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A roupa suja do Cruzeiro em público; a estreia do Wilson, 35 anos, buscado no Coritiba e o América trazendo mais gente de fora

No futebol quando as coisas correm bem dentro de campo nenhum problema interno do clube aparece. Porém, quando os bons resultados não aparecem, tudo pode acontecer. Ontem Zezé Perrela, presidente do Conselho Deliberativo  desceu a lenha no presidente executivo Wagner Pires de Sá, pesado. Caso o time tivesse passado pelo Inter isso não teria ocorrido.

O Atlético que já teve fama por revelar grandes jogadores em sua base, inclusive goleiros, busca o veterano Wilson, ao invés de apostar no que tem em casa. O futebol mineiro continua com o ridículo argumento de que há “risco de se queimar” uma promessa. Conversa fiada. Tem que lançar, dar oportunidade. Quem joga, e não tem pressão que atrapalhe. Quem não joga, treme e que vá procurar outra freguesia. Para ficar em um único exemplo de goleiro jovem prata da casa que se deu bem na primeira grande aposta nele: Taffarel, titular do Internacional aos 20 anos, na seleção brasileira aos 22.

Aí me lembro do América que ontem e anteontem anunciou mais duas contratações: de um uruguaio (Juan Boselli, 19 anos, meia-atacante por empréstimo, do Athletico-PR) e um paulista (zagueiro Lucas Kal, 23 anos, adquirido por empréstimo do São Paulo). Um clube tão famoso por revelar tantos grandes jogadores, abandona as suas origens e uma das principais fontes de renda, para se prestar a vitrine de terceiros.

Estes temas são abordados também pelo Fernando Rocha, na coluna dele no Diário do Aço, de Ipatinga, neste domingo:

* “Tudo errado”

A novidade do Atlético no Rio de Janeiro contra o Botafogo é a estréia do goleiro Wilson, 35 anos,  até então reserva do “excelente” Muralha, no Coritiba, que disputa a Série B nacional. Impressionante a falta de planejamento do departamento de futebol do Galo, pois não é de hoje que se sabe das lesões de quatro dos seus cinco goleiros que compõem o grupo profissional, mas deixou para última hora a contratação do substituto, que será titular hoje sem ritmo ideal de jogo, além de não saber direito o nome dos colegas de time.

  • O boa praça Jair Pereira, ex-jogador e  ex-treinador campeão no Cruzeiro e em vários outros grandes clubes nos anos 90, costuma dizer que no futebol “a estratégia certa é a que dá certo”. Rogério Ceni traçou a sua e deu ruim, mas se tivesse acontecido o contrário seria chamado de “gênio”. Outro ex-técnico, o saudoso Otto Glória, também tinha sua definição para os altos e baixos da profissão de treinador de futebol: “Se ganha é bestial, se perde é uma besta”, dizia.

*Ainda sobre o impacto da derrota de goleada e a eliminação na Copa do Brasil para o Internacional, o Cruzeiro terá que se reinventar para vencer hoje o Gremio, que também foi derrotado e eliminado na mesma competição pelo Atlético-PR.

O que mais chama atenção no Cruzeiro são os desencontros de opiniões do recém-chegado técnico, Rogério Ceni, com alguns jogadores experientes e líderes do time, sobretudo Thiago Neves, que o criticou publicamente pelo “excesso de mudanças feitas à última hora na equipe”.

Ainda mais estranho foi o que disse o treinador sobre o motivo de ter barrado o lateral Edílson, atribuindo sua decisão a uma entrevista do jogador para um site esportivo, na qual se dizia “sem ritmo” ou ainda “sem condições” para atuar.

Roupa suja

Em primeiro lugar, roupa suja se lava em casa, portanto, Thiago Neves errou ao expor publicamente,  o que só deveria ocorrer no ambiente interno do grupo.

Por outro lado, não há explicação lógica na atitude do técnico, que nunca poderia optar por este ou aquele jogador, com base em uma entrevista do mesmo, sem antes ter tido uma conversa pessoal com o atleta, para saber de suas reais condições físicas e técnicas.

Enfim, tem muita coisa para mudar no Cruzeiro, sobretudo visando a próxima temporada, a começar pela necessidade de uma reformulação do elenco, que está bastante envelhecido e corrompido internamente, carecendo de tomadas de decisões mais duras no âmbito administrativo.

FIM DE PAPO 

  • A verdade é que o time do Cruzeiro esteve bem pior do que aquele dos últimos jogos na era Mano Menezes. Mas acho que há muita precipitação ao se atribuir somente ao Rogério Ceni, a culpa pelo fracasso diante do Inter, pelo fato de ter exagerado em improvisações e mexidas na equipe. O trabalho de Ceni está apenas começando, por isso mesmo chama-lo de “Professor pardal” ou compará-lo a Adilson Batista é pura maldade.
  • Ronaldinho Gaúcho foi cabo eleitoral do atual governo na última eleição. Nada que não mereça, por tudo que fez no futebol, foi nomeado nosso “Embaixador Mundial do Turismo”. Mas, Ronaldinho está com o passaporte aprendido pelo STF, até que pague uma multa por crimes ambientais cometidos em Porto Alegre, algo tem torno de R$ 8,5 milhões, café pequeno para quem é milionário como ele. Por isso, não pode sair do Brasil, não pode viajar, assim como Marco Polo, Ricardo Teixeira e outros ex-presidentes da CBF, acusados de corrupção e, que se saírem do país correm risco de serem presos. Certo é que por outro motivo não menos relevante, Ronaldinho Gaúcho, o nosso “Embaixador do Turismo”, também não pode viajar ao exterior, um retrato fidedigno do nosso país atual, em tempo de comemorações da chamada Independência. (Fecha o pano!)

Por Fernando Rocha – Diário do Aço – Ipatinga


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