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Quando tudo muda de uma hora para outra

Estou de férias e semana passada estava em Aracaju, uma ótima cidade, que recomendo 100%. Só na quinta-feira, quando o presidente Bolsonaro apareceu de máscara na TV, e a Conmebol anunciou o adiamento dos jogos da Libertadores, as pessoas lá começaram a falar sobre “coronavirus”.

Sexta-feira o Eugênio Sávio ligou pra informar que foi obrigado a adiar o 10º Festival de Fotografia de Tiradentes, que seria desta quarta a domingo. Duas semanas atrás decidi que não vou mais cobrir os Jogos Olímpicos de Tóquio. A Federação Mineira de Futebol soltou nota oficial informando que, “Devido ao coronavírus, o Campeonato Mineiro está suspenso por prazo indeterminado”. CBF, clubes, TV e patrocinadores iniciam discussões sobre como será o Brasileiro 2020.

A TAP cancelou mil voos mundo afora. Ontem morreu Francisco García, treinador da base do Atlético Portada Alta, da região de Málaga, na Espanha, de apenas 21 anos de idade, em função do vírus.

Escolas públicas e privadas cancelam aulas. Quem pode trabalhar em casa está sendo orientado pelas chefias a não se deslocar para o local onde trabalha. É a pandemia influenciando diretamente na vida de todos nós. Coincidentemente estou lendo o primeiro volume de Escravidão, a ótima nova obra do Laurentino Gomes, em que ele descreve como milhões de pessoas morriam ao longo dos séculos, em decorrência de vírus e bactérias. Demoravam chegar a determinados lugares, mas a devastação era avassaladora já que a ciência ainda não dominava a prevenção e vacinas. Hoje é tudo mais rápido, inclusive a comunicação e a cura, com muito menos mortes, graças aos cientistas das áreas biológica e tecnológica. Mas ainda tem gente que questiona a Ciência. E ainda há quem diga que isso é coisa de Deus ou do Capeta.

Os clubes do interior estão apavorados com a possibilidade, agora real, de terem de pagar mais uma, duas, três ou até mais folhas de pagamento, totalmente fora dos seus planos. Os do Módulo II (Viva meu Democrata Jacaré!) preferem jogar com portões fechados a ter a competição paralisada. O prejuízo seria menor e vão propor isso à Federação.

A propósito, fico imaginando qual ramo de atividade está tendo os maiores prejuízos financeiros. De cara me lembro dos agentes de viagens, companhias  aéreas, hotéis, enfim, a cadeia do Turismo.

Mas, a vida é assim!

No início do ano fiz reflexões como essas quando estourou a notícia da cerveja Belorizontina. Daí a pouco sobre outros rótulos da Backer, excelente cervejaria, que conheço desde os primórdios, inclusive os donos. E crescia a olhos vistos. Cinco anos atrás fiquei numa felicidade danada quando cheguei no “A Baiúca”, lá em Diamantina, e vi uma chopeira de dois bicos, soltando duas categorias da Backer, geladíssimas. Era o que faltava ao bar dos amigos Braga e Emilio, os donos d’A Baiúca. Ficou perfeito.

De repente, a nossa artesanal que mais crescia, vivia um inferno, cujas conseqüências até agora ninguém sabe no que vai dar. Infelizmente todo o setor das artesanais acaba sentindo os efeitos dos danos da Backer. Eu que sou um aficcionado e conhecedor de grande parte dos produtores, continuo fiel consumidor, defensor e incentivador, com destaque especial para a Falke Bier, do meu amigo desde o século passado, dos tempos do Colégio Roma, Marco Antônio Falcone, um dos papas do assunto na América do Sul.

Vida que segue. Não será a primeira nem a última grande crise em Minas, no Brasil e no mundo. Espero que daqui alguns dias tudo volte ao normal e que todos estejamos bem, sãos, salvos e com o nosso suado dinheirinho no bolso.


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Comentários:
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  • Horacio disse:

    Pois é seu Chico, na minha idade já passei por muitas situações difíceis, muitas, mas muitas crises mesmo. Mas estou preocupado, a impressão é que quem deveria tomar o comando nem tem ideia do que está ocorrendo e muito menos do que fazer. Nunca tive esta sensação de desorientação.

  • Pedro Vítor disse:

    Eu fico impressionado com esse problema que atingiu a Backer!

    Agora esse corona vírus é um problema mundial, como que o Carnaval ninguém levantou essa bola, e mercado que iria aquecer pós carnaval como sempre no Brasil, esta de mal a pior.

    Ate shows, estão fora de questão o mercado musical que já era difícil, agora completamente complicado, os bares vazios.

    Aonde vamos parar?