela imprensa brasileira, por meio do twitter, a confirmação que a cartolagem brasileira e Sul-americana não estão nem aí para promoverem mudanças radicais, para que o nosso futebol evolua, dentro e fora de campo. Eles sabem o que deve e o que não deve ser feito, mas não o fazem, por uma razão simples: não é do interesse pessoal deles. Com estádios vazios ou não, os rios de dinheiro que envolvem o futebol vão continuar correndo, pois sempre há patrocinadores interessados em bancar. E torcedores dispostos a pagar para assistir peladas como este Brasil x Bolívia. Não são tantos, mas o suficiente para gerar rendas como essa do Morumbi. E afinal de contas, o dinheiro que entra das bilheterias equivale a “troco”, pois quem banca o grosso da grana que agrada a todos, vem das redes de televisão e dos patrocinadores dos eventos. Como se sabe, o futebol, no mundo todo, proporciona um dos maiores índices de audiência da TV, que agora tem como concorrentes, streamings, youtube, facebook, DAZN, etecetera, e todo mundo botando dinheiro na parada.
Antes do jogo li em vários portais fortes do Brasil que o público no Morumbi chegaria perto de 70 mil pessoas, que já havia 60 mil vendidos. Pensei: será? A bola rola e vêm os números oficiais: público pagante: 46.342. Presentes: 47.260.
Uai, quem mentiu? A quem interessava forçar a barra com estes números para jogar a abertura da Copa América para cima? O espetáculo não pode parar, não é? Nem que seja “maquiado”. Porque mesmo com este público pequeno para o tamanho do Morumbi e jogo da seleção a renda foi de R$ 22.476,630. Sim, mais de vinte e dois milhões de reais, porque mesmo porque o preço médio do ingresso era de R$ 485.
Como diz o ditado “Enquanto existir cavalo São Jorge não anda à pé”. E vida que segue!
Li comentários e informaçãoes muito interessantes de bons jornalistas de diversas partes do país, que gosto de seguir. Como o catarinense Renan Koerich, que escreveu:
@renankoerich “Que ambiente estranho esse do Morumbi…
A impressão é que Brasil e Bolívia jogam com portões fechados. Da ate para escutar o árbitro conversando com os jogadores.
O paulista Alexandre Lozetti @Ale_Lozetti: “Eu ia falar do público de hoje, de como não tinham a menor relação com o jogo, a Seleção, o ambiente, o esporte, com nada. Mas, velho, o ingresso médio de R$ 485 fala por si só. Num país como esse.”
O André Rizek, do Sportv @andrizek: “Perdeu-se uma baita chance de colocar ingressos populares no Beira Rio, domingo, e hoje, no Morumbi. De lotar os dois estádios. Trazer o torcedor para perto da Seleção, fazer essa Copa América começar com algum clima de futebol. Preferiram isso aí. Surpresa é ter alguém surpreso.”
O montesclarense Christiano Jilvan, do blog “De Veneta” @chrisjilvan: “Pararam o Brasileiro por causa da Copa América e aí pegam os jogos como a estreia da Argentina e colocam só na TV a cabo???
Pelo que vi, infelizmente, a Bolívia teria cartucho (molhado) para uma Série D brasileira, Módulo II Mineiro…”
O Gilbert Campos, da 98FM escreveu @GilbertFutebol: “Que primeiro tempo terrível, terrível de Brasil x Bolívia! Jesus toma conta!!! 0x0 justíssimo!”.
E assim caminha e vai continuar caminhando o futebol da América do Sul.
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