Mônica Bergamo deu nota na coluna dela na Folha de S. Paulo, sobre o livro
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Se tem uma coisa que me deixa indignado é o poder descomunal que as grandes mineradoras têm em países subdesenvolvidos, como o Brasil. Fazem o que querem, mandam e desmandam, controlam os poderes, fazem e driblam leis, matam gente, a natureza, acabam com comunidades inteiras e o diabo a quatro. Impunemente!
Semanas atrás a Polícia Federal indiciou alguns responsáveis pela matança de Brumadinho. Piabas, lambaris, um ou outro surubim. Nenhum graúdo, nenhum presidente ou diretor grande, nem da Vale, nem da Samarco, que foram destituídos pouco tempo depois dos crimes, sumiram da mídia e hoje ninguém se lembra mais deles. Impunes!
Alias, quase ninguém, já que alguns jornalistas e alguns veículos de imprensa não os deixam sumir. São os casos do Lucas Ragazzi e Murilo Rocha, dois dos melhores representantes da nova safra de grandes profissionais da mídia brasileira. Tive a honra de trabalhar no mesmo jornal que eles, O Tempo. Atualmente o Murilo é o editor-executivo do jornal, o Lucas agora é da Rede Globo. Eles se juntaram para escrever “Foi Crime”, que conta muito da podridão por trás de covardias contra a humanidade, como essa ocorrida dia 25 de janeiro deste ano em Brumadinho. A competência deles poderá ser conferida a partir do próximo dia 23, quando lançarão a obra, às 19 horas, no auditório da Assembleia Legislativa.
Mais detalhes sobre o livro e sobre os autores:
* “A Vale sabia dos riscos elevados de ruptura da barragem da mina Córrego do Feijão pelo menos desde o segundo semestre de 2017 e podia ter evitado a maior tragédia socioambiental da história do país, com a morte de 270 pessoas e danos à bacia do rio Paraopeba. A afirmação dos jornalistas Lucas Ragazzi (Globo Minas) e Murilo Rocha (O TEMPO) está documentada em relatórios internos da mineradora, trocas de e-mails de auditores externos e depoimentos de funcionários, reunidos no livro-reportagem “Brumadinho: a engenharia de um crime”, o primeiro sobre o desastre ocorrido em 25 de janeiro de 2019. Baseada nas investigações da Polícia Federal, a obra, com previsão de lançamento para o mês de outubro pela editora mineira Letramento, traz informações ainda inéditas sobre os bastidores da investigação e o cotidiano no complexo minerário. O jornalista André Trigueiro (GloboNews), premiado por seu trabalho na área do desenvolvimento sustentável, é quem assina a orelha da publicação. “Em se tratando da Vale, a escandalosa reincidência pós-Mariana torna o assunto indigesto para a empresa, para o lobby da mineração, e para os políticos que banalizaram os riscos em troca de favores”, escreve.”
Podcast apresenta o livro ‘Brumadinho: A Engenharia de Um Crime’
Obra dos jornalistas Lucas Ragazzi e Murilo Rocha vai ser lançada em outubro e apresenta evidências de que a Vale sabia dos riscos envolvendo a barragem
Por FÁBIO CORRÊA E JESSICA ALMEIDA
Vai ser lançado no dia 23 de outubro o livro-reportagem “Brumadinho: A Engenharia de um Crime”. A obra reconstrói a maior tragédia socioambiental do país, trazendo pontos de vista pessoais dos envolvidos com o desastre, e também percorre relatórios internos da mineradora, trocas de e-mails de auditores externos e traz depoimentos de funcionários. As evidências mostram que a mineradora Vale sabia dos riscos elevados da barragem da mina de Córrego do Feijão, que se rompeu em 25 de janeiro de 2019, deixando 270 mortos e um dano ambiental ainda incalculável.
Escrita pelos jornalistas Lucas Ragazzi, repórter do Núcleo de Jornalismo Investigativo da Globo Minas e ex-integrante da editoria de política de O Tempo, e Murilo Rocha, editor-executivo do jornal, a obra teve colaboração dos delegados da Polícia Federal Cristiano Campidelli, Luiz Augusto Pessoa Nogueira, Rodrigo Teixeira e Roger Lima de Moura. Em primeira mão no Tempo Hábil, eles falam do processo de escritura do livro e do que ele acrescenta ao debate. Ouça!
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