Márcio Amorim disse:

Boa noite, Chico, amigos e, principalmente, o grande incentivador atleticano Marcão de Varginha!
Muitas vezes, sinto-me sem estímulo para falar do meu América e despareço. Quando vem um atleticano lúcido e esportista de verdade e nos dá esta força, sou obrigado a voltar.

Confesso, quase envergonhado, mas coberto de razão, que, como todos, independentemente da cor da sua camisa, considerava o América carta fora do baralho. Muitos, como eu, achavam que a luta seria contra a ida para a Série C e ainda vislumbravam dificuldades até para isto.

Todos se perguntavam como seria possível uma tragédia desta, considerando o nível ridículo da Série B. Ao perder para o fraquíssimo Figueirense pelo placar de 4 x 0, dentro do Independência, a impressão geral era a de que compúnhamos o grupo que fazia a Série B tão ridícula.

Como era possível ostentar uma lanterna e a Zona do rebaixamento? O América da prateleira de cima da Série B, que sempre se colocou ao lado de equipes fortes e tradicionais como Sport, Vitória, Coritiba, entre outros, havia virado chacota.

Algo tinha de ser feito. Trocaram o técnico, e o marasmo continuou. A ZR4 insistia em nos perseguir. Como se não bastasse, passamos a carregar a lanterna. Que sina! Nunca perdi a esperança, não deixei de comparecer, mas a minha consciência me obrigou a nunca vaiar. Vamos com fé, sem esperança mesmo. Fugi do Blog, para não me sentir tentado a criticar tantos pernas-de-pau como vinha fazendo e citando-os cansativamente.

Veio o milagre com algumas invenções do “Tigrão”, que estão aí, calando a boca de todos. Não apareceu nenhum craque, e ainda perdemos o Caveirão para o poder econômico do Fortaleza. Quando tudo parecia perdido, sai um beque da cartola e um cabeça-de-área à altura do Zé Ricardo, estes últimos da base.

Matheusinhos, vindo de contusão séria, jogando com medo, começou a ressuscitar. A despeito da invencionice do treinador de insistir com um medíocre lateral no ataque, (atenção para o fato de que não cito mais nomes dos que considero fracos), iniciou-se uma reação fantasmagórica. Saiu do poço da vergonha para a esperança, com quase os mesmos jogadores.

Creio ter sido fruto de maus posicionamentos corrigidos e de uma ocupação maior do espaço atrás. Deixamos de tomar gols ridículos e a fazer pelos menos um em cada jogo. Saldo negativo foi virando positivo de grão em grão. Foram 12 jogos sem perder. Melhor: 8 vitorias. Ganhando de concorrentes, inclusive fora de casa.

Passamos da chacota ao respeito. O “poderoso”, pasmem, veio aqui e saiu satisfeito de não ter levado goleada. Fora das quatro linhas, tudo como dantes. Aceitamos árbitros do Paraná no jogo contra o Figueirense, com o Coritiba e o Paraná na briga. O juiz não se preocupou com isto e não deu um pênalti claro, quando o jogo estava 0 x 0. No jogo contra o Coritiba, outro, nas mesmas circunstâncias. A passividade, a mediocridade e a incompetência continuam grassando fora das quatro linhas. Ninguém levanta a voz; ninguém dá um murro na mesa na CBF.

Enfim, vamos de sobressalto em sobressalto, ponto a ponto, jogo a jogo, assustando adversários, vencendo jogos impossíveis. De desacreditados a favoritos a uma vaga.
E viva meu Coelhão! Haveremos de estar lá!
Grande abraço a todos!