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A transparência e sinceridade dos técnicos estrangeiros que os brasileiros deveriam assimilar

Em 2018 Jorge Sampaoli visitou Pep Guardiola em Manchester, antes de amistoso na cidade contra a Itália, nos preparativos para a Copa da Rússia, e postou essa foto no twitter.

Depois da goleada do Lyon sobre o Manchester City e a eliminação do time inglês da Champions, um jornalista quicou a bola para Pep Guardiola reclamar da arbitragem, por causa do segundo gol dos franceses. O técnico catalão rechaçou, na lata, sem querer transferir responsabilidades: “Eu não quero falar sobre as circunstâncias, me parece reclamar ou procurar desculpas. Estamos foraFizemos algumas coisas boas no jogo, mas cometemos erros nas duas áreas, e é por isso que perdemos. Precisamos fazer melhor do que isso. É frustrante, mas agora é hora de descansar. Vamos continuar tentando, e um dia eu tenho certeza que vamos poder romper essa barreira”.

No clássico contra o América, na última partida da fase de classificação do Campeonato Mineiro, Jorge Sampaoli mexeu errado e o Atlético tomou sufoco do Coelho no segundo tempo. O treinador argentino, assumiu a culpa: “Queríamos dominar o meio de campo. É totalmente responsabilidade do treinador, que não conseguiu fazer a proposta funcionar. Com a entrada do Marquinhos a intenção era de dominar o meio de campo e o Nathan atuar falso 9, mas seguimos na mesma tônica. Temos que gerar coisas que inquietam o rival. Há que ter diferentes tipos de organização para a gente superar”.

Essa é uma enorme diferença de comportamento entre os treinadores estrangeiros e os brasileiros, que normalmente dão as desculpas mais esfarrapadas para justificar maus resultados e não raramente culpam as arbitragens pelos insucessos.

Concordo, também, que a imprensa verde e amarela tem uma paciência especial com os gringos, que não tem com os nossos, mas esta é uma questão de postura pessoal. Alguns técnicos brasileiros sabem se impor e têm os métodos respeitados, pelo menos enquanto os resultados em campo são satisfatórios. Se o respectivo time começa descer a ladeira, a imprensa desce o porrete, inclusive nos estrangeiros. Fim da lua de mel.

Ainda sobre treinadores estrangeiros, gostei do comentário do Renato César feito aqui no blog, sobre o Jorge Sampaoli: “Técnico de seleções que pisou no Brasil na época em que estrangeiros fizeram sucesso (campeão e vice), todo mundo vê com outros olhos. O problema de se ter grandes nomes no elenco é que eles podem fazer algumas bobagens que ninguém fala nada. Se um Thiago Larghi coloca o melhor lateral esquerdo do Brasil no banco e entra com um volante, é “professor pardal” e cai no intervalo do jogo. Se o Levir Culpi faz isto, é “velho gagá”. Mas foi o Sampaoli…

Pelo menos os resultados estão sendo favoráveis. Mas ele precisa manter uma base. E repensar a insistência com alguns jogadores…”


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Comentários:
18
  • Raws disse:

    É tanta irritação que adianto o comentário do jogo antes da postagem do jogo. Sampaoli é tão fera, que ele usa de uma psicologia futura.
    Ele deixou o Hyoran todo o tempo, para fazê-lo assistir o replay completo e aguçar o sujeito pela ruindade em todo o jogo.
    “Assista garoto, e perceba o que nunca deve mais fazer”

  • Victor Maia disse:

    Eu acho que o Galo deveria pedir grana pelo Guga, trocar por Vitinho e Pedro Rocha é temeroso. São jogadores caríssimos, flanelinhas e marcam 5 a 10 gols por ano, além de inchar o elenco. Péssimo custo/benefício.

  • Alisson Sol disse:

    O pessoal do Santos não quer nem ouvir falar no nome Sampaoli. Dizem que traz com ele uma dúzia de “aspones”. Eu acho que é um técnico bom, mas nada excepcional. Fracassou com a Argentina e teve atritos pessoais com os jogadores. Falha no principal para um técnico: gerenciar os enormes egos dos melhores jogadores. Estranho que o técnico do PSG, que está conseguindo isto, não recebe nenhum destaque, mesmo lá fora. Alguns técnicos, brasileiros ou estrangeiros, tem mesmo um bom “departamento de Marketing pessoal”. O técnico do Bayern Munich então: a maioria nem sabe quem é!

    Eu fico vendo o Flamengo: na minha opinião, excelente conjunto de jogadores fazendo pirraça para derrubar o técnico, mesmo sendo estrangeiro. E comparo com o Cruzeiro: o técnico está fazendo o impossível com um time de jogadores limitados, mas com vontade. O gol no último domingo foi de pelada infantil. Coisa horrível. Não há craque no time, e vai ter de ser daquele jeito: futebol de dar calo nas vistas! Mas dá ânimo ver a vontade dos jogadores.

  • Carlos Henrique disse:

    Segundo Neto, um jogador comun, que tinha uma qualidade imensa
    de saber bater na bola, seja em escanteios faltas e até lançamentos.
    Jorge Sampaioli é uma bicicletinha
    roda roda roda e nao vai ganhar o titulo.
    Nao sei por que esse cidadao tem tanta magoa do Galo
    mas o restante da imprensa fora de minas
    enaltece o treinador e seu trabalho no Galo
    Acredito que esse ano pode dar certo.
    sobretudo
    pelo treinador diiferenciado que temos.
    Marrony muito bom mas novo ainda
    tem que jogar tem bola.
    Sssha bom jogador mais experiencia vai revezar com Marrony
    quem ganha ´o Galo
    tomara que nao estejamos errados
    e o Sette Cmara pode ganhar seu primeiro titulo
    de expressao
    depois de tanta bobagem que fez

  • Walter P Gallo disse:

    Olá Chico!
    Só não concordo quando os árbitros são venais. Ai não! O que fizeram com o Galo em 2012, foi muito além de erros de arbitragens. Foi roubo mesmo. Foi a mando da Casa Bandida de Futebol,para agradar um “torcedor ilustre” da RGBT, que estava se aposentando (Marcelo Campos), mas os apitadores que se sujeitaram, são tão safados e da mesma laia. O pior isso caiu no esquecimento, assim como o caso da Portuguesa de São Paulo no descenso. Sds Alvinegras!

  • Renato César disse:

    Agradeço a citação, Chico!

    A diferença cultural realmente é gritante! Gostaria de ver um destes dois da foto comandando a seleção brasileira hoje. Será que teríamos futebol encantador de novo? Eu aposto que sim.

    Falando em apostas, como tem jogo do Galo hoje, a principal é: qual será a escalação da vez? Segue meu palpite: Rafael; Gabriel, Rabello, Alonso; Jair, Franco, Allan, Arana; Savarino, Marrony, Keno.

  • Juliano Salvador disse:

    É por isso que o crucru está querendo trazer o Paulo Bento de novo.
    Thiago Neves está voltando… O bom filho a casa torna.
    Esse silêncio de Wagner, Itair e Serginho parece coisa de teatrinho pra acalmar a “piolhenta” da torcida mais exigente do mundo. Menos mal, tô morrendo de medo da hora que os 3 resolver botar a boca no trombone. Tem colarinho branco manchado ai!

  • Raws disse:

    Aqui no Brasil, transferir responsabilidades é meio que cultural.
    No caso do futebol ainda contamos com a colaboração da maioria da imprensa. Um exemplo é a exaltação da maratona de jogos pela mídia.
    No começo de temporada acontece uma sequência de jogos próximos, aí pronto, lá vêm os setoristas “darem milho pra bode”. Os caras repetem isso o tempo todo e jogador brasileiro que já é um bicho folgado, já tem a desculpa pronta para um possível fracasso.

  • José Antonio disse:

    Basta ver quantos treinadores brasileiros trabalham na Europa, que é o centro do futebol no mundo… E colocar o Arana no banco não foi o problema, pois ele estava apenas poupando o jogador pra que não aconteça o que o aconteceu com o Nathan, o problema é não ter um substituto à altura, se ele tivesse o colocado o Fábio Santos pra jogar naquele horário e naquele calor, provavelmente, não daria certo… “Rodar” o elenco é comum na Europa, mas pra isso é preciso ter um “elenco”… Mudar a filosofia no Brasil é muito difícil, porque “ignorante não é o que não sabe, é o que pensa que sabe”, coisa do brasileiro….

    • Renato César disse:

      Se ele queria preservar fisicamente o jogador, não deveria ter aberto mão da invenção e o colocado para jogar o segundo tempo, que seria de maior desgaste. E o natural seria usar o Fábio Santos sim. Negar isto seria pensar que sabe…

  • Silvio T disse:

    O que me chateia mesmo é a máquina de fazer milionários à custa da torcida do Atlético. Quer dizer que esses milhões gastos pelo Sasha era pra evitar que ele ficasse livre no mercado e fosse para o exterior? Um cara de 28 anos!?? Assim como os cem milhões anuais pagos há décadas para o banco BMG, não tenho a menor ilusão quanto a essa estranha voracidade atual. É a torcida do galo que vai pagar, com muitos juros e correção monetária.

    • Raws disse:

      Sílvio, entendo sua preocupação é não deixa de ser a minha também, porém nos resta acreditar na fala e boa intenção do Menin e também analisar a estratégia dessa turma. Se o Galo continuasse com aquele time da prateleira de baixo, não ganharia nada, não valorizaria ninguém e também não venderia ninguém. Sendo assim, as dívidas continuariam aumentando e sem receitas suficientes nem para amenizá-las.
      O fator que mais preocupa são os salários. A folha só está aumentando e em tempos de pandemia…

      • Silvio T disse:

        Raws, essa dívida eterna do galo, na minha opinião, não acaba nem diminui de propósito. Se você pensar bem, são várias administrações que tiveram e têm chances de arrumar a casa. Mas aí, seria acabar como uma fonte líquida e certa de milhões e milhões anuais. Tomara que você esteja certo com relação ao Menin. Mas deixo uma obervação. Desde que o malfadado Nepomusono apresentou o projeto do estádio, estão todos exaltando a “bondade” dele em doar o terreno, no valor de 60 milhões de reais, pelo direito de naming rights. Pois bem, em 2013, a Alianz pagou TREZENTOS MILHÕES pelos direitos do nome da arena Palmeiras. Mesmo levando em conta a diferença de mercados entre Minas e São Paulo, é muita discrepância, você não acha? Daí que eu fico sempre desconfiado, como bom mineiro. Mas torço muito para você estar certo e eu errado.

        • Renato César disse:

          Fazendo uma correção aí, foi doado o terreno e mais R$ 60 milhões pelos naming rights. Seriam em torno de R$ 115 milhões na verdade pelo contrato de 10 anos.

          A Alianz pagou pelos naming rights R$ 300 milhões pelo contrato de 20 anos.

          Considerando os tempos de contrato, os mercados e os momentos econômicos, praticamente não houve diferença na verdade.

        • Cesar disse:

          Silvio
          Eu não conheço o acordo do Alianz com o Palmeiras, mas tem mais coisas lá, o Alianz explora o estadio com eventos, o que não vai ocorrer aqui.